— Então está dizendo que Susan pode estar mentindo? - Gen ergueu as sobrancelhas e olhou para David que estava concentrado na tela do notebook.
Estávamos na casa de David conversando sobre Susan Miller. Eram mais ou menos duas horas da tarde.
— É - ele bufou. — É isso que estou dizendo. Não faz sentido! Por que uma garota rica iria trabalhar para April?
— Primeira coisa: ela mentiu. Mentiu sobre tudo. Disse que precisava de dinheiro sendo que, eu aposto que ela toma banho com ouro e não cheio de espuma - Crys bufou e falou.
— Então ela é amiga de April e as duas estão armando alguma coisa - falei. — E precisamos descobrir logo. Tudo isso está me matando!
— O que está te matando? - David perguntou impaciente, quase revirando os olhos. Sei que eu não era a culpa de seu mau humor e sim Genevieve, mas ele já estava nervoso de ouvir ela gritando na cabeça dele.
— Não termos nada sobre o desaparecimento de Charles praticamento cinco meses depois do acontecimento. A polícia não faz nada e tudo que fazemos dá em que? Em nada - quase gritei.
— Olha, Charles era nosso amigo e era muito especial, mas todos aqui sabemos o quanto ele era ainda mais importante para você e vamos fazer o que for preciso para achar nosso amigo - Crystal massageou meus ombros e sorriu.
— Só... - umedeci os lábios com a língua e pisquei lentamente. — Pare de dizer "era", vamos encontrá - lo.
Ela assentiu e sorriu, fraco. Coisa que geralmente não acontecia.
Meu celular vibrou e eu o peguei dentro da bolsa. Era meu pai.
— Com licença - falei. — Preciso atender.
— Querida? - era a voz rouca de meu pai ao telefone.
— Oi. Está tudo bem?
— Não sei ao certo. Ligaram do hospital e querem toda a família lá para um tipo de reunião, algo assim. Pode vir? - sua voz estava fraca e ele parecia distante.
— É claro. Vou pedir uma carona... Chego logo - suspirei e sorri fraco. Depois de um "tchau" seco de meu pai, desliguei.
Voltei para a sala e contei a todos sobre a ligação e disse que precisava ir. Antes mesmo de eu pedir, Crys me ofereceu uma carona e eu aceitei com um sorriso. No rádio, tocava sua canção favorita, "She Will Be Loved", bem baixinho. Tudo alto demais a incomodava e tirava seu foco.
— Crys... Aconteceu alguma coisa? - perguntei, me lembrando de como ela não estava aquela garota sorridente de sempre.
Ela parou o carro por causa do sinal vermelho, encarou o carro da frente por um tempo e depois seus olhos cor de lago me encararam.
— Você é minha melhor amiga. Então posso contar tudo para você, certo? - ela mordeu o lábio e franziu a testa como se pensasse se deveria ou não me contar. O sinal ficou verde e ela continuou a dirigir, mas ainda falando comigo.
— Certo - falei um pouco desconfiada, mas dando confiança à ela.
Ela ficou vermelha por um tempo e ficou sorrindo sem mostrar os dentes, tímida. Parecia a garota que ia se apresentar no primeiro dia de acampamento de alguns anos atrás.
— Não se devo... - ela começou a rir enquanto fazia as curvas.
— Fale logo! - comecei a rir também, não sei por qual motivo, acho que por causa de rosto todo rosado.
— Eu sei que sou a mais nova, completei meus vinte anos há pouco tempo e é bem constrangedor chegar nessa idade e ser uma menina... uma mulher... você sabe - ela abanou uma mão ainda com o rosto vermelho de vergonha.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...