— Será que agora você pode me contar o que está tramando? — Caíque pergunta, enquanto dirige até o apartamento.
— É simples: Lívia foi "agarrada" pelo Israel na recepção do prédio, certo? — Faço aspas no ar.
— Certo.
— Então, é só pegarmos a gravação daquele dia e provar que ela está mentindo.
— Wow! Brilhante! — Ergue as mãos.
— Obrigada. — Faço uma pequena reverência.
— Mas... E se ela não estiver mentindo?
— Ela está!
— Ok. Não está mais aqui quem falou. — Caíque ergue as mãos novamente.
— Segura esse volante, garoto! — Pego suas mãos e as coloco de volta no volante.Caíque ri e aumenta o volume do rádio.
Minutos mais tarde, estacionamos na porta do prédio.
— Bom dia, Israel. — Cumprimento-o, na recepção.
— Oi Helena. — Israel se levanta. — Caíque.
— Como vai, Israel? — Os dois apertam as mãos.
— É... Vou levando. — Ele sorri fraco.
— Você e minha irmã ainda não se acertaram? — Cruzo os braços.
— Não. Tudo o que ela tem feito é me ignorar. — Ele baixa o olhar. — Eu já tentei convencê-la de todas as formas, mas você conhece a Alice.
— E como conheço. Por isso vim te ajudar.
— Me ajudar? Como?
— Tudo o que precisamos é da gravação do dia da câmera de segurança.Israel suspira.
— Não vai dar.
— Por que não?
— As gravações daquele dia sumiram.
— Como assim, sumiram? — Caíque indaga.
— Eu não sei. Quando Alice não acreditou em mim, a primeira coisa que fiz foi ver as gravações, seria fácil provar minha inocência com elas. Mas, quando acessei as câmeras, não havia nenhuma gravação, nada. É como se elas tivessem sido desligadas minutos antes do ocorrido. Aquela meia hora simplesmente virou fumaça.Caíque e eu nos olhamos, perplexos.
— Ela é mais esperta do que eu pensava. — Posto as mãos na cintura. — Vadia!
— Lena? — Alice surge na recepção. — Está fazendo o que aqui?
— Oi Li. Eu... Vim te ver, ué. — Sorrio, estendendo os braços em sua direção. — O que mais eu faria aqui?Alice sorri e me abraça demoradamente.
— Você fez falta. — Ela sussurra.
— Você também.
— Oi cunhado. — Alice se solta de meu abraço e vai até Caíque.
— E aí, cunhada. Como você está?
— Bem. — Ela sorri fraco, depois de abraçá-lo. Seu olhar encontra o de Israel, mas ela logo o desvia. — Por que não me avisaram que viriam?
— Surpresa. — Pisco, ajeitando seu cabelo. — Onde você estava indo?
— Ali na padaria, comprar...
— Pão de queijo.
— Touché. — Ela ri, apontando.
— Posso ir com você?
— É claro.Vou até Caíque e lhe beijo.
— Já volto, ok?
— Ok. E eu também quero pão de queijo!Pisco e pelas costas de Alice, faço sinal para os dois continuarem a investigação.
— E então, como foi a viagem? — Alice pergunta.
— Ah, foi ótima. Lá é lindo, tem uma paisagem maravilhosa. A praia então, nem se fala. Você precisa conhecer, Li.
— É, seria legal. — Sorri. — Estou precisando mesmo me distrair.
— Irmã, por falar nisso... Você e o Israel ainda não se acertaram?
— Não. E nem vamos.
— Alice. — Paro de caminhar.
— Ele me traiu, Helena! — Ela para também. — Você melhor do que ninguém sabe a dor de uma traição.
— É, eu realmente sei. — Desvio o olhar. — Mas e quanto à Lívia?
— Ela não teve culpa.
— Quem te garante? Ela? — Faço uma pausa. — Por que a palavra da Lívia vale mais do que a do homem que você ama?Alice suspira.
— Se fosse você no meu lugar, em quem você acreditaria? Em mim ou no Caíque?
— Não nos compare, Li. Você e eu nos conhecemos desde sempre, sabemos tudo uma sobre a outra. O que você sabe sobre a Lívia? Tirando a comovente história que ela nos contou, o que você conhece dela?
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Plano B
RomanceHelena perdeu seus pais em um trágico acidente, ainda muito nova. Desde então, trabalha duro para sustentar a casa e oferecer uma vida digna à sua irmã, Alice. As dificuldades a fizeram ter sede de vitória e traçar um plano para sua vida: se formar...