Quando tudo parecia estar resolvido uma nova questão aparece. É impressionante o quanto o universo conspira contra nós.
Achava que tudo estava resolvido, pelo menos por um mísero instante eu pensei. Nunca imaginei que eu fosse metade vampira e metade lobisomem. Também não tinha imaginado que eu teria de retirar uma dessas partes.Ou que teria de salvar o mundo...
Minha vida se encontrava literalmente ao contrário, minha tristeza deixava o meu quarto com um ar melancólico e pesado. Eu não tinha o costume de demonstrar as minhas emoções, contudo agora era diferente. A minha situação era a das piores possíveis, uma dúvida martelava na minha mente e só colaborava para me enlouquecer mais.
Meu quarto estava trancado, por isso mesmo ninguém teve a audácia de entrar ou de bater no mesmo. Minha tia esperava uma resposta, e como diz as suas palavras: "Quanto mais tempo você demora mais você pode explodir, como uma bomba relógio." Tique taque, o tempo passava e cada vez mais eu enlouquecia.Extrair a parte vampira e viver com o Harry e a sua família, ou extrair a parte lobisomem e continuar com a minha família?
Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas.
— Emilly, ficar presa no seu quarto não vai adiantar nada— comenta Isabel batendo a porta.
De repente uma vontade insaciável de quebrar tudo passou pela minha mente.
— S-A-I — digo mais alto que o meu tom original.
—Emilly, abre essa porta, eu não quero ter de arrombar — diz calmamente, como se a minha ignorância não houvesse mudado nada.
Eu começo a sentir a raiva subir pelo meu corpo.
Não! Eu não sou uma bomba relógio!
Respiro fundo e faço a minha última tentativa.
— Isabel, sai — peço normalmente.
—Você está trancada nesse quarto a mais de duas horas, Emilly! Saia daí e vamos conversar todos juntos, Harry está preocupado e nós também —pediu com tom emotivo.
Todos estavam preocupados comigo.
Mas o que eu poderia fazer?.
Eu poderia explodir a qualquer momento.
Pelo menos explodiria bem longe deles...
— Vamos, Emilly!— exclamou batendo na porta.
Eu sentia minha cabeça latejando sem parar, a porta sendo batida mais e mais e cada vez mais alto, cada dúvida se misturando em minha mente.
—Emilly — sussurrou.
A pressão sobre mim era avassaladora. Eu não desejaria isso a ninguém. Ouvi um estrondo ecoar pela casa inteira e um urro de dor.
Acordei para a realidade.
Eu estava na frente da porta que estava rachada ao meio.
Me dando passagem.
Sangue escorria pelas minha mãos.
E um rosto se encontrava amedrontado.
Eu acabara de ferir Isabel.
Meus olhos estavam em um verde intenso.
Tique taque, a bomba explodiu...
(...)
Levanto suando frio e ofegante. Não era muito comum eu ter sonhos, principalmente pesadelos, até porque eu nunca me deixava chegar a esse ponto, mas quando eu estava preocupada e muito imersa em meus pensamentos isso acontecia, é como sonhar acordada. Me senti aliviada ao deduzir que tudo fora um sonho, todavia até aonde foi esse sonho?.O que era a realidade e o que não era a realidade?. Me levanto da cama e jogo o meu lençol para o lado, passo as palmas das minhas duas mãos no meu rosto suado para poder despertar desse mundo imaginário.
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Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)
VampireEmilly Altermann, uma vampira que é melhor amiga de um lobisomem, tem uma vida normal de rebeldias contra os seus pais e os seus irmãos. Sua vida dá uma reviravolta ao descobrir que ao invés de só uma vampira - que já não é nada comum - ela é metade...