— Harry! Para com isso, se transformar em lobo não vai adiantar nada! — neste momento eu estava segurando Harry, que agora estava na forma de um lobo e que estava tentando atacar o Igor.
É, eu fui muito otimista em pensar que tudo sairia bem e que não teríamos nenhuma briga em nosso time perfeito. Completamente enganada.
— Que merda, Harry! — exclamei já sem paciência por causa de sua insistência.
Eu não queria, mas teria de fazer, como uma líder sou obrigada a tomar esse tipo de decisão.
— AHHHH!! — dei um grito sônico que só o Igor conhecia, como ele mesmo me treinou.
Todos taparam as orelhas e eu caí no chão desgastada. Eu não estava acostumada a usar tanto meus poderes, as vezes eu achava que não era tão forte quanto eu pensava, as vezes as pessoas esperavam tanto de mim que eu me sentia forte a ponto de ser o que eu não sou.
— Emilly — disseram os três em uníssono e vieram até mim.
— Seus idiotas... — sussurrei.
Estava respirando devagar, tentando recuperar o fôlego que fora embora por alguns segundos. Se eu não estivesse nessa situação, estaria rindo da cara de preocupação dos três.
Levantei cambaleando e me pus em posição. Olhei para a cara dos três como uma mãe acusatória e eles recuaram.— Nós somos um time, e estamos aqui com um único propósito, capturar o Heitor. — respiro fundo — Se alguém nessa merda quiser matar o outro parceiro, estará expulso e será considerado do lado Heitor! Então acho bom se resolverem e pararem de agir que nem crianças! — por um momento sinto meus olhos ficando verdes, só por um instante...
Pego o mapa no bolso da minha jaqueta e olho bem para ele. Agora nós iríamos até a minha casa, infelizmente a única pessoa que poderia saber onde o Heitor estava era a Isabel.
Eu estava a meia hora pensando no que eu diria para a Isabel para conseguir informações. Harry estava do meu lado no sofá gigante da minha casa, ele estava em silêncio, contudo seus pensamentos falavam: "não se preocupe, tudo vai dar certo, eu confio em você".
Mesmo assim minha segurança era baixa, a Isabel era um amor, mas sempre fora cabeça dura, já eu era marrenta mas aceitava as coisas fácil.
Isabel chega, com passos lentos e vem em minha direção. Faço que sim para que Harry se retire.— Isa — saúdo baixo.
— Emi — responde de forma carinhosa.
Talvez tudo que ela tenha me dito seja verdade, talvez ela não seja má, só precise de uma luz ou de alguém que a mostre que ela é importante.
— Eu preciso da sua ajuda — comento calmamente.
— Você quer saber onde o Heitor está não é? — pergunta me olhando com intensidade.
— Sim, eu preciso da sua ajuda, e também da sua companhia — digo com emoção.
Ela parece mudar sua expressão assim que digo que preciso dela como uma irmã, como a minha irmã, independente do que aconteceu entre nós duas continuamos sendo irmãs.
— Sim, eu vou te ajudar, e também vou com você — ela diz também com emoção.
Eu a abraço involuntariamente e ficamos por um tempo juntas em um abraço apertado e cheio de emoção.
Sinto que não a odeio, pelo contrário, sinto que posso contar com ela verdadeiramente. Puxo ela pela mão e a levo para a parte de fora da casa onde se encontra o resto do meu grupo. Ela olha espantada para os meninos, talvez não esperasse que o nosso irmão fosse nos ajudar ou que Igor e a Harry estariam no mesmo time — por incrível que pareça.— Meninos, a Isabel vai nos ajudar — ela confirma timidamente.
— Se preparem, nós teremos que nos molhar — diz deixando sua frase no ar.
Todos nós nos entreolhamos sem entender o que viria a seguir, queria ter entendido antes do que aconteceria.
Estávamos todos nesse exato momento de frente para a colina onde eu já tinha me jogado junto do Harry. Seria bem nostálgico pular dali de novo, principalmente com Harry ao meu lado.
— Nós não vamos ter de pular não é?! — indaga Harry.
— Não sabia que cachorros tinham medo de água — responde Igor irônico.
Pronto, vai começar...
— E eu não sabia que eu tinha pedido a sua opinião — comenta Harry com um sorriso maroto.
Sério, se não estivéssemos no alto de uma colina com duas pessoas prestes a brigar, eu estaria rindo de toda essa situação.
— Não comecem a brigar, estamos no alto de uma colina e não falta muito para eu empurrar um de vocês daqui de cima — digo segurando o riso.
— Posso fazer nada se esse cachorro está mais para um gato indefeso — ele pegou pesado, e sim eu não iria segurar ninguém.
Nesse exato momento Harry deu um soco na cara de Igor que caiu pela colina.
— Seu! — exclamo irritada sem conseguir completar a frase.
— Agora que foi um, vai todos — diz Isabel rindo e todos nós nos jogamos.
Sinto a água batendo em meu corpo e sim, é uma sensação revigorante. Fico mais um tempo debaixo da água só aproveitando as moléculas de oxigênio borbulhando em meu corpo.
Levanto e vejo todos me observando como se estivessem me esperando. Torço meu cabelo que está totalmente encharcado e depois caminho pela água até uma rocha que seria totalmente não vista se não tivéssemos Isabel conosco.— Como vamos abrir essa rocha tão grande? — pergunta Igor sem paciência.
— John — respondo normalmente.
Ele encolhe a manga comprida da blusa e pega distância, seu soco atinge o meio da rocha que se quebra. Uma explosão de rochas vem em nossa direção, mas nos protegemos na água.
— E agora? — pergunta Harry.
Agora, esperaríamos pelo destino e pelo o que viria pela frente, era o que eu queria dizer, mas disse algo mais simples:
— Agora morreremos. — Disse e eles se espantaram — Me desculpem, saiu errado. — coço a garganta — Agora ganharemos!
É, não saiu tão entusiasmado como eu queria mas deu para o gasto
Entramos devagar dentro da caverna subterrânea, com John e Harry na frente e eu Isabel e Igor atrás. A caverna era escura mas com a luz refletida da rocha que quebramos dava para enxergar.— Ai! — gritou Igor.
Tudo se apagou...
O que viria pela frente? — era a minha maior dúvida...
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Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)
VampirgeschichtenEmilly Altermann, uma vampira que é melhor amiga de um lobisomem, tem uma vida normal de rebeldias contra os seus pais e os seus irmãos. Sua vida dá uma reviravolta ao descobrir que ao invés de só uma vampira - que já não é nada comum - ela é metade...