Helena perdeu seus pais em um trágico acidente, ainda muito nova. Desde então, trabalha duro para sustentar a casa e oferecer uma vida digna à sua irmã, Alice.
As dificuldades a fizeram ter sede de vitória e traçar um plano para sua vida: se formar...
— O que houve? — Me sento de frente a Leonardo, no Armazém do Alemão, às 19:03, exatamente. — Oi para você também. — Ele sorri torto. — Oi Leo. — Sorrio, fazendo uma pausa. — Agora, pare de enrolar. Qual o motivo da mensagem e do encontro misteriosos? — Assunto do seu interesse. — Lívia? — Exatamente. — Você tem minha total atenção. O que descobriu?
Leonardo cruza as mãos sobre a mesa.
— Aquele dia, depois que te deixei em casa, fui até o hospital resgatar meu carro. Porém Otávio, muito gentil, fez questão de deixá-lo algumas ruas à frente... — Erguendo uma sobrancelha, completa: — completamente destruído.
Cerro meus lábios.
— Sinto muito, Leo. — Eu só queria descobrir como Caíque soube disso. — Passou no plantão policial. — Sério? — Sério. — Que ótimo! — Ele ironiza. — E por falar nele... Qual foi sua reação quando você disse que viria me encontrar? — Eu não disse. — Mordo o lábio. — Ele não me deixaria vir. — Com certeza, não. — Leo dá um pequeno sorriso. — Bem, vamos voltar ao foco. Depois da maravilhosa surpresa de Otávio, resolvi que precisava retribuir o favor. — Você foi atrás dele? — Fui. Ninguém mexe com meu carro e sai impune.
Sorrio.
— E é aí que sua investigada entra. — Como assim? O que Lívia tem a ver com isso? — Eu a vi entrando no apartamento de Otávio. — A Lívia... No apartamento do Otávio? — Arregalo os olhos. — Pois é. E parece que a relação dos dois é bem... Como poderia dizer? Bem próxima. — Próxima... A que ponto? — Hum... — Ele pensa por um momento. — Próxima do tipo... Amantes. — Aponta. — É, achei uma boa definição para a relação deles. — Você está brincando? — Boquiabro-me. — Não estou, não. — Meu Deus, calma! Me deixa processar essa informação. Lívia e Otávio são amantes? — Um casal bem peculiar, não? — Sorri, debochando. — Então essa garota se aproximou da minha irmã à mando de Otávio? — Provavelmente. Ou Otávio se aproximou dela para saber mais sobre você. — Sobre mim? Para quê? — Você é esposa do Caíque, único herdeiro da Exxon. Automaticamente, isso te torna uma pedra no sapato dele também.
Suspiro.
— Quando é que vamos voltar a ter paz? — Quando colocarmos Otávio atrás das grades. E isso vai acontecer logo, eu prometo.
Sorrio e seguro sua mão.
— Leo, obrigada. Por tudo. — Não tem que me agradecer. É só meu trabalho. — Isso tem sido muito mais do que seu trabalho. Você tem sido um grande amigo.
Leonardo coloca sua mão sobre a minha e sorri.
— Vou continuar investigando essa Lívia, ela pode nos ser muito útil. Por enquanto, mantenha ela o mais longe possível da sua irmã. — Deixa comigo. Já estou trabalhando nisso.
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— Oi! — Entro no apartamento, anunciando minha chegada. — Oi querida! — Camélia sorri, da cozinha. — Cadê a Alice? — Jogo minha bolsa no sofá. — Acabou de entrar no banho. — Ótimo. — Sussurro.
Vou até Camélia e lhe aplico um beijo na bochecha.
— Veio jantar com a gente? — Hum... Convite tentador. Não vim especificamente para isso, mas já que você insiste... — Sorrio. — Para quê a senhora veio aqui, então? — Camélia franze o cenho, desconfiada. — Para dar um beijo em vocês. — E...?
Abro a boca para responder, mas Camélia é mais rápida.
— E não minta para mim, eu conheço essa carinha. — Que carinha? — Me faço de desentendida. — De quem está aprontando. — Ok. Você venceu. — Baixo os ombros. — Vim fazer uma coisa não muito correta. — Que seria? — Onde está o celular da Alice? — Baixo meu tom de voz. — Em cima do criado-mudo, no quarto. Por quê?
Posto meu dedo indicador nos lábios, pedindo silêncio à Camélia e caminho até o quarto de Alice. Mexo em seu celular até achar o que procuro.
— O que você está fazendo? — Camélia sussurra. — Nos livrando de uma praga. — Copio o contato de Lívia em meu celular.
Camélia fica observando, sem entender nada. Logo ouço Alice desligar o chuveiro e corro para colocar o celular no lugar.
— Oi irmã! Que surpresa boa. — Ela sorri ao sair do banho. — Estava aqui por perto e decidi passar para dar um beijo em vocês. — Abraço-a. — Ah, que gracinha. — Ela sorri. — E o Caíque, cadê? — Deixei ele na casa do Paulo. E por falar em Paulo... O que está rolando entre vocês, heim? — Cutuco-a na costela. — Longa história, irmã. Longa história. — História essa que estou aqui para ouvir! — Tudo bem, então. Vamos no quarto que eu te conto, enquanto me troco. — Ok.
Pisco para Camélia, antes de seguir Alice.
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Após o jantar, me despeço de Alice e Camélia e desço até o estacionamento. No carro, faço uma ligação:
— Alô. — Lívia? — Sim. Quem está falando? — Helena. — Ah... Oi Helena. Aconteceu algo? Está tudo bem com a Alice? — Não, não aconteceu nada, está tudo bem com Alice. — Ah, que bom. Levei um susto... Você me ligando a essa hora.
Reviro meus olhos e respirando fundo, prossigo:
— Estou te ligando para tomarmos um café amanhã. Para nos conhecermos melhor, sabe? Afinal, somos irmãs da Alice, vai ser bom para ela essa nossa aproximação. — Ah, eu adoraria Helena, mas amanhã tenho um compromisso inadiável, infelizmente. Podemos remarcar para sexta? — Claro. Sexta, então. — Ótimo! Onde nos encontramos? — Coffee Lab, às quatro. Tudo bem? — Não faço ideia de onde isso fica. — Ela ri fraco. — Não se preocupe, eu te mando o endereço. — Perfeito. Até sexta então, Helena. — Até, Lívia.
— Essa sua máscara vai cair, vadia! — Afirmo após desligar o celular.