Prólogo

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  Abro os olhos na esperança de ser apenas um pesadelo, mas sinto o peso dos seus olhos sobre mim, fazendo minhas pernas tremerem. Não é um sonho e muito menos pesadelo, é real. Ele toca o meu tornozelo e os meus olhos se enchem de lágrimas. Eu não quero que ele me toque. Faço uma pequena oração, entretanto Deus não vai me ouvir, ele nunca me ouve.

  Me remexo na cama indo de um lado para o outro, na infalível ideia dele não me tocar. Esse monstro crava suas unhas nojentas na minha pele e faz um barulho com os lábios, para que eu me calasse. Não, isso não pode estar acontecendo de novo, eu quero gritar pedindo ajuda. Mas sei que ninguém vai me ouvir, ninguém nunca me ouve. É como se eu fosse um nada no meio de tantas pessoas.

— Minha menina, fique em silêncio!— sussurra passando às mãos na batata da minha perna — Não quer que sua mãe descubra o que estamos fazendo aqui, né?

  Pergunta agora me olhando nos olhos, instintivamente os fecho com medo. Mamãe não iria acreditar em mim, ela nunca acredita em nada que eu digo, mamãe é cega de amor por este homem. Lágrimas queimam minhas bochechas. Meu coração está acelerado com medo do que pode vir acontecer. O nervosismo me consome por inteira, não quero que ele me toque, eu tenho medo do toque dele.

— Eu vou contar tudo pra minha avó. — sussurro balançando o meu corpo para todos os lados, tentando me desviar do seu toque.

— Vai contar? Aninha você só tem dez anos. Quem vai acreditar em você? — ele serra os dentes no meu pescoço, eu solto um grito, ele abafa minha boca me impedindo de respirar. — Eu mato sua mãe, seus irmãos, sua avó os seus amigos, todos que são importantes pra você na sua frente, sabe por quê? Porque és minha.

  Meus olhos ficam arregalados com o que eu acabei de escutar, ele disse: Matar. Ele quer matar todos, é isso? Meu coração começou a saltitar me deixando mais nervosa ainda, quero fugir para longe deste homem mau.

— É isso que você quer, Aninha? — ele sopra no meu ouvido.

— Não, eu não os quero mortos. — minha voz fraca e rendida.

  Abro os olhos, tive mais um pesadelo, choro sozinha no meu quarto me perguntando até quando terei esses sonhos.

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E

stamos de volta.
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(Concluído) O Indecente do meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora