Capítulo 50

782 82 12
                                    

A vida é feita de escolhas, isso é fato, mas as vezes ela também pode nos obrigar a fazer coisas que não queremos.                                                                                                                                                       Não sei se foi a Clarisse Lispector que falou que a vida é um soco no estômago, acho que foi. Nunca gostei muito de ler livros poéticos ou filosóficos, porém essa frase representa muito a minha vida. Do começo ao fim. De tudo que eu já passei e que ainda passo, de todos os planos que foram por água abaixo, de todas as lutas por pessoas que eu amava.                                 Concordei com a ideia do Enzo, porém eu estou a beira de desistir de toda essa merda. É uma ideia muito louca, contudo não sei o que vou fazer.

Eu poderia simplesmente matá-lo.

Arranha-lo com minhas garras.

Enfiar minhas presas em seu pescoço.

Arrancar a sua cabeça e dar aos abutres.

Entretanto eu não poderia, ele é meu irmão.





Eu estava agora na porta da minha antiga casa, seguindo o plano do Enzo. O problema é que ele não sabe que eu contei todo o seu plano à minha família. Meus irmãos irão esconder-se em cômodos diferentes e eu irei segui-lo, deixando ele me ver a todo tempo.

Eu estava hesitante, qualquer erro e ele iria matá-la. E logo após eu iria matá-lo.

Provavelmente tudo ocorrerá como o combinado. Assim espero...

Ouço os seus passos se aproximando lentamente de onde me encontro e viro-me em sua direção. Ele me olha confiante, com certeza pensando que seu plano sairá como o esperado e que ele terá a sua vingança. Às vezes nós mesmos colocamos uma venda em nossos olhos, nos impedindo de ver algo que está de baixo de nossos narizes.                                                                          O acompanho sem dizer nada, andando lentamente e segurando a preocupação e tristeza que queria me invadir. Mesmo sabendo que nada iria acontecer, eu teria de fingir, se não ele iria desconfiar.

Ando de cabeça baixa e ele olha-me, não consigo compreender o seu olhar, se é de preocupação, de indiferença.

— O plano está de pé, certo?! — pergunta e reconheço a sua preocupação.

Confirmo com um rápido balançar de cabeça e continuo a andar, dessa vez mais rápido . Ele me segue menos desconfiado e chegamos ao quarto da minha mãe. Ela é a única que não sabe do plano. Sei que ela não iria concordar e por isso mesmo escondi dela, já que meus irmãos concordaram, mas Isabel queria contar a nossa mãe, porém não deixei.

Contei ao Enzo desculpas inventadas por mim, para justificar a ausência deles.

Chegamos na porta do quarto da minha mãe e eu respiro fundo. Ele entra com o punhal apontado para as costas dela, e quando ele tenta acertá-la, eu o jogo no chão. Ele se levanta e avança sobre mim, acerto um soco em seu rosto fazendo com que seu nariz quebre. Ele olha o sangue e urra de raiva. Minha mãe nos olha atônita, sem saber o que fazer.

Vai ficar tudo bem — digo a ela calmamente.

—Vai ficar tudo bem — digo a ela calmamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora