Juntos

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E aí, carrapato. — Caíque cumprimenta Nathan, ao chegarmos no hospital, pela tarde.
E . Achei que vocês não viriam.
— Pegamos um engarrafamento infernal. — Explico, abraçando-o em seguida. — Mas então, como ela está?
— Na mesma. — Nathan suspira, olhando Marina pelo vidro. — Sei lá... Às vezes penso que a Ma não vai sair dessa.
— Ei, qual é? Você não pode pensar assim. — Caíque apoia a mão no ombro de Nathan. — Ela vai sair sim, e vai ser logo!
— Eu tento ser positivo, juro. Só que não é fácil vê-la todos os dias ali, deitada naquela cama, sem dar ao menos um sinal de melhora.

Caíque olha com tristeza para Marina, cercada por tubos e aparelhos.

— E a Catarina, como está? — Pergunto.
— Devastada. Não sei como ela está aguentando.
— Quem não parece se abalar com tudo isso é o Otávio. Ele age como se estivesse tudo bem.
— Cada um lida com a dor à sua maneira. Talvez ele não saiba demonstrar, Cá. — Tento justificar.
— Ou talvez só não sinta mesmo. — Nathan rebate.

Cerro meus lábios.

Sou incapaz de pensar que um pai não sinta a dor de ter uma filha em um estado tão delicado quanto o de Marina.

— Ei Nathan, precisamos te contar uma coisa. — Caíque diminui o tom de voz. — Ontem recebemos uma visita um tanto quanto... Inusitada.
— De quem?
— Vamos lá fora.
— Ok. — Nathan lança um último olhar para Marina, antes de nos seguir.

— Que tipo de ajuda ele quer de vocês? — Nathan pergunta, após ouvir toda a história

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— Que tipo de ajuda ele quer de vocês? — Nathan pergunta, após ouvir toda a história.
— Ainda não fazemos ideia.
— Sabe o que mais me intrigou? O modo como ele se referiu à investigação. Como se tivesse certeza de que não estão dando a devida atenção à ela. — Caique cruza os braços.
— Eu também acho que está tudo muito lento. Já faz quase dois meses e não há nenhuma pista de quem possa ter sabotado o carro. Não é possível que não exista nenhuma falha.
— É como dizem, carrapato: não existem crimes perfeitos. E já que a polícia não quer colaborar, nós mesmos vamos encontrar a falha de que precisamos. — Caíque sorri de lado. — Está comigo?
— Estou! — Os dois fazem um toque.
— Meu Deus! Eu vivi para ver isso! — Boquiabro-me. — Alguém, por favor, registra esse momento!
— Há Há. Engraçadinha. - Caique franze o cenho.
— Mas... E quanto a esse Leonardo? Devemos confiar nele? — Nathan retoma.
— Bom, ao que parece, ele é nossa melhor chance de encontrar esse assassino.

Nathan concorda e, logo em seguida, meu estômago avisa, estrondosamente, que estou com fome.

— Caramba! O que foi isso? — Nathan nos olha, assustado.
— Pulei o horário de almoço para poder vir aqui. — Explico, mordendo o lábio.
— Não acredito que você fez isso, Helena. Já disse que você não tem que se preocupar com o horário...
— Eu sou funcionária, como qualquer outro na empresa, Ca. Não quero ter regalias só porque sou sua esposa.

Caíque abre a boca para argumentar, mas eu o interrompo.

— E não se fala mais nisso.
— Vamos deixar de papo e matar o que está te matando então, Le.
— Ritz? — Caíque sugere.
— Ritz! — Sorrio e fico entre os dois, entrelaçando meus braços aos deles. — Estou varada de fome.
— Ah, que novidade. — Caíque ironiza, rindo. 

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