— Partiu meu coração ver a Marina assim. Ela está tão confusa e assustada. — Saio do quarto, acompanhada por Caíque.
— Não conseguir se lembrar de nada nem ninguém deve ser desesperador. — Ele me abraça de lado. — Mas, felizmente, o caso dela é reversível. Tenho certeza que logo ela vai estar se lembrando de tudo.
— Deus te ouça. — Olho em volta. — Será que o Than já foi embora?
— Não. Olha ele ali. — Caíque aponta para uma cadeira na recepção, onde Nathan está sentado com o olhar distante.
— Ei... — Toco de leve seu ombro, chamando sua atenção.
— Ah... Oi, Le.
— Por que essa carinha triste? — Me sento ao seu lado.
— Não consigo aceitar que a Ma se esqueceu de tudo... De todos.
— Ela vai se lembrar. Só precisamos ter um pouco de paciência.
— Tem sido uma tortura diária para mim... Você imagina como eu me sinto? O quanto pedi a Deus para que ela acordasse e eu pudesse me desculpar? E agora... — Suspira. — Minhas desculpas não fazem diferença. Ela nem se lembra de mim.
— Than...
— Sabe, às vezes eu fico pensando... Acho que não mereço ser feliz.
— Ei! Nunca mais repita isso! — Levanto seu rosto. — Você é o cara mais incrível que eu já conheci em toda minha vida! Você merece toda a felicidade do mundo.Nathan sorri fraco.
— Acho que vou para casa, Le. Preciso colocar os pensamentos em ordem.
— Você não vai, não. — Caíque intervém. — Você vem com a gente.
— Ah, eu agradeço Caíque, mas...
— Mas nada. Você está precisando de amigos agora. — Vamos.Nathan o olha por um instante, mas cede, se levantando e nos seguindo.
— E Alice, como está? — Nathan pergunta, sentado em nosso sofá, já pela noite.
— Só falei com ela por telefone, ainda não consegui vê-la. Mas... — Me sento também, suspirando. — Está do mesmo jeito. É Deus no céu e Lívia na terra. — Reviro os olhos.
— Ela nem cogita fazer um teste de D.N.A, Le?
— Não. Ela crê piamente que as duas são irmãs.
— Mas você não compartilha da mesma crença, não é?
— Nem um pouco. Apesar de toda a história tocante que ela nos contou, a foto e até o conhecimento sobre uma marca de nascença de Alice, eu não acredito nela.
— Sabe o que eu estava pensando? — Caíque vem da cozinha com duas garrafas de cerveja nas mãos e oferece uma para Nathan. — Poderíamos fazer um teste de D.N.A. por nossa conta.
— Sem o consentimento de nenhuma das duas? — Nathan dá um gole em sua cerveja.
— Não disse que era uma ideia politicamente correta. — Ele dá de ombros.
— Cá, você é um gênio! — Beijo sua bochecha.
— Sempre soube disso.Nathan revira os olhos.
— Mas como nós faremos isso? — Pergunto.
— Precisamos colher uma amostra de material genético das duas. — Caíque toma um gole de sua cerveja. — Costuma ser saliva.
— Como vamos pegar saliva delas?Caíque olha sua garrafa por alguns segundos, depois sorri. Nathan parece compartilhar do mesmo pensamento.
— Vamos oferecer algumas bebidas à elas. — Nathan sorri.
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Plano B
RomanceHelena perdeu seus pais em um trágico acidente, ainda muito nova. Desde então, trabalha duro para sustentar a casa e oferecer uma vida digna à sua irmã, Alice. As dificuldades a fizeram ter sede de vitória e traçar um plano para sua vida: se formar...