Capítulo 23

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— Igor, cuidado! — sussurro ao ver sua aproximação dos guardas do Heitor.

— Está tudo sobre controle — responde confiante.

Reviro os olhos em sinal de desaprovação e ele ignora o meu ato de negação.
Nós estávamos no "covil" do Heitor, Igor iria distrair os guardas e eu iria entrar e abrir o caminho para ele, e depois iríamos encontrar o Heitor.

Pelo menos esse era o combinado.

— Igor estamos aqui a quase duas horas e você não consegue distrair dois merdas de guardas! — brigo já irritada.

— Você acha que é fácil?! CONVIVER COM VOCÊ É DIFÍCIL, QUERIDA! — grita também irritado.

Eu havia entendido o seu plano, ele queria chamar a atenção dos guardas, e era exatamente o que eu faria.

— VOCÊ ACHA QUE É DIFÍCIL?! IMAGINA ATURAR VOCÊ BÊBADO TODAS AS NOITES! — respondo gritando.

— Ei! O que vocês estão fazendo aí? — pergunta um dos guardas.

— SERÁ QUE NÃO PODEMOS NEM DISCUTIR A NOSSA RELAÇÃO?! — pergunto ainda no teatro.

— NÃO TEMOS MAIS NADA PARA DISCUTIR! — grita de volta.

— Ou vocês saem por conta própria ou eu tiro vocês a força — ameaça o guarda já nervoso.

Confirmo para que Igor continue nosso plano — faço o nosso sinal secreto. Igor ataca o guarda que estava conosco e eu vou em direção ao outro.
Acabamos com os dois guardas e seguimos em silêncio para dentro da imensa escuridão.

O  único som presente é de nossos cuidadosos passos, — seria bem assustador ficar aqui sozinha — e o eco ajuda mais nesse cenário de "você vai morrer".
Chegamos perto de um lugar com mais iluminação, — que não era muito difícil — onde havia mais soldados do que quando entramos.

E agora? — sussurra Igor.

Gesticulo em sua direção "deixa comigo".
Ele me olha com a sobrancelha erguida e dá um pequeno riso.
Eu me levanto e vou em direção ao primeiro soldado que não hesita antes de vir me atacar.

— Vamos brincar! — digo já com a minha boca pronta para uma mordida.

— Vamos brincar! — digo já com a minha boca pronta para uma mordida

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São no total 20 soldados só no local que tem iluminação. Parto para cima de três e choco a cabeça de dois contra a parede e o outro eu espremo o pescoço. O resto vem como uma multidão sobre mim.

— Todos de uma vez? Tudo bem — digo com um sorriso sarcástico no rosto.

Arranho, mordo, chuto, bato em todos eles, assim, só deixando um que jogo para Igor matar. Ele leva um susto mas mata o homem em alguns segundos e me lança um sorriso maroto.
Estavam todos eliminados  e eu fiz isso em apenas alguns minutos. Poderia estar atônita, mas eu me encontrava surpresa e também orgulhosa.

Olhei para o lugar com iluminação e simplesmente não havia ninguém. Todos os soldados deveriam ter se reunido para atacar os invasores, — no caso o Igor e eu. Não é difícil ter poucos soldados, Heitor não era assim tão rico, mas ainda é estranho pensar em tão poucos soldados como estes.

— O que faremos? — perguntei.

— Agora, entraremos... — responde naturalmente.

Entramos cuidadosamente, como duas sombras e não dois corpos ou duas pessoas. Andamos com calma e assim que chegamos a um lugar com mais iluminação e mais sons paramos.

—Não quero saber! Como vocês podem ser irresponsáveis seus inúteis!! — grita Heitor.

Com toda certeza ele já sabia de nossa invasão e também sabia que seus soldados não tinham dado conta.

— Mas, senhor... — tentou se manifestar um dos soldados temeroso.

Mas?, você está discutindo comigo soldado? — indagou Heitor com a voz alta.

O soldado quase quebrou o seu pescoço com o balançar acelerado de negação. Ele realmente estava com medo, e no lugar dele eu também estaria.

— E agora, o que eu faço com você? — pergunto de uma forma diabólica.

O homem estava tremendo e chorando descontroladamente. Realmente ele estava com medo, e eu não fazia ideia do que o Heitor faria com ele.

— Venha. — Disse ele. — Vamos, homem, se aproxime -— o homem se pôs a frente de seu chefe.

Minha vontade era de não ver essa cena, eu já sabia que esse homem estaria morto em alguns a segundos.

— Olhe bem para mim, — comandou  — você acha que eu aceito homens irresponsáveis que não conseguem nem distinguir os invasores?! — ele gritou e levantou o homem pelo seu pescoço.

Seu olhar era de ódio, Heitor não aceitava perder, e a sua decepção era iminente. Ele estava transtornado e cada vez ele apertava o pescoço do homem com mais força.
O soldado estava em seus últimos segundos de vida, até que Heitor o solta deixando seu corpo se chocar contra o chão. O homem se levanta como se nada houvesse acontecido e rapidamente limpa o sangue que jazia de sua narina direita, consequência do seu choque com o chão .

— Acho que já estamos resolvidos, sim? — o soldado confirma com um rápido movimento com a sua cabeça.

Olho para os outros que mantém uma expressão surpresa, com olhos arregalados e bocas escancaradas.

— Bom, podem ir, e tragam notícias dos invasores — os soldados saem em disparada.

O que eles mais desejavam neste momento era fugir. Heitor passou a mão em seus cabelos que já estavam com fios grisalhos.

Um vampiro não envelhece, então por que tudo indica que Heitor esteja mais velho?

Em um momento rápido eu vejo rugas em seu rosto que era completamente limpo. Igor também olhava atentamente para as mudanças que estavam acontecendo no corpo de Heitor.
Ele se senta e suspira como se estivesse cansado.

— Não vou aguentar por muito tempo — sussurra Heitor com a voz fraca.

Este talvez fosse o momento certo para atacá-lo, mas me faltava coragem. Olhar para um homem com aparência velha e adoentada, e com as suas forças quase ceifadas, me passava um pouco de remorso. Olhei para o lado e Igor não estava mais ali. Procurei pela sala toda, vasculhando tudo com o meu olhar e ainda assim não o achei.

Aonde ele se meteu?

Quando voltei o olhar para o Heitor vi Igor atrás dele. Pelo visto ele estava tendo uma luta interior, quase que o mesmo que eu estava pensando, atacar uma pessoa com aparência velha, mesmo sabendo que era o Heitor?. Ele não aguentou e deu um soco nele, me surpreendendo.
Na mesma hora o homem com as suas forças acabadas desmaiou.

— Você está maluco?!! — perguntei ao comprovar que ele tinha feito mesmo isso, e que não era um truque da minha mente.

— Ele merecia!

— Você que merece um soco por ter estragado o plano! — exclamo irritada.

— E agora o que faremos?! — perguntei com ironia.

— Matamos ele?

— Não, Igor, não podemos matá-lo até descobrir seu verdadeiro plano e como acabar com o mesmo — expliquei já irritada.

Agora seria difícil fugir daquele lugar, e principalmente continuar ali.

Igor tinha estragado tudo.

Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora