Capítulo 25

1.2K 128 12
                                    

— Vamos, Igor, temos de ser rápidos. Procure nas gavetas e em armários alguma coisa que nos dê uma pista do plano dele — digo e ele confirma.

Olhei em volta do cubículo para saber mais ou menos onde estávamos e o que tinha de interessante aqui.

— Emilly, você precisa ver isso — diz Igor em direção ao computador.

Me sento na cadeira do Heitor e fixo meu olhar na tela.
Eram as câmeras de segurança espalhadas por todos os lugares. Duas delas estavam em várias celas de prisões que pareciam ser próximas do lugar onde estávamos.
Nas prisões eram vistas só duas pessoas sendo que estavam em celas diferentes entre muitas outras.

— Consegue dar zoom nas celas? — pergunto ao Igor.

— Sim — ele se aproxima e clica no mouse — Pronto.

Espero a imagem se formar e...

Aí meu Deus!

— IGOR! — dou um grito.

— O que foi? — pergunta assustado.

— Precisamos ir nas celas!

— Você está maluca?! Lá tem muitos guardas! Pra que iríamos lá? — indaga preocupado.

Isabel e Harry estão lá...

Estávamos a alguns minutos andando em direção as celas, e eu estava muito preocupada. O que esses dois faziam aqui? Será que eles vieram atrás de mim?.

Se sim, eles iriam me ver bastante irritada.

— E se for uma armadilha, Emilly? — pergunta Igor enquanto estamos cuidadosamente atravessando o grande corredor que leva até as prisões.

Eu sabia que poderia ser uma armadilha, eu sabia que poderia ser um plano do Heitor para me capturar ou matar. Mas o que eu faria? Era minha irmã e o amor da minha vida! Eu simplesmente os deixaria nessas prisões para morrerem?!.
Não estava ligando para nada nem ninguém, eu queria e salvaria os dois, ninguém me impediria.

— Eu não ligo. Só sei que vou salvá-los — disse e ele riu.

Andamos mais uns cincos minutos e conseguimos chegar perto das celas, o problema era a quantidade de soldados que estavam olhando as mesmas.

— Igor, deixe eles distraídos enquanto eu solto a Isabel e o Harry — ele confirma.

Ele faz os dois soldados dormirem com o seu hipnotismo e eu vou direto para a cela de Isabel.

— Emilly? — indaga espantada.

Seu rosto estava pálido, parecia que ela estava a dias sem comer nada.

— Isabel, há quanto tempo você está aqui? — perguntei preocupada.

— Não tenho muita noção de tempo. Mas acho que estou aqui já faz dois ou três dias.

Se eles tivessem se arriscado só para me seguir, eu mesma iria matá-los. Eu olhava para ela com curiosidade, e logo levei um susto com a aproximação do Igor.

— Vocês são malucos?! — perguntou chegando perto da cela.

— Obrigado pela parte que me toca — disse Harry irônico da outra cela.

Olhei para o seu rosto cansado. Ele estava com orelhas profundas, com os cabelos desgrenhados e com a barba por fazer.

— E olá, Emilly, eu também estou aqui — comenta ainda com tom irônico.

Reviro os olhos e peço um segundo para a Isabel e o Igor. Vou até a cela do meu amado irônico e fico encarando o seu lindo rosto bronzeado, que já não estava tão bronzeado assim, e que lembra mais um humano e não um lobo.

— Agora me conta, vocês vieram antes ou depois do Igor e eu?

— Nós seguimos vocês só que fomos pegos — respondeu.

— E por que vocês vieram atrás de nós? Eu falei que eu teria que fazer isso tudo sozinha e não queria machucar ninguém que eu amasse — digo irritada pela desobediência deles.

Eu poderia estar sendo egoísta por querer a minha família a salvo e por querer me sacrificar sozinha, mas o que eu faria? Arriscaria a tudo e a todos que eu amo? De jeito nenhum.

— Será que você não entende?! — pergunta se levantando e ficando cara a cara comigo através das grades da cela. — Eu te amo! Eu estava preocupado e com ciúme de você ficar com o Igor! Você queria o que? Que eu ficasse sentado enquanto você saía sozinha com o canalha do Igor para arriscar a sua vida? Eu tenho um instinto animal, não consigo ficar parado vendo outros passando perigo! — exclamou se sentando no colchão da cela.

Durante a minha vida toda eu não precisava de ninguém, durante todo o meu crescimento eu não me deixava depender de ninguém, mas agora... Agora eu tinha o Harry, e eu não poderia simplesmente falar que não queria que ele viesse atrás de mim, até porque eu queria, eu precisava dele.
Olho para sua linda silhueta enquanto ele passa as mãos pelos seus fartos cabelos morenos. Ele deixa uma lágrima rolar e isso me comove.

Harry... — sussurro ao vê-lo nesse estado.

— Não, Emilly, não precisa ter pena, eu só... Só preciso chorar — sua voz sai rouca e várias lágrimas rolam.

Não me contenho e a tristeza me invade. Ver o Harry nessa situação tão frágil me deixa triste e com culpa. Ele está assim por minha causa e eu não posso fazer nada para mudar essa situação.

— Não, Emilly, não fica assim... — ele se levanta e passa a mão no meu rosto de forma carinhosa.

É tão bom sentir o quente de sua mão, me lembra de quando eu era humana, e não tão gelida.

— É tudo culpa minha. Se eu não tivesse nascido ou pelo menos se eu não fosse rebelde. O Heitor sempre quis a mim, e agora para me ferir ele atinge a minha família, e você faz parte dela, Harry — digo melancólica.

— Não, Emilly, não é culpa sua — disse pondo uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha — Eu te amo — ele me dá um selinho.

Eu também... digo mais como um sussurro.

Abro a cela dele com um chute e depois abro a cela da Isabel.

— Vamos fazer o que agora? — pergunta Igor.

— Vamos para casa — respondo de supetão.

Todos se espantam e tapam suas bocas com as mãos.

— Você... Você vai simplesmente desistir? — indaga Isabel atônita.

— Não, só precisamos ir para casa e depois voltaremos com mais força — respondo confiante.

Não poderíamos enfrentar o Heitor dessa forma, estávamos todos fracos e cansados. Eu iria recarregar minhas força e atacaria ele com toda a minha força.
E não iria sozinha, dessa vez não. Eu estaria com a minha família e com os meus amigos.

Saímos com passos cuidadosos e quando chegamos ao fim da caverna eu paro e pego um objeto no chão.

— Que foi? — pergunta Harry.

— Só preciso fazer uma coisa, — respondo pegando uma pequena pedra. — Vai a merda, Heitor — digo e jogo a pedra que eu tinha pego na parede da rocha.

Vejo eles segurando o riso mas não me contenho e começo a rir.

— Só você mesmo — comenta Harry pondo seu braço em volta do meu pescoço e depositando um beijo na minha bochecha.

Acho bonito esse gesto de afeto. Quando seus lábios tocam a minha bochecha com inocência, sinto minha pele formigar, é uma sensação estranha e ao mesmo tempo boa.

Eu realmente o amo... E nada vai me impedir de compartilhar o meu amor por ele. Eu finalmente encontrei a "tal" da felicidade, e agora ela nunca mais fugirá de mim.

Era o que eu pensava...

Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora