Como sentir raiva da mulher que se ama? Não consigo, fiquei atrás dela até descobrir o seu paradeiro.
Até então, eu não sabia que ela estava assim, tão magra. Ela está assim por minha culpa, por nossa culpa.
Mas como ela vai conseguir ser mãe nesse estado.eu mandei um amigo meu desenhar uma imagem dela, eu citei cada detalhe do seu rosto, e passei a todos os dias admira-lá.
Isso fez com que o meu amor não se esfriasse, que eu não desistisse dela. Ela teve o tempo que precisava para pensar, e eu não me envolvi com ninguém, não por meu pau não subir, e sim porque ele já ter dona. Ela é a mulher com que eu quero passar o resto da minha vida.
Ela está diferente, não tem mais aquele brilho no olhar. Não tem mais aqueles cabelos saudáveis como antes, vendo agora estão desleixados. Não que eu me importe, mas ela nunca foi assim, e ela parece carregar com ela uma culpa sem igual.
Me dói ver isso, me dói muito olhar nos olhos dela e ver somente tristeza, não aquele amor que um dia compartilhamos.
Três meses, foram três meses sem olhar no fundo dos olhos castanhos dela. Três meses sem encostar minhas mãos na pela morena dela, que é só minha
E agora, não somos só nós dois, temos o nosso filho ou filha. Como minha mãe reagirá ao descobrir que vai ser vovó? Estou tão feliz, mas ao mesmo tempo triste pelo estado deplorável de Ana. O desenho que eu carrego comigo, não tem nada a ver com ela. Ela mudou e de algum modo isso me atinge, porque eu não acho que sofri tanto. Até por quê, eu sabia aonde ela estava, a avó dela me ligava toda vez que Ana mandava notícias. Para mim ela estava bem, e eu a amo demais para vê-la neste estado deplorável e não fazer nada.
Não me importo com os olhares dos meus empregados da empresa, que estão me olhando agora. Vejo a amiga de Ana, e sorrio em agradecimento por ter deixado ela subir, ela cora na hora.
Ana parece estar acordando, coloco a mesma no banco do carona, e coloco o cinto nela. Ligo o meu conversível e pego o caminho, do mesmo hospital das últimas vezes.
Me mudei definitivamente para o Brasil, só por causa dela, e eu acabo de perceber que ela ainda usa o anel de noivado, que está um pouco grande no seu dedo fino.
Engoli em seco, ela não pode estar tão mal assim, não pode. Não quero que nada aconteça com a mulher que eu amo e com o meu filho.
Eu sou pai, uma coisa que eu nunca liguei, foi querer ter um filho. Mas, hoje aos trinta e quatro anos, eu vou ser. Não de uma mulher qualquer, e sim da minha mulher, minha futura esposa. Eu a amo demais, e vou reconquistar ela.
— Para onde está me levando? — perguntou ela me olhando.
Virei meu rosto para o dela, quando o sinal fecha, eu procurei nela a minha Ana, e tentei encontrar naquelas olheiras resultado de noites maus dormidas. Uma culpa me atinge, eu poderia ter impedido isso, era só o que eu pensava.
— Vou te levar para uma consulta com uma nutricionista, — eu disse. —e espero realmente, que não seja contra isso. Quero tanto como você, como nosso filho fique bem.
Eu disse, ela sorriu e depois fechou a cara. O sinal abriu, e eu voltei a olhar para entrada, ainda não é nem a hora do almoço, mas tem um pouco de engarrafamento.
— O bebê, está com três meses e duas semanas... - ela parou, respirou fundo e disse. - A médica que me consultou disse que o bebê está bem forte. - Ela mexeu na bolsa, retirou algo de dentro dela e segurou forte. - A primeira ultrassom.
Eu a amo tanto, e quero que ela haja assim comigo, de agora em diante.
- Muito obrigado, Ana. Por permitir que eu participe disso, de verdade. - Eu agradeci.
Ela ficou calada, não disse nenhuma palavra, me observou. Estacionei no estacionamento do hospital, e segurei ela.
(...)
Ela não me deixou participar da consulta dela, até que eu não poderia obrigar ela a nada.
Uma hora depois ela saiu da sala da médica, com a mão cheio de receitas. Fomos para o carro, antes de deixar ela na casa da avó dela fomos para na farmácia mais próxima. Comprei todos os remédios escritos na receita, a maioria era vitaminas por conta da gravidez. Não queria levar ela para a casa da avó, ela não vai estar protegida lá, não mesmo.
Estaciono na esquina da sua casa, e pego Ana pelo braço, e chamo na casa da avó dela. Minutos depois a velha aparece, vestindo uma roupa simples. E está mais viva que nunca.
- Oh, Andrew. Ana, pera o que aconteceu com você? - perguntou dona Lúcia olhando assustada para Ana.
- Surpresa! - brincou Ana, e sua avó fechou a cara. - Não me aconteceu nada, Vó. Voltei para casa, só isso.
Sua avó ficou olhando para ela, e seus olhos eram de pura reprovação.
— Tá bem, venha vamos entrar. Andrew quer entrar para almoçar, já vou avisando é comida simples. — Ela disse e eu sorri assentindo.
Entramos na casa, e eu estava um pouco nervoso, é como se eu fosse um adolescente e estivesse prestes a conhecer os pais da minha namorada. Sendo que isso não é real.
— Vó, tenho que te contar o motivo da minha volta para o Rio. — Ana disse.
Ela estava agindo como se eu não estivesse aqui, e de alguma forma isso está me machucando, por que eu a amo demais.
— Sua mãe está morando aqui, — Lúcia disse e Ana parou no mesmo lugar aonde ela estava, suas mãos foram até os seus cabelos e os jogaram para trás em um sinal de nervosismo. — eu queria te contar, mas não pude.
Ana olhou para mim, e seu olhar estava embargado por lágrimas, então eu entendi o que seu olhar me implorava.
— Senhora Lúcia, eu só vim trazer Ana para ver a senhora, e já que a casa está cheia vamos voltar, para o meu apartamento. — Eu disse abraçando ela por trás, a mesma encostou a sua cabeça no meu ombro, e sorrio.
— Oh, meu Deus, isso quer dizer que vocês voltaram? — perguntou ela quase gritando.
— N... — a interrompi.
— Sim, dona Lúcia. Voltamos! — e beijei o topo da cabeça da Ana.
— Graças a Deus!
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(Concluído) O Indecente do meu Chefe
Romance#21Loucuras - 29 setembro Andrew Clark, quais são às palavras que definem este homem? Com certeza, compaixão não é uma delas. Ele é prepotente, indecente, imoral, devasso, arrebatador, marcante... São milhares de palavras que definem um único homem...