— Aconteceu alguma coisa? - foi a minha primeira reação.
— Podemos entrar? - um deles perguntou.
— Claro - apontei para dentro da casa -, entrem. Só vou ir me vestir lá em cima, não demoro.
Eles assentiram e fecharam a porta. Subi para meu quarto e vesti um cropped e um short que eu nem gostava mais mas foi o primeiro que vi. Dei um ajeitada no cabelo e desci.
— Desculpe estragar seu dia na piscina - um policial brincou. Meu irmão estava sentado no sofá e Jared não estava mais na sala.
— Tudo bem - dei uma risadinha e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, eu á estava nervosa. - Aconteceu algo?
— Ah... Não exatamente - um deles, o mais alto, balançou a cabeça. - Você e seus amigos do acampamento vão depor.
— Todos nós? - arregalei os olhos. - Nem vimos o que aconteceu.
— Digam isso ao juiz então - o mais baixo riu e coçou o queixo. — Já vamos isso, só viemos aqui para informar e temos um novo caso agora.
Eu estava irritada, ainda mais depois da risada irônica de um dos policiais como se meus amigos e eu fôssemos culpados. Me lembrei da conversa com Charlotte da The Warehouse e quando os policiais estavam prestes a saírem os fiz pararem.
— Esperem - terminei de roer minhas unhas. — E quanto a Charlotte Trainor?
— Desculpe, quem? - o mais alto franziu a testa.
— Charlotte. Ela trabalha na cafeteria The Warehouse, conversei com ela hoje mesmo e ela conhecia Parker, digo, Charles. Ela até mandava cartas anônimas para ele no acampamento.
— Nossa, bom trabalho detetive Thompson - o mais baixo riu de novo e se ele não fosse um policial eu acertaria a cara dele com as minhas mãos fechadas.
— Pois é, a polícia devia descobrir - falei, cuspindo as palavras.
— Certo - o outro policial coçou a sobrancelha e suspirou. — Ela também vai ser interrogada. Vejo vocês na semana que vem.
— Eu acompanho vocês - meu irmão se levantou e foi até lá fechar a porta depois dos policiais saírem.
Depois de praticamente bater a porta ele ficou me encarando com o queixo apoiado na mão como quem quer alguma explicação.
— Por que não me falou nada dessa Charlotte?
— Não queria falar sobre isso quando cheguei e disse isso à você. Ela me irritou com comentários desnecessários sobre a amizade dela com o Parker que aliás, nunca me disse nada sobre ela ou os encontros na cafeteria e até em casa. Aposto que as vezes que ele não me atendia, estava com ela, falando sobre a sua vida toda - praticamente berrei cuspindo todas essas palavras me segurando para não chorar pois eu sempre gostei do meu lado mais forte. — Você não entende!
— Eu entendo e...
— NÃO, NÃO ENTENDE! - gritei e ele ficou me encarando enquanto eu respirava fundo deixando meus ombros caírem e subirem. — Você não entende.
Me virei e fui até a porta dos fundos que dava acesso para o jardim. Era enorme e ainda tinha o meu balanço colorido que meus irmão e eu brincávamos quando éramos crianças.
O peguei e segurei bem alto, depois soltei com toda força e comecei a chorar e gritar. Mas eu não podia, precisava parar.
A porta de correr abriu e vi meu pai. O homem moreno num tom de pele mais escuro que o meu, cabelos como o do Tyler e alto também. 1,85 de altura e olhos castanhos escuros.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...