Capítulo 2- Quebra cabeça

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Já estava ali quase um mês e aquela rotina hospitalar já estava cansando o rapaz de cabelos rebeldes. Era basicamente visitas o dia todo de médicos, fisioterapeutas, psicólogo, enfermeiros no quarto. E a comida, melhor nem comentar. Ou a sobremesa era doce de mais, ou a comida salgada de mais. Francamente. A cozinheira deveria ser despedida o quanto antes... Para o bem dos pacientes!

Quem ele desejava, não aparecia: Orihime. Não que ela não o visitava, mas sempre estava acompanhada com alguém da equipe, principalmente do Dr. Ishida, com quem, convenha, não demonstrava muita afeição. Era complicado conversar sobre o que mais o intrigava: deles serem primos. Isso poderia ser a peça chave para suas lembranças retornarem. Tudo que ele queria era só uma chance a sós com ela.

–x-

A ruiva estava parada em frente da cafeteira na sala dos médicos, perdida em seus pensamentos. Olhava para a máquina como se estivesse olhando para o nada. Estava completamente distraída em seus devaneios.

_ O que devo fazer? – Falou sem pensar.

_ Fazendo plano para amanhã? – Um abraço por trás fizera-a voltar para a realidade.

_ Uryuu! Estamos em local de trabalho! – Repreendeu-o.

_ Não tem ninguém por aqui! – Respondeu o rapaz mordiscando a sua orelha. – Você ainda não me respondeu.

_ Amanhã é o dia do meu primo levar alta!. – Virou-se para o namorado.

_Hmm... Mas isso não nos impede de saírmos. – O moreno a envolveu pela cintura, beijando-lhe a carne branca do pescoço, como sabia que ela gostava.

_ É que quero passar um pequeno tempo com ele... – Não terminou a fala, percebendo um Dr. Ishita completamente enciumado a sua frente. – Mas podemos planejar o final de semana, já que não teremos plantões. – Disse com um pequeno sorriso tímido.

_ Tudo bem, vou concordar com você. – Selou os lábios de Orihime com beijo ardente.

_ Ham... Já lhes ensinei para usarem os consultórios vazios no final do corredor para suas reuniões particulares? – Os pombinhos separam-se ao ouvirem a voz debochada.

_ Ran-Rangiku! – Gaguejou a moça com as maçãs do rosto coradas superficialmente.

_ Euzinha!– a moça loira de cabelos curtos, de corpo escultural e sempre de bom humor – Vocês têm que ser mais discretos, não é todo mundo que gosta de ver esse tipo de cena.

_ Olha quem fala. – O rapaz ajeitou os óculos.

_ Sempre sou discreta. – Sorriu – Quem diria o Dr. Ishida, com sua imagem impecável. – o zombou.

_ Nem vou discutir com você. – soltou a Orihime que estava meio sem saber que fazer e caminhou em direção à porta.

_ Não precisa ficar nervoso, ok? Foi só uma brincadeirinha. - Falou num tom sério. – Para redimir, vou falar algo sério agora.

_ Diga. – O rapaz parou na porta com a mão na maçaneta

_ Pode deixar que eu faço o parto dos seus filhos. – Soltou uma gargalhada.

_ Ah nem, Rangiku – O moreno saiu da sala.

_ Nossa sem humor! – Olhou para Orihime – E você?

_ Eu o que? – perguntou em dúvida

_ Está preocupada com alguma coisa?

_ N-não. – forçou um sorriso – Estou tranqüila.

_ Não esconda de mim. – Sentou no sofá da sala – Sei que algo lhe aflige. Somos amigas há bastante tempo.

_ Estou bem – Sorri – Acho só estou um pouco cansada. – Sentou-se ao lado da loira.

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