Capítulo 8 - The snake is guilty?

3 0 0
                                    


 — Aconteceu alguma coisa? - foi a minha primeira reação.

— Podemos entrar? - um deles perguntou.

— Claro - apontei para dentro da casa -, entrem. Só vou ir me vestir lá em cima, não demoro.

Eles assentiram e fecharam a porta. Subi para meu quarto e vesti um cropped e um short que eu nem gostava mais mas foi o primeiro que vi. Dei um ajeitada no cabelo e desci.

— Desculpe estragar seu dia na piscina - um policial brincou. Meu irmão estava sentado no sofá e Jared não estava mais na sala.

— Tudo bem - dei uma risadinha e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, eu á estava nervosa. - Aconteceu algo?

— Ah... Não exatamente - um deles, o mais alto, balançou a cabeça. - Você e seus amigos do acampamento vão depor.

— Todos nós? - arregalei os olhos. - Nem vimos o que aconteceu.

— Digam isso ao juiz então - o mais baixo riu e coçou o queixo. — Já vamos isso, só viemos aqui para informar e temos um novo caso agora.

Eu estava irritada, ainda mais depois da risada irônica de um dos policiais como se meus amigos e eu fôssemos culpados. Me lembrei da conversa com Charlotte da The Warehouse e quando os policiais estavam prestes a saírem os fiz pararem.

— Esperem - terminei de roer minhas unhas. — E quanto a Charlotte Trainor?

— Desculpe, quem? - o mais alto franziu a testa.

— Charlotte. Ela trabalha na cafeteria The Warehouse, conversei com ela hoje mesmo e ela conhecia Parker, digo, Charles. Ela até mandava cartas anônimas para ele no acampamento.

— Nossa, bom trabalho detetive Thompson - o mais baixo riu de novo e se ele não fosse um policial eu acertaria a cara dele com as minhas mãos fechadas.

— Pois é, a polícia devia descobrir - falei, cuspindo as palavras.

— Certo - o outro policial coçou a sobrancelha e suspirou. — Ela também vai ser interrogada. Vejo vocês na semana que vem.

— Eu acompanho vocês - meu irmão se levantou e foi até lá fechar a porta depois dos policiais saírem.

Depois de praticamente bater a porta ele ficou me encarando com o queixo apoiado na mão como quem quer alguma explicação.

— Por que não me falou nada dessa Charlotte?

— Não queria falar sobre isso quando cheguei e disse isso à você. Ela me irritou com comentários desnecessários sobre a amizade dela com o Parker que aliás, nunca me disse nada sobre ela ou os encontros na cafeteria e até em casa. Aposto que as vezes que ele não me atendia, estava com ela, falando sobre a sua vida toda - praticamente berrei cuspindo todas essas palavras me segurando para não chorar pois eu sempre gostei do meu lado mais forte. — Você não entende!

— Eu entendo e...

— NÃO, NÃO ENTENDE! - gritei e ele ficou me encarando enquanto eu respirava fundo deixando meus ombros caírem e subirem. — Você não entende.

Me virei e fui até a porta dos fundos que dava acesso para o jardim. Era enorme e ainda tinha o meu balanço colorido que meus irmão e eu brincávamos quando éramos crianças.

O peguei e segurei bem alto, depois soltei com toda força e comecei a chorar e gritar. Mas eu não podia, precisava parar.

A porta de correr abriu e vi meu pai. O homem moreno num tom de pele mais escuro que o meu, cabelos como o do Tyler e alto também. 1,85 de altura e olhos castanhos escuros.

Between Mysteries and Freedom (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora