Capítulo 08 - Preparando a caçada

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Ainda me lembro daquele dia, nesse mesmo lugar. Essa sala cinza e essa mesa madeira e duas cadeiras. Daquele jovem de cabelos laranja rebelde, dos olhos castanhos duríssimos que poderia ser um delinquente qualquer, é poderia. Eu nunca imaginaria no que ele poderia se tornar, mas o velho sabia.

Meu trabalho era persuadir o para entrar na organização. Se fosse um delinquente já tinha aceitado de primeira, ele não. Mesmo tendo perdido a família em chacina inexplicável, o seu desejo de vingança não tinha florado.

_ Isso me faria igual a eles. - sentado encostado na cadeira com os braços cruzados – Estaria matando.

_ Às vezes usamos meios que justiça condena para obtê-la. Posso contar uma breve história da Deusa Diana na mitologia romana...

_ Artêmis na grega. - interrompeu o rapaz- "Para ter vida é preciso da morte". É participava das aulas sociologia e filosofia na escola e ler alguns livros de mitologia no ócio também. Com isso você acha que iria proporcionar o meu bem? Sua proposta é praticamente trocar isso aqui por outro sistema prisional à única diferença que daria fazendo uns "servicinhos" para governo e em troca eu recebo as informações dos assassinos da minha família e dar um cabo neles.

_ Mais ou menos meu caro – ele é exatamente inteligente.

_ Hmm...por que eu faria isso?

_ Porque eu sei você tem um senso de justiça e protetor. O que me diz da garota que ajudou na semana passada?

Ele apenas me olhou em silencio e depois apenas olhou para mão esquerda que ainda permanecia enfaixada. Acho que foi o único ponto vulnerável de toda aquela longa conversa.

_ Ok, não tenho mais nada pra perder.

Achei que fiz um bom trabalho, ganhei mais um parabéns do chefe. O que ninguém sabia naquele momento que timos despertado um monstro. O mais sanguinário e ágil assassino da Soul Socity durante uma década que ficara mais conhecido com o vulgo Shinigami Negro. Até desaparecer.

_ Sra Unohana – o guarda entrou na sala – O jovem está aqui.

_ Tudo bem – manteve meu sorriso – Obrigada!

O jovem entrou na sala, o guarda foi logo fechando a porta. Somente após de ouvir estalo da porta, o garoto tirou o capuz revelando a sua vasta cabeleira platinada.

_ Toushiro Hitsugaya. Sou Unohana Retsu, por favor, sente-se.

O garoto sentou a cadeira à frente, mantinha seu olhar fixo a mulher. Não transmitia emoção nenhuma.

_ Sou da Fundação Soul Society, ligada ao governo e estou aqui para fazer uma proposta. – o garoto nada mencionou. - Toushiro Hitsugaya, 17 anos, foi criado pela avó após falecimento dos pais. Utiliza o vulgo Dragão de Gelo preso por invadir sistemas bancários, do governo em beneficio próprio. Assim como seu comparsa Yukio Has...

_ Ele nunca foi meu comparsa ou companheiro, sei lá como vocês o chama. – interrompeu-a – sempre trabalhei sozinho. Nós estamos em disputa, entendam isso.

_ Por que estavam em disputa?

_ Isso não lhe diz o respeito.

_ Um código de Hackers...

_ Cracker, se diz fazer parte de uma organização do governo deve saber a diferença.

_ Me desculpa meu jovem. Faço parte do RH e Psicologia e não TI. – exibiu seu sorriso simpático, o jovem permaneceu calado. – Voltando ao nosso assunto inicial, nós da SS gostaríamos que você trabalhasse conosco, com suas habilidades. Em troca sua pena será diminuída e não passará viver em uma prisão convencional quando completará 18 anos em alguns meses.

_ Isso é ridículo. – zombou o garoto – Vocês já não tem uma equipe de melhores TI.

_ Não, meu caro. Não é para simples serviço de informática. Queremos as suas habilidades para algo maior.

_ O que seria esse algo maior – revirou os olhos.

_ Só aceitamos que possui excelentes habilidades, e você está incluído. Irei falar no momento que aceitar.

_ Não tem que aceitar.

_ Bom, sei que sua invasão aos dados do governo é para isso. – empurrou uma pasta bege para ele.

O garoto abriu a pasta, arregalou os seus olhos turquesa. "Como eles poderiam saber do seu segredo"

_ Se aceitar terá todas as suas respostas. – falou convicta.

_ Aceito.

_ Ótimo. – sorriu.

_ Então qual é a missão, Sra Unohana?

_ Encontrar o Shinigami Negro.

******

Era rotina de todas as noites. Antes de deitar verificar mensagens ou se havia chamadas perdidas dele.

_ Nenhuma. – suspirou a ruiva. – Hoje também não respondeu.

A ruiva encosta na cabeceira da cama e fecha os olhos.

_ Por que isso está acontecendo? – pensou alto.

Havia mais de semanas que o Uryuu não respondia suas ligações ou mensagens, a maioria dos encontros era somente no Hospital. Os encontros fora do trabalho eram raros. Para sair ele sempre tinha uma desculpa: reunião com pai ou com admistradores do hospital, algum plantão de emergência ou qualquer outra coisa. Ela nunca questionou nada sobre isso.

Talvez o namoro deles tenha esfriado. Talvez ele não a ama mais e não fala para ela não sofrer. Mas isso ficou assim por culpa dela? O que ela fez para que o moreno afastasse?

Duvidas ocorriam na sua cabeça, queria ligar para alguma amiga para desabafar. Arisawa estava na concentração da equipe de esporte. Rangiku já deve está dormindo. Além do mais já passava da meia noite.

Desabou a chorar. Sentia culpada sem saber o motivo. Encolheu as pernas, abraçando-as. Seria quase seis anos de namoro jogados fora, mas que burrada que ela devia ter feito? Sempre foi fiel, atenciosa com ele... mas o quê?

Fidelidade... a imagem do quase beijo com Ichigo veio na sua cabeça. Não podia negar Ichigo é sedutor natural e aquele beijo foi tentador. Foi um primeiro momento que ruivo foi mais ousado com ela. Ele sempre foi carinhoso e educado. Não ultrapassa nenhum limite com ela. Sentia bem quando estavam juntos. Aquelas palavras ditas fazia repensar da situação do seu namoro com Ishida. "Até hoje sem nenhum pedido de casamento? Nem de morar juntos pelo menos?""Oras, você não acha muito tempo de ficar só no namoro e sem nenhuma perspectiva? Eu teria lhe pedido em casamento em três meses." Será que foi sincero ou foi de brincadeira?

Seu coração palpitou mais rápido, um pequeno sorriso formou no seu rosto. Levantou seu rosto e fitou para lua que refletia no seu quarto:

_ Talvez eu esteja apaixonada por você, Ichi. – sussurrou

O que ela não imaginava que o próprio a observava e ouviu sua declaração com um grande sorriso vitorioso nos lábios.

Trouble MakerOnde histórias criam vida. Descubra agora