Em família

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— Reunião de família? — Alice entra em casa e se depara com Camélia procurando por uma receita em seus livros, Caíque lavando morangos e eu comendo a maioria deles.
— Estávamos esperando você. — Digo, apoiada no balcão. — E então, como foi?
— Foi... Normal. — Alice dá de ombros, jogando sua bolsa em cima da cama.
— Normal? — Ergo uma sobrancelha e tento pegar outro morango, mas sou impedida por Caíque. — Sério, Alice?
— Ok, admito. — Ela volta e sorri. — Foi incrível! As fotos ficaram lindas!
— Você é linda, irmã!
— A campanha é sua então? — Caíque pergunta.
— Ainda não, cunhado. Paulo vai se encontrar com o tal senhor Ramon depois de amanhã. Só aí saberemos.
— Quem diria, minha menina virando modelo. — Camélia sorri para Alice.
— Esse não é meu sonho, Camélinha. Mas... Quem sabe não vire um hobby bem legal? — Ela meneia a cabeça. — E o que é que a senhora tanto procura nesse livro? — Pega uma framboesa e Caíque a olha com o cenho franzido, me fazendo rir.
— A receita de Panna Cotta da Mamma.
— Hum, é aquela espécie de pudim com frutas vermelhas maravilhoso que você fez no Natal do ano passado?
— O próprio!
— E por que está procurando por ela? — Alice passa os olhos pelo livro.
— Achei! — Camélia sorri. — Ora, hoje foi um dia importante, merece uma sobremesa à altura.
— Teremos Panna Cotta de sobremesa?
— Teremos, filha.
— Teremos se elas pararem de comer as frutas! — Caíque se exalta, nos fazendo rir.

— E aí, como foi o trabalho? — Alice se encosta no balcão à nossa frente.
— Entediante. — Caíque responde.
— Você só sabe descrever seu trabalho assim? — Encaro-o com uma sobrancelha erguida. 
— Divertido não é.

Reviro os olhos.

— E a tal da Laila? — Alice retoma.
— Por incrível que pareça, ela não me provocou nenhuma vez hoje.
— Será que finalmente aceitou a derrota?
— Não sei, mas ela não tem cara de quem desiste fácil assim.
— O silêncio dela é o que mais me preocupa. — Caíque comenta.
— Por que?
— Desde criança, sempre que ela ficava muito quieta, aprontava alguma.
— Essa garota é o que? Uma louca, sociopata? — Alice pergunta.
— É. — Meneio a cabeça. — Por aí.
— Ei... Espera aí. — Alice reflete por alguns segundos, nos olhando. — Não era para vocês estarem saindo da empresa só daqui há uma hora?
— Vantagens de ser o dono, cunhadinha. — Caíque pisca.
— Folgados!

— Hum! Que cheiro bom! — Caíque se aproxima das panelas

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— Hum! Que cheiro bom! — Caíque se aproxima das panelas.
— A comida da Camélinha é a melhor do mundo!
— Que exagero, Alice. — Camélia sorri, secando as mãos no avental.
— Deixe de modéstia, Camélinha. — Abraço Caíque por trás. — E o senhor pare de babar nas panelas e venha me ajudar a pôr a mesa.
— Sim senhora. — Ele beija minha mão e se encaminha para o armário, pegando os pratos.
— O brilho nos olhos da Helena voltaram. Você percebeu? — Dona Camélia comenta em voz baixa com Alice, que concorda com a cabeça.
— Eu ouvi isso. — Cochicho sorrindo para as duas, enquanto pego os talheres. — Vá pegar os copos, folgadinha.
— Até que demorou para me mandar fazer alguma coisa. — Alice resmunga, antes de se encaminhar para o armário.

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