Quarenta e três- Nosso fim

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Narrado por Andrew:

Como ela consegue ser tão difícil assim? Por uma coisa boba, não pensei que ela fosse tão... Tão, ah, procuro a palavra ainda.

Eu sei que ela pensou que eu fosse atrás dela, mas eu não fui. Já mudei demais por ela, chega. Se ela pensa que eu vou ficar correndo atrás dela, ela está muito enganada.

Eu a amo demais, mas eu já sou homem para ficar aguentando as criancices de Ana.

Com a minha mente a mil, eu fui para o bar do hotel, e bebi a noite toda. Não queria te que ir para o quarto e vê-la lá chorando. Quando deu três da manhã, eu estava um pouco sóbrio então voltei para a suíte. Procurei Ana em um dos quartos e a encontrei, retirei minha roupa e deitei.

Depois de uma hora sem conseguir dormir, ouvi os seus soluços e sei que ela está chorando por achar que estou dormindo. Idiota! É isso que eu sou.

No dia seguinte, eu acordei e passei às mãos do lado da cama e ela não estava. Demorei um pouco para raciocinar. Então me bateu um desespero sobre ela ter ido embora.

Levantei e saí do quarto e a encontrei sentada no sofá de pernas cruzadas. Bebendo um café com o olhar distante, eu fiquei ali a observando, até que ela falou.

— Vai ficar olhando, vai tomar um banho e tirar este cheiro de cachaça... Antes da gente conversar. — ela falou sem me olhar.

Eu sorri, me virei para o quarto, não vou mentir eu gosto quando ela me manda fazer às coisas. Ela é perfeita, eu é que às vezes me faço de cego para não ver.

Tomei um banho rápido e vesti uma roupa, e voltei para sala, ela continuava com o olhar distante só deitou no sofá.

— Não quero que doa... — ela resmungou.

Me aproximei dela e sentei na ponta do sofá, e alisei o seu cabelo. Ela soltou um ar preso.

— Do que está falando, Ana? — perguntei sentindo um nó se formar na minha garganta.

— Eu já sofri Andrew, e eu não vou ficar uma noite acordada mais por ninguém. Nem que esse alguém seja você, sabe que é difícil para mim, ainda mais alguém como você. Eu fiquei desesperada sem saber se você estava vivo ou morto, no hospital ou debaixo de uma vagabunda. Mesmo que você não tenha me dado nenhum motivo para eu pensar em uma traição. A minha mente é a minha ruína.

Ela parecia não tão mais distantes, seus olhos estavam me fitando.

— Aonde você quer chegar com essa conversa? — perguntei respirando fundo, o medo de perder ela me tomou.

— Eu quero... — ela fechou os olhos e respirou fundo, e mesmo assim meu desespero apareceu. — Acabar com o que é que a gente tenha começado, aqui. Foi muito bom tudo o que passamos, tudo que vivemos, mas ainda estou nova para entrar em um relacionamento como esse... — a interrompi com raiva, levantando.

— Ah, então é isso? Parabéns, Ana. O homem que você conversou ontem, te amostrou o quão gostosa você é. E que não precisa se envolver com um homem onze anos mais velho que você? É isso ANA?— eu estava com raiva, um ódio me tomou, me cegando.

— Ah, qual foi? Não tem nada a ver, com o garoto de ontem, nem se quer eu sei o nome dele. — resmungou levantando.

Por um momento me esqueci de tudo, e me perdi nas curvas do seu corpo.

— Andrew, eu acho que nós dois nos apressamos com isso tudo. Não faz nem quatro meses que nós nos conhecemos e olha tudo que aconteceu desde então. Fui taxada como a amante, uma garota esperta ao traçar um homem casado. Levei um tiro do meu próprio irmão porque eu fugi de você naquele dia, quase morri. E depois, o meu acidente por sua CULPA EU PERDI O MEU FILHO. Foi por você ter colocado aquela criança dentro do seu apartamento, e ali naquele dia eu descobri que não era a única. Quantas são Andrew? Quantas foram às mulheres que você fez juras de amor? Quantas mulheres você traiu a pobre da Blair... — ela jogava tudo na minha cara, e minha raiva aumentou.

Caminhei até ela é a segurei pelos braços a fazendo me encarar, e ela me olhou. Eu queria beijar ela, queria abraçar e dizer que nada mais no meu passado importa que ela é única na minha vida. Que não existe outra somente ela, mas fui covarde e a afastei e disse.

— Pois bem, Ana. É isso que você quer, então vamos lá... — digo a surpreendendo — Arrume às suas coisas, você vai voltar para o Brasil, vou embora da sua vida para sempre, não há nada que outra não possa preencher. — digo a puxando para o quarto. — Arrume suas coisas, vamos. Vou ligar para o aeroporto e reservar a sua passagem...

— Você... Não vai? — ela perguntou gaguejando, vi o desespero transpassar pelos seus olhos.

Neguei com a cabeça, e pensei em uma mentira para falar.

— Como você mesmo disse, eu não sou um homem que sossega com uma mulher, vou encontrar aquela mulher de ontem. — digo dando de ombros, tentando ser frio o suficiente como eu fui com as outras, como eu sempre agi. O único problema é que eu e não sou mais aquele homem eu mudei.

Os seus olhos caíram e eu me senti um merda por fazer ela pensar que eu a traí.

— Tá bem! — disse quando a joguei no quarto.

Caminhei até o telefone e liguei para o aeroporto, tem um vôo para daqui a duas horas, ele vai parar em Nova York primeiro.

...

Ela acabou de embarcar, e quando ela virou as costas eu a vi partir, ela se foi o grande e único amor da minha vida. Deixei às lágrimas caírem dos meus olhos, pois sabia que eu não a veria por um tempo.

Narrado pela Ana:

Meu mundo acabou de cair por cima da minha cabeça, e eu estou com raiva e ódio. Como foi que eu cheguei a pensar, que ele me amava, que jamais me machucaria.

Ele ficou, e eu estou voltando para casa, com um grande vazio dentro do meu peito.

O que me sobrou? Dor, ódio.

Eu havia prometido a mim mesma jamais entregar meu coração a ninguém, então eu entreguei. Me machuquei, tanto quanto da última vez.

Pois agora eu vivi, uma coisa diferente com ele.

Mando uma mensagem para Gabe, e digo que estou indo morar com ele. Que ele é o meu negão, e eu preciso dele!

Agora o que me resta é superar.

Eu sei que na maioria das vezes eu sou culpada, mas como botar de em um relacionamento desses? Eu sou culpada, nunca deveria ter começado.
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SURPRESA💝💝

FALTA 8.

(Concluído) O Indecente do meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora