Quarenta e quatro- Gabe/ Reencontro

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Três meses depois

Gabe observa eu me afastar, eu o olho e ele me dá um breve aceno de boa sorte.

Me mudei para minas, até descobrir a minha gravidez de três meses e duas semanas, eu estava tão mal que nem havia reparado a mudança repentina do meu corpo, a fome que eu sentia, a preguiça que eu tinha em acordar cedo e ajudar ele com as tarefas.

Não fui para o Rio de Janeiro, desde que eu voltei para o Brasil, não tenho mais notícia de ninguém- Andrew-, procurei não saber da sua vida para não me machucar mais. Dói, por que eu percebi que tudo acabou.

A ficha ainda não tinha caído, só quando eu vim para a casa de Gabe, e ele me consolou eu me deixei levar pelas lágrimas.

Agora eu vou ser mãe, e o pai do meu filho não sabe da existência dele. Por enquanto, não quero que meu filho não tenha pai, eu quero que ele participe de tudo que ele tem o direito.

Entro no meu gol, agora pintado de amarelo, eu tive que mudar a cor dele. Semana passada eu o levei para fazer revisão, agora todo o cuidado é pouco.

Não sei se ele ainda está no Rio de Janeiro, vou saber quando eu chegar na empresa. É para lá, que eu estou indo, a viagem foi cansativa.

A noite toda dirigindo, parei no mínimo em quatro posto de gasolina para vomitar, eu não aguento mais ficar enjoada por nada.

Meu pequeno mostardinha foi estacionado em uma vaga qualquer no estacionamento. Estou usando uma roupa larga, a barriga é um pouco pequena mais é percebível.

Respiro fundo, e saio do carro. Eu emagreci muito, é possível ver a minha clavícula. Meus peitos estavam menores, e as minhas coxas avantajadas foram tomada por duas varas.

Por eu ter perdido muito peso, a médica disse que o bebê pode ser atingido.

Entro na empresa, e a recepcionista, Manu, ao me ver dá um grito estérico.

— Aninha! — gritou entusiasmada

— Pelo amor de Deus, para quê gritar? — pergunto ficando envergonha.

— Você está muito magra, perdeu pelo que me parece mais de vinte quilos. — ela dizia eufórica, me observando de cima a baixo.

— Amiga, eu vim pegar uma informação. — digo, ela me olha esperando que eu continue. —Andrew, foi para Nova Iorque?

A pergunta saiu. Ela me olhou, me puxou para perto dela, me abraçou e eu retribui.

— Ah, isso! Ele não foi embora. Ele está aqui no Rio, e está mais rude que quando o conhecemos.

Eu soltei um suspiro aliviada.

— Preciso falar com ele, agora! — digo observando qual seria sua reação.

— Olha eu posso ser demitida por isso, mas se for para mudar aquele homem, tudo bem! Vou te dar um cartão de visita, e você dá um jeito de entrar na sala dele. — ela diz e vai até o balcão e pega o cartão me entrega sorrindo. — Amiga eu sei que já se passou tanto tempo que nós não nos vemos, mas saiba que eu te amo de coração. E quero que seja feliz, e se você tiver que agarrar aquele homem para essa sua aparência mudar, vai e agarra ele Amiga. Lembra do sobe e desce que eu te disse!

Eu sorri a abraçando forte, fazia tempo que não ouvia a palavra eu te amo de alguém, que não era o Gabe.

— Também te amo, agora deixa eu ir logo. —digo.

Fui até o elevador, apertei o botão do último andar, e comecei a sentir borboletas no estômago. Minhas mãos começaram a tremer e comecei a soar. A porta do elevador abriu, e a vi a sala do Andrew logo ali na minha frente, senti vontade de voltar, mas não voltei.

— Boa tarde! — a secretária disse.

— Ah, boa tarde! Quero falar com Andrew Clark — digo e ao pronunciar o nome dele meu corpo tremeu.

— A senhorita tem hora marcada? — perguntou, como já fui secretária eu sei o que atinge uma secretária.

— Olha aqui, eu preciso falar com ele agora, pega a porra deste telefone e avisa que Ana Carolina quer falar com ele. — Eu sofria com isso, então eu sei o que dá medo nelas.

— Um segundo por favor! — disse ela pegando o telefone, discou o número direto da sala do Andrew. — Ah, me desculpe senhor, é que tem uma moça aqui disse que quer... Eu sei senhor, desculpe. Não, vou avisar. — desliga e me olha. — Como você viu, ele não quer ver ninguém...

Passei direto e entrei na sala dele, quando eu o vi, meu coração bateu mais forte, minha voz falhou, meus olhos se encheram de lágrimas e a vontade de fugir daqui, me veio a tona.

— O que você quer, Flávia? — ele perguntou sem levantar o olhar.

— Não é a Flávia! — eu disse, assim que eu falei ele me olhou.

Seus olhos vagaram pelo meu corpo, até chegar no meu rosto. Eu vi raiva, ódio e culpa. Tudo em apenas um olhar insignificante. Ele levantou e caminhou até mim, ele continua lindo, seus olhos azuis, ele continua alto. Meu corpo estremece quando sua mão toca no meu ombro.

—O que aconteceu com você? — ele perguntou.

Nossa pelo menos esperava um olá, e aí? Tudo bem?

— Preciso muito conversar com você! — digo retirando meus olhos dos dele.

— O que aconteceu com você? — continuou insistindo. — Está magra, está doente? Meu Deus, Ana.

Ele parecia nervoso, na verdade até eu estaria. Eu estou pele no osso, pareço aquelas mulheres drogadas.

— Não estou doente, eu vim te contar... — ele me interrompeu de novo.

— Venha vou te levar no hospital, vamos logo. Você some por três meses sem dar notícia e volta assim... — ele disse me puxando.

Isso quer dizer que ele não está com raiva de mim? Andrew foi me puxando para fora da sala dele. E eu já pude ver alguns seguranças chegando, e a secretária aflita.

— Para Andrew, eu só vim te dizer que estou grávida. — minha voz saiu em um sussurro.

Foi o suficiente para ele parar e me soltar, ele olhou para a minha barriga e para o meu rosto.

— Então, deu certo? — perguntou me olhando nos olhos.

— O que que deu certo? — perguntei sentindo uma leve tontura, ele me segurou e eu o agradeci em mente.

— Todas às nossas tentativas.

Ele disse com desprezo, o que me fez rever se era isso mesmo que eu queria? A pena dele, eu não quero que ele tenha pena de mim, ou pense coisas ao meu respeito.

O olhei nos olhos e disse: — Descobri faz três dias, e achei que você sendo pai, teria o direito de saber.

— E o que essa gravidez tem a ver com a sua aparência? Você emagreceu demais, perdeu às curvas do seu corpo. Ana o que aconteceu com você? — perguntou com o mesmo olhar de antigamente.

Eu o olhei nos olhos, seus braços continuaram segurando os meus, me impedido de cair.

— Não precisa ser um mágico para descobrir, o que aconteceu comigo Andrew. — digo engolindo o choro.

— Eu sinto muito! — murmurou engolindo seco.

Eu olhei em volta e todos tinham os olhos voltados para mim, e ele.

— Não, você não sente. Eu só vim te contar da gravidez, e já contei. Agora vou embora, eu preciso ir para casa da minha avó descansar eu viajei a noite toda.

— São duas horas, daqui até lá, venha. Eu te levo. — ele me puxou, e ao sentir o cheiro do seu perfume eu me fiz de tonta, e ele me pegou no colo. — Flávia cancele todas as minhas reuniões hoje, e remarque para semana que vem. E vocês quem os chamou aqui, vazam.

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Opa, tá acabando caramda.

(Concluído) O Indecente do meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora