Quatorze - O meu eu, sedutor

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   Eu estava me arrumando para ir ao apartamento do Andrew, na verdade eu estava no banho. Pedi a minha avó para trazer meus sabonetes líquidos, eu tenho um sabonete íntimo com o cheiro de rosa... Ah, sei lá, ele fez tantas promessas que eu tenho que estar preparada.

Depois de meia hora de banho, confiro tudo...

Depilação? Ok
Lingerie?Ok
Hidratante de corpo?Ok
Maquiagem?Ok
Roupa? Ah, ok.

   Um vestido longo fresco e preto, sem saltos graças a Deus. Só estou esperando o Andrew mesmo. Faço um coque no cabelo, e pego o meu celular e respondo as meninas no Whatsapp que mandaram várias mensagens de apoio, querendo saber como estou.

   Respondi todo mundo, desliguei o celular e o Andrew entrou pela porta, eu bufei para ele que estava parado me olhando com um sorriso  vermelho. Estranho!

— Demorou... — murmuro pegando a minha bolsa.

   Ele sorriu mais ainda, e pegou a minha mochila de roupas me seguindo com o olhar

— Desculpe Madame! — brincou ele.

— Ridículo, sabe que eu não estou com nenhuma vontade de ir para o seu apartamento. — murmurei saindo do quarto.

  Na verdade é que eu estou com medo que ele tente algo comigo, meu subconsciente não está preparado... nem eu.

— Você não vai se arrepender, você tem que estar preparada para o que eu quero fazer com você. murmurou quando esperavamos o elevador.

   Minhas mãos começaram a suar e meu coração a bater mais forte, eu não vou me preparar nunca.

Hahahah... Ana minha querida, você tomou banho com três sabonetes líquidos diferentes, e usou o íntimo três vezes. Lavou essa pepeka pra dar ela sua safada... Ainda diz que não está preparada. Se depilou, está usando uma calcinha e sutiã para uma noite de sexo... Inesquecível. Me diz ai o que você pretende? – Meu deus você é muito chata... Eu hein.

— Terra chamando Ana — Andrew brincou.

— Affe — soprei revirando os olhos.

   Depois do caminho que tivemos até o seu apartamento foi silencioso, eu não falei nada estou nervosa demais pra isso. O que ele pretende? Estou recém operada... Ora, ele não pode me forçar, Ah... Ok. Não será nenhum esforço... Mas, estou recém operada não posso fazer nada, ordens do médico. Como se eu e o Andrew fosse fazer algo... Ah, para impossível. Somos diferentes, quando digo diferente é diferente.

Classe.
Status.
Dinheiro.
Beleza.
Cor de pele...

  Apesar de eu amar um homem branco, gosto mesmo... Eu já sou preta ficando com um homem branco meu filho não vai nascer mais escuro que meu vestido. Aiiiii... Eu e o meu rascismo idiota. Pare já ANA CAROLINA você não é rascista, você é preta, mulata... gostosa e o seu papis é negro. Então é por isso!

   Quando descemos do carro, senti o peso dos olhares das pessoas sobre mim. Como eu fiquei sentada meu ponto começou a doer de novo, Andrew me ajudou a entrar no hotel.
Eu fiquei segurando os seus braços, até chegarmos no hall e os olhares ficarem mais intensos sobre nós.

— Andrew — chamei e ele parou.

— Eu? — respondo.

— Estou incomodada com as pessoas estão me olhando. — digo abaixando o olhar.

— Não seja por isso. — ele disse me pegando no colo.

  Eu escondi meu rosto de tanta vergonha que eu estava, ele me carregou até o elevador, e mesmo quando chegamos lá ele não me soltou. Me carregou no colo até chegarmos no apartamento, e me colocou no chão, com cuidado.

— Pronto, vai deitar que a enfermeira que eu contratei deve chegar em uma hora. — ele disse.

   Sabe quando a desilusão vem e bate no seu rosto te dizendo boas vindas, então ela está batendo em meu rosto nesse momento. Eu pensei que ele ia tentar me beijar, ou algo do tipo. Nesses últimos dias ele fez tantas promessas, em vão? Ah, merda.

— Andrew — o chamo.

— Fala, Aninha. — disse vindo até mim.

— Eu... Bom está doendo... — sussurro.

— Vem! — ele me pegou no colo eu envolvi meus braços em seu pescoço.

   Quando ele começou a andar até o quarto, eu encostei minha boca em seu pescoço, e deixei um beijo. Com os meus lábios ainda em seu pescoço senti ele se arrepiar, e mesmo assim ele não disse nada. Pego minhas mãos e passo pelo seus cabelos, e comecei a fazer trilhas de beijos até o seu queixo e fui descendo.

   Quando eu ouvi o barulho da porta, ele me levou até a cama e me colocou sobre ela. Ficou me observando por uns minutos, logo depois passou as mãos no cabelo.

— Foda-se! — disse e veio por cima de mim.

   Apoiei o meu corpo com os braços e levantei o olhar, fiquei encarando ele que estava com a respiração ofegante.
Eu não sei o que eu estou fazendo, só sei que eu quero isso.

___________________¤¤ The End.

(Concluído) O Indecente do meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora