Por você

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— Está tudo bem? — Encontro Caíque sentado no deck da piscina, com o olhar distante.
— Ah... Sim. Está sim. — Ele me olha rápido e volta seu olhar para frente.
— Posso? — Aponto o lugar ao seu lado.

Caíque concorda com a cabeça.

— Parece que vai chover.
— Também acho.

Ficamos observando o céu por alguns minutos, até que resolvo quebrar o silêncio entre nós.

— Por que você está assim?
— Assim, como?
— Quieto, com o olhar distante.
— Não é nada.
— Tem certeza?

Ele consente.

— Que bom. Pensei que estava assim por minha causa.
— Quanta prepotência, Helena. — Ri pelo nariz. — Por que eu estaria mal por você?
 
Encolho os ombros.

— E então, conversou com o Nathan? — Ele finalmente pergunta.
— Sim.
— Se resolveram?

Concordo com a cabeça.

— Que bom. Fico feliz por vocês.

Ergo uma sobrancelha, sorrindo.

— O que foi?
— Você mente tão mal!
— Eu não estou mentindo... E não me olha com essa cara!

Continuo o encarando com um sorriso malicioso nos lábios.

— Ah, deixa pra lá. Pense como quiser.
— Nunca dá o braço a torcer, Gama?
— Não mesmo.

Sorrio fraco.

O silêncio toma o ambiente novamente, até que um delicioso aroma de comida chega até nós.

— Hum, que cheiro bom!
— Lúcia deve estar preparando o jantar.
— Que bom, estou varada de fome.
— Você tem um apetite invejável. — Ele ri.
— Não sobrevivo só de folhas e suplementos, igual a você.
— Eu não como só isso, chatinha. — Caíque se levanta e me estende a mão. — Vamos?
— Vamos.

Depois do jantar, já no quarto, convenço Caíque a assistir "Um amor para Recordar"

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Depois do jantar, já no quarto, convenço Caíque a assistir "Um amor para Recordar".

— Esses filmes me deprimem. — Ele resmunga.
— À mim também.
— E por que insiste em assisti-los, então? — Me olha com descrença.
— Não sei. — Encolho os ombros.
— Mulheres! — Caíque revira os olhos, rindo.
— Talvez seja por essa idealização de amor perfeito. Olhe só para eles... — Indico a TV. — São perfeitos em suas imperfeições, se completam.
— Sonha em viver um amor assim?
— Não.
— Por que?
— Porque isso só funciona na ficção. A vida real é bem menos romântica.
— Você sempre pensou assim? — Caíque me olha.

Faço que "não" com a cabeça.

— E por que o amor perfeito te deprime?
— Você sabe como essa história termina?
— Não.
— Assista e tire suas próprias conclusões, então.
— Ok.

Seguimos assistindo em silêncio até o final.

— Agora eu entendi. — Caíque sussurra.
— É deprimente, não é?
— E inspirador ao mesmo tempo.

Sorrio, até que um raio ilumina todo o quarto, seguido de um estrondoso trovão.

Tampo meus ouvidos com as mãos e fecho os olhos.

— Ei, calma. É só a chuva chegando.
— Não gosto disso. — Me encolho.
— Tem medo?
— Desde criança. Mas piorou depois do acidente.

Outro trovão me faz tremer, mas logo Caíque me acolhe em seus braços.

— Ei, está tudo bem. Eu estou aqui com você. — Ele sussurra.

Me aconchego em seu peito, enquanto ele puxa o edredom para nos cobrir. Sua pele é quente mesmo estando descoberta e seu perfume é leve e agradável.
Caíque delicadamente acaricia meus cabelos e tampa meu ouvido sempre que um raio ilumina o céu. Sua atitude me faz sorrir. 

A chuva cai pesadamente lá fora e quando os raios cessam, o sono começa a me tomar. Olho para Caíque, que já dorme profundamente e lhe aplico um beijo na testa.

Após lutar contra o sono por alguns minutos, cedo, exausta.

— Demorou a dormir ontem? — Caíque me pergunta, enquanto se troca no closet

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— Demorou a dormir ontem? — Caíque me pergunta, enquanto se troca no closet.
— Não muito.
— Eu tentei ficar acordado, mas chuva me dá muito sono.
— Ai, que inveja. — Dou uma pequena risada. — Caíque, obrigada. — Paro na porta, observando-o abotoar a camisa.
— Pelo o quê?
— Fazer com que eu me sentisse protegida.

Ele sorri.

— Não foi nada. Obrigado você por me deixar te proteger. — Ele vem até mim e beija minha testa. — Já está pronta?
— Já sim.
— Então... Lá vamos nós de novo enfrentar os leões.

Consinto e abraçando-o de lado, descemos as escadas, rumo à Exxon.

Consinto e abraçando-o de lado, descemos as escadas, rumo à Exxon

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— Bom dia, casal do ano. — Laila nos recepciona logo na entrada, com um sorriso irônico nos lábios.
— Bom dia. — Caíque responde rispidamente, sem parar de andar.
— Quem te viu e quem te vê, Caíque Gama. A órfãzinha está realmente fazendo um bom trabalho.
— Não ouse se dirigir à Helena assim! — Caíque avança sobre ela, mas eu o detenho.

Os funcionários param para observar a discussão.

— Caíque, deixa. Eu não me importo.
— Mas eu me importo. — Ele responde, sem tirar os olhos de Laila. — E não admito que você a desrespeite. 
— Uau. E o que é que você vai fazer? Me bater? — Dá de ombros. — Não me surpreenderia.
— Você é patética. — Ele a olha com desprezo. — Fique longe da Helena. Não vou avisar outra vez, Laila.

Caíque me puxa pela mão até o elevador.

— Por que você fez isso? — Pergunto, quando as portas se fecham.
— Não acredito que você está brava comigo. Eu te defendi e...

Interrompo-o com um beijo. De gratidão, de carinho, de... Desejo.

— Obrigada. — Sorrio, quando terminamos o beijo. — Mas nunca mais faça isso aqui na empresa. Não quero te causar problemas.

Ele sorri.

— Eu já sou o problema, Helena. Você é minha salvação.

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