Eu tenho um hábito muito estranho, como falar sem parar quando estou nervosa. Como roer todas às minhas unhas, quando estou ansiosa. E a pior, fechar os olhos quando estou com medo.
Meu maior defeito é me entregar, e eu não me arrependo de temos feito isso. Não, na verdade se arrepender por quê, por viver os melhores quatro/ cinco meses da minha vida? Ao lado de um homem maravilhoso como ele?
Só não tenho coragem de reatar com ele. Eu estou feliz, por quê? Bom ele não me chamou de mentirosa.
Eu já li em livros, coisas do tipo. Os caras sempre chamavam elas de vadias, diziam que os filhos não eram deles, mas na vida real não assim. Ele nem questionou, em nenhum momento.
Seus pequenos hábitos continuam os mesmos, como abrir e fechar os olhos quando está irritado, em uma proporção de segundos. Elevar às sombrancelhas quando está surpreso com algo, balançar às pernas quando nervoso.
Neste momento, todos os seus hábitos me fizeram sorrir, ainda o conheço como a palma da minha mão. Entramos na casa da minha avó, só porque ela disse que minha mãe não estava.
Andrew e eu estamos fingindo um relacionamento, só para eu não ficar aqui. Eu não tenho para onde ir, meu único lugar era aqui na casa da minha avó. E não vou ficar na casa dele, nós não temos nada.
Depois que comemos a comida que a minha avó fez, que foi filé de carne, com cebolas, arroz, feijão e batatas fritas. Eu comi três vezes, parece que ao sentir o gosto da comida da minha avó na boca, meu apetite se abriu. Talvez por Andrew está aqui, e não parece que às coisas tenham mudado. Pelo menos obrigo o meu subconsciente a pensar assim.
— Vamos, And. — eu digo, depois que vejo o meu irmão que atirou em mim, parado no corredor me olhando.
— Ah, é claro. Estamos indo dona Lúcia. Sua comida é maravilhosa. —ele diz colocando os braços envolta dos meus ombros.
Engulo em seco, mordo os meus lábios inferior com força, impedindo às lágrimas de descerem. Minha respiração fica pesada, acho que agora com a graças a gravidez estou muito emotiva.
Saímos da sala da casa dela e pegamos o caminho da saída. Entramos no carro dele e saímos sem falar uma palavra um com o outro. O silêncio estava reinando no lugar, e não queria ir embora.
— Andrew, muito obrigada. —agradeci. — Pode me levar de volta para a empresa, vou dá um jeito. Vou dormir na Manu. — digo mandando uma mensagem para a mesma.
— Não, você vai para a nossa antiga casa. Lá eu estou morando e é lá que vai ficar...
Era só o que me faltava.
— Quem você pensa que é para mandar em mim, nós dois já não temos nada. E eu quero de você distância... — digo mentindo.
Para quem eu quero mentir? Eu quero ele aqui ao meu lado, perto de mim. Quero respirar o mesmo ar que ele, quero dormir ao lado dele. Acorda com ele me olhando, acariciando o meu corpo. Quero transar com ele até não aguentar mais, quero que ele me toque em todos os lugares externos e internos do meu corpo.
— Sim, não temos. Mas você está carregando o meu filho na sua barriga, e precisa ir há um médico urgente. Você está doente... — le diz.
— Não estou doente, gravidez não é doença Andrew. — retruco fechando os olhos com força, estou com tanta raiva.
Lembro que não posso me estressar pois a gravidez se tornou um risco, para mim. Olhei para a estrada. Tudo pelo o meu filho, não posso me dar ao luxo de discutir com o Andrew. Já que eu não tenho aonde ficar, e não posso
morar na rua ou na casa da Manoela....
Abro os meus olhos e percebo que já estamos no apartamento, ele me pega no colo e eu me aconchego no seu colo. O calor do seu corpo me aquece, eu não quero acordar deste sonho, foi tão difícil tudo que eu passei sem ele. Todas às noites em claro, eu preciso tanto dele. Mas agora ele não vai me querer, olha como estou. Perdi todas às minhas curvas, tudo que me deixava gostosa o que sobrou foi osso. E quem gosta de osso é cachorro, e isso ele não é.
Minha boca ficou seca e a vontade de beija-lo apareceu, o que nos impede? Eu passei três meses longe dele, depois de ficar dois meses com ele grudado em mim. Me acostumei mal, quero a boca dele na minha agora, é um desejo meu.
Ele me levou até o meu quarto e me colocou sobre a cama antiga, ainda estava de tarde. Ele pegou o celular dele, e ligou para alguém. Eu fiquei ali, o observando, depois ele voltou para perto da cama e se sentou na beira e ficou me encarando.
Por um breve momento, o medo me tomou, pensei que ele me olhava por causa da minha aparência e fiquei com vergonha pelo meu estado está assim. Me virei e fechei os olhos, falei algumas coisas, o pedindo para ele sair que eu queria descansar. Ele não disse nada, apenas saiu me deixando sozinha com minhas lágrimas.
...
Sinto um enjoo e corro para o banheiro e vômito tudo que eu como na minha avó. Descanso minha cabeça no espelho do banheiro e lavo a minha boca. Vou até o meu antigo armário, e vejo se tem alguma roupa lá. Me surpreendo encontrando tudo que eu deixei, no mesmo lugar. Só que mais organizado.
Pego um pijama do Batman que eu deixei aqui, e o coloco, fica um pouco largo em mim. Eu penso em como eu cheguei neste estado deplorável. Minhas mãos estão soando, minha perna bamba. Faço um coque no meu cabelo, que está ressecado, e saio do quarto.
Ouço a voz de Andrew falando com alguém, e sinto minha garganta se torcer em mim. Entro no corredor e sinto o meu mundo se abalar, em minha boca se abre um sorriso. Ele está com uma cueca cinza, que deixa sua ereção bem marcada, que chegou a me dá água na boca. Uma blusa com uma imagem dele, e no ombro um cachorro com uma roupinha azul.
— Vamos lá, Lupi... Um, dois e três. — ele disse jogando ela para o alto.
Que inveja da Lupi, eu queria estar no lugar dela.
— Com licença... — digo e ele se vira para mim, um sorriso se abre em seus olhos. Fui me aproximar da cachorrinha e ela latiu para mim.
— Lupita, essa é a sua dona. Não pode latir para ela assim. — ele a repreendeu, se virou para mim e se explicou. — Eu a comprei antes da nossa viagem, eu iria te dar assim que voltassemos.
Engoli em seco, assentindo.
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Achei a música deles dois.
Vou deixar a letra aqui.
E eu desistiria da eternidade para tocá-la. Pois sei que você me sente de alguma forma. Você é o mais próximo do paraíso que chegarei, e eu não quero ir para casa agora.E tudo que eu posso sentir é este momento E tudo que eu posso respirar é sua vida Porque mais cedo ou mais tarde isso acabará E eu não quero sentir sua falta esta noite E eu não quero que o mundo me veja Porque não creio que eles entenderiam Quando tudo estiver destruído Eu só quero que você saiba quem eu sou E não dá para lutar contra lágrimas que não vêm Ou o momento da verdade em suas mentiras Quando tudo parece como nos filmes Sim, você sangra apenas para saber que está vivo E eu não quero que o mundo me veja Porque não creio que eles entenderiam Quando tudo for criado para ser destruído Eu só quero que você saiba quem eu sou
Golo Goo Dolls- Banda.
Iris- Nome da música.
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(Concluído) O Indecente do meu Chefe
Romance#21Loucuras - 29 setembro Andrew Clark, quais são às palavras que definem este homem? Com certeza, compaixão não é uma delas. Ele é prepotente, indecente, imoral, devasso, arrebatador, marcante... São milhares de palavras que definem um único homem...