Helena perdeu seus pais em um trágico acidente, ainda muito nova. Desde então, trabalha duro para sustentar a casa e oferecer uma vida digna à sua irmã, Alice.
As dificuldades a fizeram ter sede de vitória e traçar um plano para sua vida: se formar...
— Graças a Deus o senhor está bem! — Lúcia comemora, assim que entramos em casa. — O que está acontecendo? Todo mundo resolveu se preocupar comigo hoje? — Caíque sorri, cambaleando levemente. — O bonitinho estava enchendo a cara, acredita Lúcia? — Que exagero, eu nem bebi tanto assim. — Seu cheiro diz exatamente o contrário! — Ei, sem brigas, por favor. — Lúcia intervém. — Por que vocês não sobem para tomar um banho, enquanto eu preparo um caldo quentinho, no capricho? — Boa ideia, Lúcia. — Caíque sorri e lhe aplica um beijo na bochecha. — Obrigado por se preocupar comigo. — Por nada. — Ela sorri em um misto de surpresa e constrangimento, levemente ruborizada. — Pensando bem, Caíque... — Sorrio, com os braços cruzados, observando a cena. — Beba mais vezes.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Hum... Esse caldo é maravilhoso! — É mesmo. E cura uma bebedeira como nenhum outro. — Você quem o diga, né? — Limpo seu queixo, sorrindo. — Pois é. — Sabe... Você me surpreendeu. — Mais uma vez? — Mais uma vez.
Ele sorri.
— E por qual motivo? — O jeito como tratou Lúcia agora a pouco.
Ele sorri fraco, dando uma colherada em seu caldo.
— Fui impulsivo. Que vergonha. — Não foi vergonhoso, foi bonito. Vergonhoso é a forma como os trata quando age com sua razão. "Senhor Caique" é um pouco demais, não acha? — Meu pai sempre disse que tenho que me impor para ser respeitado. — Desculpe, mas seu pai está errado. Você tem que respeitar para ser respeitado. Não é porque eles o chamam de senhor, que nutrem algum respeito por você. Talvez só zelem por seus empregos. — E me achem um babaca mimado. — Também. — Meneio a cabeça. — Mas não acho que seja o caso. — É o que todos acham. — Eu não acho.
Ele sorri.
— Já é o suficiente para mim.
Sorrio também.
— E então, como foi o passeio? — Bom. — Penso em contar sobre o beijo, mas desisto. Penso em perguntar sobre o vaso quebrado, mas também não o faço. — Estamos bem.
Ele consente.
— Caíque, lembra da conversa que tivemos em nosso primeiro almoço na empresa? — Sim. Por quê? — Você disse que tem muita coisa que eu não sei sobre você. Sabe, agora é uma boa hora para me contar. — Se eu contar, você não vai acreditar. — Tente. — Não. Tenho uma ideia melhor. — E qual é? — Vou te mostrar. — Agora? — Não. — Faz uma pausa. — Que dia é amanhã? — Sábado?! — Ótimo.
Encaro-o, sem entender.
— Amanhã você vai entender. Agora come, antes que esfrie.
Sorrio.
— Você apronta uma bagunça danada aqui dentro. — Aponto para minha cabeça. — E aqui? — Ele aponta para meu coração. — O que eu faço? — Ainda estou tentando descobrir.