— Oi! — cumprimento assim que vejo Isabel chegar na casa da nossa mãe.
A família estava toda reunida na sala — algo que está virando costumeiro — e todos estavam eufóricos em ver a irmã mais nova de volta depois da sua lua de mel. Fazia tempo que Isabel não dava as caras.
Eu sinceramente estava muito feliz por saber que a minha irmã finalmente havia casado com a pessoa que ela tanto amava e que estava bem e feliz.
— E você, minha filha, quando você e o Harry vão se casar? — perguntar minha mãe pela milésima vez.
Eu já havia explicado para ela milésimas vezes que casar não é algo tão simples.
Ou séra que eu que estava complicando?
Tanto faz.
Casar não é só a união nos papéis, mas sim; a divisão de uma casa, de despesas, de sentimentos, de tudo. Isso dá muito trabalho e dor de cabeça, e sinceramente, eu quero aproveitar ao máximo o meu tempo de calmaria e descanso.
— Não vou explicar novamente, mãe. A senhora já deve ter até gravado a minha costumeira resposta para a sua costumeira pergunta — respondo rindo.
— "Está cedo, temos que dividir tudo! Quero aproveitar o tempo de calmaria!" — respondeu na tentativa de imitar a minha voz. — Você é tão clichê, Emilly, talvez você não saiba, mas você que complica tudo, — comentou rindo — o coitado do garoto já não deve mais estar aguentando essa vida separada, ele com certeza apóia o casamento de vocês! — diz por fim.
Eu não aguento mais ouvir de todo mundo a mesma coisa. A vida é minha! Eu faço minhas escolhas, e uma delas é não querer casar cedo.
— Oi, Emilly! Vejo que mamãe já está te perguntando sobre quando vai sair o seu casamento — comenta Isabel rindo.
— Desde que você saiu de casa, as perturbações veem todas para cima de mim — respondo retribuindo o riso.
— Emilly, sempre com o senso de humor imbatível — diz de forma doce.
— E como vai o casamento? — pergunto com curiosidade.
— Bom, tirando tudo, vai bem. — responde e nós rimos. — Brincadeira, é maravilhoso, eu sinto que nunca me senti tão amada em toda a minha vida...
— Posso saber do que as mocinhas estão rindo? — pergunta Christian com o seu jeito risonho.
— Lembramos que só você está solteiro! — respondo e caímos mais ainda na gargalhada.
Eu poderia estar brincando, mas era verdade. Até John que sempre fora mais guardado já estava em um relacionamento enquanto Christian continuava sozinho.
— Vocês não perceberam? Eu sou gay! — ele exclama e ficamos em silêncio.
Gay?. Não tenho nada contra os gays, mas o Christian sempre fora uma pessoa muito ativa, vamos dizer assim. Era meio que surpreendente essa revelação.
— Gente, estou brincando! — comenta rindo sozinho.
— Pior que eu sempre desconfiei que você era feminino demais — comento segurando o riso.
Agora ele já estava dentro do jogo, e eu não estava para pegar leve.
— Tipo quando ele usava as minhas roupas e brincava com as minhas bonecas — diz Isabel também entrando na brincadeira.
Ele faz uma cara de espanto e põe a mão em seu peito.
— Meninas vocês abriram os meus olhos! Eu era gay e nem sabia — balbucia surpreso.
— Filho, depois vocês discutem mais sobre a sua vida sexual. — Diz minha mãe — Agora eu quero a minha caçula para mim, e Emilly, o Harry está lá fora te chamando — diz e sai arrastando a Isabel.
Fico curiosa para saber o que ele quer falar comigo, pois já estive na casa dele hoje e ele não disse nada sobre uma surpresa.
Talvez ele não tenha dito nada porque é uma surpresa não é sua tola?
Verdade, ele não comentaria nada sobre uma surpresa.
— Sabia que eu sempre achei o Harry um gatinho, — comenta Christian forçando a voz — se você não fosse minha irmã, menina eu ia pegar ele de jeito — não aguento e volto a gargalhar com vontade.
— Você é irredutível, Christian — digo e lhe dou um beijo na bochecha.
Vou em direção a porta com o coração na mão — mesmo que ele não funcione muito bem, ainda está em meu peito. A curiosidade matou um gato, mas também poderia matar uma vampira?. Já estou morta mesmo, o que custa arriscar?.
— Harry? — chamo-o.
— Aqui — diz levantando uma das mãos.
— Me chamou?
— Sim — ele pega minha mão e cola nossos corpos.
Eu olho para ele como se dissesse para ele prosseguir.
— Preciso te perguntar algo — revela calmamente.
Meu sangue gela. Será que ele iria me pedir em casamento?. Não, acho que não. Ele sabe que isso não combina comigo e que não é o meu estilo.
— É algo simples, mas acho que é preciso. Emilly, você quer morar comigo? — pergunta com brilho nos olhos.
Me sinto aliviada, é claro que eu aceitaria, eu o amo, e já estou quase morando em sua casa mesmo.
— Hum, claro! É o que eu mais quero — respondo com um sorriso aconchegante.
Para as pessoas ao nosso redor essa escolha de morar sob o mesmo teto que o Harry, poderia ser algo simples, mas para mim era mais um passo em nosso relacionamento, por mais que simples.
— Ufa, — suspira aliviado — pensei que você iria recusar — diz com um sorriso bobo.
— Idiota! — dou um tapa leve em seu braço — Eu nunca iria recusar uma proposta dessa.
— Então o que acha de arrumar as suas malas? — pergunta eufórico.
— Agora? É que a Isabel veio nos visitar.
— As roupas estão em seu quarto mesmo, vem — ele me puxa pelo braço sem me dar a escolha de recusar.
Ele queria que eu arrumasse minhas coisas ou que eu ficasse a sós com ele em meu quarto?. Eu iria ter de tirar isso a limpo em alguns instantes.
Subimos as escadas enquanto somos observados pelos olhares de Christian e de minha mãe, e os outros ainda estão eufóricos com a volta da minha irmã.— Vai levar tudo isso? — peegunta ao ver a quantidade de roupas que eu estava tirando do armário.
— São todas as minhas roupas — respondo distraída.
— Com essas aqui são mais — diz segurando a minha cintura enquanto seu corpo está colado atrás do meu.
— São, — respondo me soltando de seus braços — mas essas eu levo sozinha — digo e dou uma piscadela.
Ele me olha e se joga em minha cama rindo.
— Sempre irredutível, minha vampirinha — diz olhando para o teto.
Viro a cabeça rapidamente em negação e vou em sua direção. Ele estava tão bonito, seus cabelos bagunçados, sua calça jeans surrada de sempre, e sua blusa azul marinho, e por último seus tênis pretos. Ele vê que eu observo-o e solta uma risada baixa.
— Você é tão linda quando fica me olhando assim distraída — comenta rindo.
Reviro os olhos e me jogo na cama na parte ao seu lado. Ele põe o seu braço rodeando o meu ombro e me puxa para mais perto.
— Eu te amo — declara calmamente
— Eu também te amo — digo com um sorriso bobo no rosto.
Esses momentos calmos eram os que mais me agradavam, estar ali ao seu lado sem me preocupar com nada. Principalmente me importar com o que viria a seguir, só deveria me preocupar em aproveitar ao máximo.
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Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)
VampirEmilly Altermann, uma vampira que é melhor amiga de um lobisomem, tem uma vida normal de rebeldias contra os seus pais e os seus irmãos. Sua vida dá uma reviravolta ao descobrir que ao invés de só uma vampira - que já não é nada comum - ela é metade...