Eu tentei, de verdade, tentei ficar, mas eu não consegui. A forma como ele me amou, nessa noite me desconcertou totalmente.
Peguei minhas últimas economias no Banco, que era 3 mil reais, e fui para longe do Rio de Janeiro, um lugar aonde eu sei que ele jamais iria vir atrás de mim. Peguei meu pequeno gol e segui viagem pela madrugada. Eu não queria ir, mas também não posso ficar fingindo de Cinderela a vida toda.
Limpo às últimas lágrimas, quando pela manhã eu chego em Minas, e vou para uma pousada simples do meu amigo. É quase dez da manhã quando estaciono o meu gol em frente a pousada, ela é bem aconchegante. Buzino três vezes até ele sair, coloco o melhor sorriso no rosto para falar com o Gabe.
— Quem é? Sabia que está incomodando meus inquilinos... — Gabe para de falar assim que me vê — Oh, meu Deus! Não acredito que você está aqui, cadê o gostoso do Andrew Clark?
Foi só ele falar o nome dele que as lágrimas encheram os meus olhos e ele correu até o carro e abriu a porta.
— O que aconteceu, Amiga? — perguntou.
— Eu amo tanto ele... — digo entre os soluços, ele me abraçou.
Ele me ajudou a descer do carro, e me abraçou, eu tenho o melhor amigo gay que alguém pode ter tido na vida. Ele me aperta em seus braços, arrancando mais soluços. Me tirou da rua e me carregou para dentro de casa, tinha algumas pessoas tomando o café. Ele me levou para o quarto dele, eu o abracei e ele retribuiu, ficamos assim até eu dormi.
— Por que, fez isso? Hein? Eu não fiz nada para você. — Andrew sussurrava com raiva, meu coração parecia querer saltar para fora.
— Amor, por favor... — ele me interrompeu gritando e meu coração se encolheu dentro do meu peito.
— Amor é o caralho, você não presta...
— Não diz isso por favor! Você sabe muito bem, que eu te amo...
Senti meu corpo ser balançando de um lado para o outro, então abri meus olhos e vi que era Gabe tentando me acordar.
— O que está havendo meu amor? — ele perguntou seu olhar estava com um tom de desespero.
Me levantei e me encolhi na cama, juntando minhas pernas coloquei minha cabeça entre as mesmas. Soltei um grito de raiva sentindo seus braços me envolvendo.
— Estou com medo. — confesso de olhos fechados.
Contei tudo pra ele, todos os detalhes, ele ficou me olhando com os olhos cheio de reprovações. Gabe me mandou voltar para o Rio de Janeiro, que eu estava perdendo um homem maravilhoso.
— Não, eu não posso! Você sabe que isso não vai acontecer, eu preciso de tempo. E eu quero ter esse tempo, preciso pensar se é isso mesmo que nós dois queremos.
— Você está se ouvindo, Ana? Ouve bem, o que você está falando, Ana! Você está tomando a decisão sozinha, sendo egoísta com ele.
— Não vou voltar atrás! Agora deixa eu dormir um pouco, estou muito cansada — eu disse ele negou com a cabeça.
— Vamos comer, preparei seu bolo de cenoura preferido, aquele que só eu sei fazer!
— Ah, é? Com bastante cobertura de chocolate? — pergunto forçando um sorriso.
— Sim, meu amor! Ah, me conta todos os detalhes do corpo desse homem.
— Eu não! Você vai ficar fantasiando com ele! — taco o travesseiro na cara dele.
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(Concluído) O Indecente do meu Chefe
Romance#21Loucuras - 29 setembro Andrew Clark, quais são às palavras que definem este homem? Com certeza, compaixão não é uma delas. Ele é prepotente, indecente, imoral, devasso, arrebatador, marcante... São milhares de palavras que definem um único homem...