Helena perdeu seus pais em um trágico acidente, ainda muito nova. Desde então, trabalha duro para sustentar a casa e oferecer uma vida digna à sua irmã, Alice.
As dificuldades a fizeram ter sede de vitória e traçar um plano para sua vida: se formar...
— Ok, mas e depois? Vocês terminaram a conversa com um aperto de mão e um "Nos vemos por aí"? — Alice questiona, enquanto dirige de volta ao apartamento, logo depois de me obrigar a contar exatamente tudo o que Caíque e eu conversamos. — Foi mais ou menos assim. — Meneio a cabeça. — Caíque tem razão, nós ficamos juntos pelo motivo errado. Então, vamos dar tempo ao tempo e se for nosso destino ficarmos juntos, nos encontraremos novamente. — Esse papo de destino é lindo, mas pouco prático.
Encolho os ombros.
— Você o perdoou, não é?
Suspiro e consinto com a cabeça. Alice sorri de canto.
— O que foi? — Pergunto, insegura. — Acha que eu não deveria? — Pelo contrário. Acho que você estaria cometendo um grande erro se não o perdoasse. — Por que? — Você já negou o perdão uma vez. E carrega isso consigo até hoje. — Aquilo foi diferente. — Desvio meu olhar para a janela. — Talvez "aquilo" não fosse tão intenso quanto é agora. — É, — suspiro — talvez não. — Fico feliz por te ver seguindo seu coração, Lena. — Seguir o coração é um pouco estúpido, não é? — Na verdade, — ela ri, fazendo uma pausa — é. Mas o que seria da vida sem uma boa dose de estupidez?
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— Sala destrancada? — Avisto pelo corredor, a porta da sala de Jorge entreaberta.
— Olá Helena. — Ele se levanta sorrindo, logo que adentro a sala. — Jorge! Que bom vê-lo! — Abraço-o. — O que houve com você? — Intoxicação alimentar. — Ele faz uma careta. — É o que se ganha quando se come porcarias pela cidade. — Você está melhor? — Estou sim. Não tanto quanto estaria se isso fosse há dez anos atrás, — sorri — mas estou me recuperando bem. — É muito bom tê-lo de volta, Jorge. — Apoio minha mão em seu ombro e sorrio. — É bom estar de volta. Agora, me coloque a par de tudo o que houve aqui durante minha ausência. — Com certeza, mas antes vou buscar um café para nós. — Acho justo.
Saio para buscar os cafés e encontro Caíque no caminho de volta.
— Bom dia. — Ele sorri, com as mãos no bolso. — Bom dia. Como você está? — Já estive melhor. — Ele cerra os lábios. — E você?
Suspiro, dando de ombros.
— Você está linda.
Sorrio, desviando o olhar.
— Café para dois? — Ele aponta com os olhos. — Pois é, Jorge voltou. Você não soube? — Não. Pensei que ele voltaria só na próxima semana. — Estou tão aliviada por ele estar aqui. — Suspiro. — Parece que um peso enorme foi tirado de minhas costas. — Eu sinto o mesmo.
Sorrio.
— Bom, é melhor eu ir, antes que o café esfrie. — Ok. — Caíque sorri fraco. — Bom trabalho. — Para você também. — Retribuo seu sorriso e saio a passos rápidos.