Capítulo 14

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Estávamos a quase 2 horas de caminhada pela floresta e nada da Isabel, do John ou do Christian.
Eu poderia até não estar conversando com o Harry ou algo do tipo — desde a sua confissão —, mas só a sua presença ali me fazia bem.

E bom, eu havia descoberto que a Isabel não estava em seu quarto, era mais uma mentira daquela traidora.

— Aí! — sinto algo furar meu pé.

— Deixa eu ver — diz Harry compassivo.

— Não precisa, eu tiro — ele faz uma cara de quem não acredita.

Ponho a mão com cuidado no meu pé e tento retirar um caco de vidro que tinha entrado no mesmo.

— Ahh! — exclamo de dor.

Eu era imortal, sim. Mas sentimos dor, mesmo que cicatrize. E bom, não iria cicatrizar se eu não retirasse o vidro.

A feição do Harry muda, ele me olha com preocupação e compaixão. Vê-lo tão preocupado comigo é algo bonito, seu olhar diz que ele está se segurando para não vir até a minha direção e retirar o objeto que me machuca.

Talvez esse objeto seja ele...

Fico olhando para o corte imaginando maneiras de tirar o caco de vidro. Poderia só o puxar, mas isso não deu certo, poderia usar os dentes, mas isso seria nojento, poderia pedir ajuda ao Harry, fora de questão.
Sem escolha fiz o que me restava:

Pedi ajuda ao Harry.

— Pode me ajudar? — um sorriso pequeno se forma em seus lábios, como se quisesse rir.

Ele cuidadosamente se abaixa e eu me apóio em uma árvore para mostrar o corte. Ele faz suas unhas crescerem —é, lobisomens fazem isso — e retira o caco como se suas unhas fossem duas agulhas.

Sinto a gratidão fluir em mim, era inevitável não sentir.

— Que foi? — pergunta olhando para a minha expressão.

Olho bem no fundo de seus olhos cor de mel que nesse momento estão brilhando.

Como alguém com uma simplicidade tão grande me atraía dessa forma?!

— Nada — sussurro e o abraço forte, como nunca o abracei, ou tive vontade de abraçar.

— Emi, tudo bem? — pergunta com a voz suave mas sem se soltar do abraço.

Ah! Como eu tinha saudade do som da voz dele ao me chamar carinhosamente pelo meu apelido.

— Tudo... eu sei porque eu consegui te acordar... — comento escondendo meu rosto em seu peito.

Ele segura meu rosto com as duas mãos em frente ao seu, e olha profundamente para os meus olhos.

Porque eu te amo — seu rosto se suavizou e ao mesmo tempo se espantou. Acho que ele nunca esperava ouvir isso sair dos meu lábios de uma forma tão doce e verdadeira.

Eu também te amo — quando nossos lábios iam se tocar ouço alguém bater palmas.

— Que lindo! Desculpa atrapalhar o casal mas preciso da minha irmã — era a voz da Isabel, e ela ainda fez questão de impor ênfase ao dizer "irmã".

— Isabel! — quando tento ir para cima dela Harry me segura.

Me debato em seus braços extremamente irritada.

Eu iria acabar com aquela ruiva.

Ah se ia!

— Me solta! Me solta! — exclamo empurrando-o.

Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora