A Outra Versão

4.7K 410 274
                                    

Caíque

Os últimos dias têm sido, de longe, os piores de toda a minha vida. As poucas horas de sono que consigo ter são sempre atormentadas pela imagem de Helena naquele quarto de hotel.

Nunca pensei que uma mulher pudesse mexer dessa forma comigo, com meu coração. Que pudesse desfazê-lo em mil pedaços.

Apesar de tudo, sou grato à ela. Helena me fez homem.
Ela me ensinou a ser uma pessoa melhor, me ensinou a amar. Mas também me ensinou a sofrer. E, no fundo, acho que mereço.

Flash

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Flash

Após uma longa e frustrante procura por um programa de TV interessante, subo até a estufa para admirar as rosas de Helena. Ao examiná-las mais de perto, noto que algumas precisam de poda e rega. Pego, então, a tesoura e faço exatamente como ela me ensinou.

— Prontinho. — Analiso meu trabalho, orgulhoso. — Agora sim.

Vou até o lavabo lavar minhas mãos e pouco depois, ouço meu celular tocando. Saio à sua procura e o encontro caído no sofá.

— Número desconhecido. — Olho a tela de chamada. — Só pode ser o Chang. Alô.
Caíque Gama? Uma voz masculina e desconhecida pergunta.
Sim, sou eu. Quem está falando?
Escute com atenção. Sua esposa acaba de entrar em um hotel, acompanhada.
Como é? Minha esposa... Com outro homem?
Se quiser ver com seus próprios olhos, anote o endereço que lhe passarei.

Pego com urgência um pedaço de papel e uma caneta e anoto o suposto endereço de onde Helena está.

Ela está lhe enganando há muito tempo. Vá e veja.
— E quem é você?
— Eu? Sou um grande amigo.

— Desligou! Merda! — Jogo meu celular para longe.

Me sento no sofá e apoio a cabeça nas mãos.

É mentira! Helena jamais faria uma coisa dessas comigo. Deve ser algum desocupado passando um trote.

Leio algumas vezes o endereço que anotei no papel, tentando me convencer de que talvez ele nem exista, que tudo não passe de uma brincadeira de extremo mau gosto ou até mesmo alguma armadilha de Otávio. Porém, a curiosidade acaba falando mais alto do que a razão. Pego a chave de meu carro, coloco o endereço no GPS e sigo até o tal hotel.

 Pego a chave de meu carro, coloco o endereço no GPS e sigo até o tal hotel

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Plano B  Onde histórias criam vida. Descubra agora