Parte 3- Desespero

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   O meu pior pesadelo, estava acontecendo. Eu forcei a minha mente para lembrar do Andrew, do homem de olhar triste, e lindo que veio me ver mais cedo. Todos saíram para ir em suas casas tomarem banho, vovó me contou que ele é o meu namorado. E disse que eu praticamente estava morando no seu apartamento.

— Ai, vovó! — resmunguei passando às mãos no braço, pelo pano que ela tacou em cima de mim.

— Ai, nada. O menino é bom, ele gosta de você. Fique sabendo que ele foi viajar só para contratar o melhor médico para operar sua cabeça.

   Eu abri um pequeno sorriso tímido, saber que ele se preocupa tanto comigo, significa que eu amava ele e, ele também me amava. Ela me encarou por um momento, e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Filha, ela está aqui! — vovó disse, e encarei ela sem entender. — Sua mãe, ela quer te ver.

— Por que ela não vem... — digo dando de ombros.

— Mas, você não se importa dela entrar aqui? — perguntou a vovó.

— Iiiih vó, por que eu me importaria se ela é minha mãe. A senhora sabe que eu amo ela, né? — Que ideia! Minha mãe.

   Ela parecia estranha, mas abriu um sorriso tímido.

— Vou ir chamá-la. — disse ela saindo.

   Eu esperei a mamãe, que saudade dela, eu a amo tanto. Por ser a única filha mulher dela, ela sempre me apoiou em tudo.

— Oh, meu Deus! Aninha. — mamãe diz, vindo desesperada caminha até mim beija minha mão. Eu me senti a filha mais amada do mundo todo. — Eu sinto muito meu amor, só que não me deixaram vir te ver antes.

   Ela disse com lágrimas nos olhos, eu senti meu peito arder, e às lágrimas descer pela minha face.

— Mas, porque a senhora não podia vir me ver, oras, a senhora é a minha mãe. Deveria ser a primeira a estar aqui. —  resmunguei.

— Calma filha, você não se lembra o porque disso, mas deixa eu aproveitar o momento. Por favor, deixa eu te abraçar a beijar? — perguntou.

   Abri meus braços, e ela veio ao meu encontro. Abracei a minha mãe não com tanta força, porque força é uma coisa que eu não tenho agora. Senti uma dor na barriga, e eu desfiz o abraço.

— Desculpa, eu... Eu não queria te machucar. — resmungou.

— Mãe, a senhora jamais me machucaria, é que eu estou com ponto aqui, e nas costas. Não posso fazer muito esforço

   Ela parecia com um olhar triste, mas mesmo assim não disse nada

— Posso atrapalhar um pouquinho? — perguntou o médico que me fez as perguntas mais cedo.

— É claro doutor! — disse mamãe, e levantou deu um beijo na minha cabeça e saiu. — Tchau filha.

— Tchau, mãe.

  Ele seguiu ela com o olhar até a porta, e depois se virou para mim e sorriu.

— Como se sente Ana? — ele perguntou anotando algo em sua prancheta. — Ah, que burrice a minha, eu me chamo Felipe.

— Prazer doutor! — digo ele continuou escrever na prancheta, fiquei curiosa.

— Não era o meu dever vir aqui, mas eu me ofereci. Quero saber como está? Está sentindo muitas dores, na cabeça e na parte operada na barriga? — eu sorri, virei minha cabeça para o lado pensando no que eu ia responder.

— Ah, você sabe que eu estou bem doutor. Uma dorzinha aqui e ali não faz mal a ninguém. — eu disse para descontrair.

— Claro que faz...

— A dor é psicológica. — digo convicta.

— Não é não... Quer ver, se eu pego agora o meu dedo e pressionar na sua recém operação. Você por um acaso irá sentir dor psicológica? — perguntou.

— Ah, ai é diferente. — sorrio.

— Não, não é. E pare de fazer esforço rindo, isso pode te causar danos irreversíveis.

— Iiiih doutor para!

— Ok, estou brincando. É só para descontrair mesmo.

— Uhum... Sei. — digo séria.

— Está com fome? — perguntou.

— Sim, eu estou doida para comer um bife cheio de cebola... — ele me interrompeu.

— Só daqui há um mês, por enquanto você só vai comer comidas orgânicas e sem gorduras. — ele disse.

— Mas, ai que merda.

— Não faz esforço... — ele disse e continuou. — Vou mandar a enfermeira, mandar a copeira trazer seu almoço, mais tarde eu volto.

   Felipe diz saindo me deixando lá sozinha, sem ninguém. Ah tristeza.

Narrado por Andrew:

   Mandei prepararem o jatinho da empresa, eu fui no meu apartamento e mandei eles não deixarem mais ninguém subir. Peguei roupa para eu ir, duas mudas de roupas já estavam bom. O jatinho vai sair do aeroporto do Galeão, eu havia a empresa. Sebastian está na frente.

Horas depois...

  O vôo está tranquilo, faz 6 horas que estou sentado nesse banco, nervoso. Tentei ler um livro, mas não consegui. Trouxe um da Ana, que a gente chegou a comentar nos dias que passamos juntos.

Como eu era antes de Você.

   Eu peguei ele para eu ler, como o que eu estava lendo não estava bom, li esse.

   Até que é legal, a não ser claro, pelo excesso de doçura. E que sacanagem o melhor amigo dele ter ficado com a ex-mulher dele. Isso é uma sacanagem sem tamanho.

  Bebo uma taça de vinho aqui, outra ali. Tento escrever um relatório para mandar para o meu pai, só que eu não consigo. Minha mente só é levado a ela, como ela está agora. Por que eu disse que amava ela? Não, é cedo demais para eu amar uma pessoa? Eu vivi sete anos com Blair, e o único sentimento que eu nutri por ela foi desejo nada mais. Talvez por termos que casar por causa da empresa.

________________¤¤¤ The end.

(Concluído) O Indecente do meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora