Cativeiro

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Saio do quarto e dou de cara com Harry.

— Quem é aquele cara? — Ele pergunta em um sussurro.
— Tecnicamente, — meneio a cabeça — meu marido.
— Como é? Você é casada?
— Pois é... Surpresa. — Sorrio rápido, notoriamente constrangida. — Agora entra logo, que o Leo está te esperando.
— Certo. — Harry me lança um olhar desconfiado e o ouço sussurrar antes de entrar: — Casada?

Após isso, respiro fundo e vou até Caíque.

— Caíque, eu...
— Não precisa dizer nada, Helena. — Ele me interrompe, enfiando as mãos nos bolsos. — Está tudo bem.
— Certo. — Mordo meu lábio. — Então... Como você nos achou aqui?
— Nathan.
— Ah, é claro. — Sorrio fraco.
— Agora, me explica direito essa história. Como foi que Chang levou um tiro?
— Vamos ali fora. — Caminho até a saída do Pronto Atendimento.

— Então, quer dizer que Otávio sequestrou Alice e está te chantageando para ajudá-lo a destruir minha família? — Exatamente

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— Então, quer dizer que Otávio sequestrou Alice e está te chantageando para ajudá-lo a destruir minha família?
— Exatamente.
— Que cara maldito!
— Leo rastreou o celular de Alice até o suposto cativeiro, na intenção de salvá-la e nos livrar dessa chantagem, mas quando chegamos lá... — Suspiro. — Era uma armadilha.
— Otávio é muito mais esperto do que julgamos.
— Eu não sei mais o que fazer, Caíque. Estou completamente desesperada. — Termino a frase com lágrimas nos olhos.

Caíque segura meus braços carinhosamente.

— Vai ficar tudo bem, Helena. Eu prometo.

Respiro fundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que estou sentindo e consinto em silêncio.

— Encontrei vocês. — Nathan vem a passos rápidos em nossa direção.
— Onde a Marina está?
— No carro. Ela está bem abalada com todas as memórias vindo à tona sem parar.
— Memórias? Ela está se lembrando? — Caíque questiona.
— É tudo minha culpa. — Suspiro. — Eu saí despejando tantas informações em cima dela e...
— Você não tem culpa de nada, Le. Uma hora ou outra isso iria acontecer. E todos nós esperávamos muito por isso, inclusive ela.
— Do que Marina se lembra, exatamente?
— De tudo, Caíque. Absolutamente tudo.
— Caramba, isso é ótimo!
— Não para ela. Imagine como Marina está se sentindo.
— Ela está confusa, mas vai se sentir melhor após algumas horas de sono. E acho que vocês deveriam fazer o mesmo. Todos nós tivemos emoções demais para um só dia.
— Nem me fale. — Suspiro. — Than, muito obrigada. Por tudo.
— Não foi nada. — Ele me abraça. — Se tiver qualquer notícia de Alice, me ligue, ok?
— Pode deixar.
— Até mais, amigo. — Nathan se vira para Caíque.
— Até. — Ele aperta sua mão. — Vá com cuidado.
— Pode deixar.
— Vão com Deus.
— Amém, Le. — Nathan acena e se vai.

— Você deveria seguir o conselho do seu amigo.
— Não posso deixar o Leo sozinho aqui. E se Otávio decidir terminar o que começou?
— Ele não fará nada a Leonardo dentro de um hospital.
— Eu não teria tanta certeza assim. — Me lembro da vez em que quase fomos mortos à mando do mesmo.
— Ok, vamos fazer o seguinte: eu vou, pessoalmente, pedir uma atenção redobrada ao quarto de Leonardo. Se necessário, até colocar um guarda de prontidão na porta. Depois vou levá-la para tomar um banho, descansar e mais tarde voltamos. Tudo bem assim?
— Está bem. — Olho o céu, distraída. — Nossa, que horas são?
— Já passa de três da manhã.
— Caramba!
— Pois é. A hora passou voando, não é mesmo?
— Muito.
— Bom, vou tomar as devidas providências. Você me espera aqui?
— Sim.

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