Capítulo 32

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Quando tudo parecia estar resolvido uma nova questão aparece. É impressionante o quanto o universo conspira contra nós.  
Achava que tudo estava resolvido, pelo menos por um mísero instante eu pensei. Nunca imaginei que eu fosse metade vampira e metade lobisomem. Também não tinha imaginado que eu teria de retirar uma dessas partes.

Ou que teria de salvar o mundo...

Minha vida se encontrava literalmente ao contrário, minha tristeza deixava o meu quarto com um ar melancólico e pesado.  Eu não tinha o costume de demonstrar as minhas emoções, contudo agora era diferente. A minha situação era a das piores possíveis, uma dúvida martelava na minha mente e só colaborava para me enlouquecer mais.
Meu quarto estava trancado, por isso mesmo ninguém teve a audácia de entrar ou de bater no mesmo. Minha tia esperava uma resposta, e como diz as suas palavras: "Quanto mais tempo você demora mais você pode explodir, como uma bomba relógio." Tique taque, o tempo passava e cada vez mais eu enlouquecia.

Extrair a parte vampira e viver com o Harry e a sua família, ou extrair a parte lobisomem e continuar com a minha família?

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas.

— Emilly, ficar presa no seu quarto não vai adiantar nada— comenta Isabel batendo a porta.

De repente uma vontade insaciável de quebrar tudo passou pela minha mente.

— S-A-I — digo mais alto que o meu tom original.

—Emilly, abre essa porta, eu não quero ter de arrombar — diz calmamente, como se a minha ignorância não houvesse mudado nada.

Eu começo a sentir a raiva subir pelo meu corpo.

Não! Eu não sou uma bomba relógio!

Respiro fundo e faço a minha última tentativa.

— Isabel, sai — peço normalmente.

—Você está trancada nesse quarto a mais de duas horas, Emilly! Saia daí e vamos conversar todos juntos, Harry está preocupado e nós também —pediu com tom emotivo.

Todos estavam preocupados comigo.

Mas o que eu poderia fazer?.

Eu poderia explodir a qualquer momento.

Pelo menos explodiria bem longe deles...

— Vamos, Emilly!— exclamou batendo na porta.

Eu sentia minha cabeça latejando sem parar, a porta sendo batida mais e mais e cada vez mais alto, cada dúvida se misturando em minha mente.

Emilly — sussurrou.

A pressão sobre mim era avassaladora. Eu não desejaria isso a ninguém. Ouvi um estrondo ecoar pela casa inteira e um urro de dor.

Acordei para a realidade.

Eu estava na frente da porta que estava rachada ao meio.

Me dando passagem.

Sangue escorria pelas minha mãos.

E um rosto se encontrava amedrontado.

Eu acabara de ferir Isabel.

Meus olhos estavam em um verde intenso.

Tique taque, a bomba explodiu...

(...)

Levanto suando frio e ofegante. Não era muito comum eu ter sonhos, principalmente pesadelos, até porque eu nunca me deixava chegar a esse ponto, mas quando eu estava preocupada e muito imersa em meus pensamentos isso acontecia, é como sonhar acordada. Me senti aliviada ao deduzir que tudo fora um sonho, todavia até aonde foi esse sonho?.O que era a realidade e o que não era a realidade?.                                                                                                                                                   Me levanto da cama e jogo o meu lençol para o lado, passo as palmas das minhas duas mãos no meu rosto suado para poder despertar desse mundo imaginário.

Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora