Capítulo 34

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Seis meses depois:

Tudo finalmente se encaixara em seus eixos; O casamento da Isabel que fora simples contudo bonito; A minha união sentimental com Harry; A união das duas famílias e a união da minha mãe com o meu pai; A prisão do Heitor; O aparecimento da Alexa; O John que encontrou uma vampira para ele; O Christian que continua brincalhão e irredutível; Os irmãos do Harry que agora só me chamam de "lobinha do Harry".

Como uma frase muito bonita que eu gosto diz: "Depois da tempestade vem a calmaria (...)".

Essa frase agora fazia todo o sentido para a minha vida com luta e sofrimento.

Eu não me considerava uma heroína ou nada do tipo. Sei que tudo que fiz foi para o bem de todos, só fiz o que estava ao meu alcance e também fora dele. Felicidade era o sentimento que mais ardia e ocupava espaço em meu coração e em minha alma. Surpresa também poderia ser um deles, eu nunca iria prever que todas essas reviravoltas aconteceriam em minha pequena jornada. E nem que eu faria coisas que nunca esperaria fazer.

A vida é uma caixinha de surpresas, e olha... ela me deu muitas.

Me sinto feliz por ter uma trajetória como essa e também por ter tantas histórias para contar as novas gerações que surgirem pela frente em nossas famílias.

Mas ainda me resta uma dúvida, será que eu conseguirei formar uma família?. Eu sou metade vampira e metade lobisomem, e Harry é um lobo, será que algum dia conseguiremos ter uma família? Ou filhos? É uma pergunta que só o tempo poderá responder.

O que me resta é aproveitar o futuro que por enquanto é reservado-me. Talvez com mais obstáculos, ou até mais calmarias, não tem problema, estou pronta para o que vier.

Penso que, as vezes o que me faltava no passado não era coragem, mas sim amor. Eu posso ter coragem, contudo ela se resume ao amor ou as pessoas que eu amo. Não sou mais a antiga Emilly, fui obrigada a amadurecer por mim mesma. Os problemas, as intrigas e todas as armações feitas contra mim só me ajudaram a me tornar a pessoa que eu sou hoje. E eu sou muito grata por isso.

Eu aprendi a perdoar.

A perder.

A ganhar.

A depender das pessoas — sendo bom ou ruim.

E o mais importante de todos: a amar.

Estou grata por tudo que aconteceu comigo, e espero que a minha história mude a vida de muitas pessoas, principalmente as que estão ao meu redor.

 — Bom dia, minha escritora vampira mais linda — saúda Harry assim que acorda ou melhor dizendo, assim que termina a sua hibernação.

— Não sou uma escritora, só estou fazendo o que minha tia me aconselhou. Estou escrevendo em um diário — respondo calmamente.

— É tão engraçado acordar ao seu lado e não sermos casados — comenta rindo.

Rio mais ainda por dentro, sempre irredutível meu lobinho.

Eu não estava morando com ele, expliquei para ele que ainda estava cedo para isso. Contudo, eu passava mais tempo em sua casa do que na casa da minha mãe. Sim, Harry agora tinha uma pequena e aconchegante casa só para ele. Depois de tudo o que aconteceu ele optou em morar sozinho, até me convidou para morar com ele, mas agora que tudo está resolvido estou tentando ao máximo me aproximar cada vez mais da minha família.

—Fazer o que se um lobo não quis me pedir em casamento — balbucio séria mas segurando o riso por dentro.

—Olha... esse lobo ficou com medo de receber um não — responde fingindo estar magoado.

—Humm, talvez recebesse um não mesmo —digo e me levanto rindo.

Ele segura o meu braço com delicadeza e me puxa para perto de si.

— Vai deixar eu fazer café ou vai me trancar no meu quarto como meus pais faziam? — indago rindo.

—Você já está trancada, —diz e eu ergo a sobrancelha — no meu coração —diz e põe a mão sobre o peito de forma dramática.

Dou um selinho nele e me levanto. Sinto uma pequena tontura e acabo caindo no chão.

—Emilly, está tudo bem?! — pergunta já me segurando e me fazendo sentar na cama.

Confirmo com um pequeno levantar de cabeça e me levanto novamente.

— Foi só uma pequena tontura— respondo normalmente.




— Nunca pensei que a minha sangue suga poderia fazer um café tão bom— comenta me lançando uma piscadela.

Eu reviro os olhos mas não consegui esconder um sorriso, como sempre que ouço uma de suas piadas  
Sinto o vapor quente do café atingir o meu rosto e me esquento com essa incrível e agradável sensação. Respiro fundo e deixo o aroma do café invadir minhas narinas, me recordando da minha casa e da minha família e uma lareira bem quentinha.

— Você é tão linda quando está distraída — comenta me surpreendendo.

— Você é tão lindo quando não faz piadas de mal gosto — respondo rindo.

Paramos de falar e simplesmente nos encaramos de forma intensa. Era tão bom ter esses momentos de lazer com ele, poder ficar junto da sua companhia sem medo de nada ou de ninguém. Simplesmente aproveitar.

Ou não.

Sinto meu estômago revirar e me levanto correndo para ir ao banheiro. Me ajoelho no vaso sanitário e vomito o pouco de café que ingeri, Harry segura o meu cabelo e faz carinho em meu ombro.
Paro e me levanto calmamente, foi só um desconforto estomacal, vai passar, tenho certeza.

—Emilly?

— Sim?

— Você por acaso estaria grávida? — pergunta Harry e eu começo a tossir.

Eu? Grávida? Fora de cogitação!. Eu ainda tinha muito pela frente para pensar em ter filhos a essa altura, óbvio que eu não estava grávida!.

—Claro que não. O que te fez chegar a essa conclusão?

— Tontura, falta de apetite, mudança de humor, enjoo — diz como se fosse algo normal.

— Não estou grávida — digo encerrando o assunto.

Ele me olha com o seu olhar paciente e me puxa pelo abraço.

Eu não ficaria chateado em ter filhos... diz tranquilamente.

Fingi que ele não tinha dito nada e simplesmente permaneci em seu abraço aconchegante e acolhedor.

Talvez, só talvez, um dia distante eu pense em ter filhos. Por enquanto minha vida teria de ficar estável. E minha relação com o Harry também.

Mas pode acreditar, eu seria uma ótima mãe.

Fiquei calada, para acabar não falando o que eu pensava. Pois eu sabia que havia chances de não podermos procriar por culpa minha.

Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora