Capítulo 24 - I'm here, mother

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— Então está dizendo que Susan pode estar mentindo? - Gen ergueu as sobrancelhas e olhou para David que estava concentrado na tela do notebook.

Estávamos na casa de David conversando sobre Susan Miller. Eram mais ou menos duas horas da tarde.

— É - ele bufou. — É isso que estou dizendo. Não faz sentido! Por que uma garota rica iria trabalhar para April?

— Primeira coisa: ela mentiu. Mentiu sobre tudo. Disse que precisava de dinheiro sendo que, eu aposto que ela toma banho com ouro e não cheio de espuma - Crys bufou e falou.

— Então ela é amiga de April e as duas estão armando alguma coisa - falei. — E precisamos descobrir logo. Tudo isso está me matando!

— O que está te matando? - David perguntou impaciente, quase revirando os olhos. Sei que eu não era a culpa de seu mau humor e sim Genevieve, mas ele já estava nervoso de ouvir ela gritando na cabeça dele.

— Não termos nada sobre o desaparecimento de Charles praticamento cinco meses depois do acontecimento. A polícia não faz nada e tudo que fazemos dá em que? Em nada - quase gritei.

— Olha, Charles era nosso amigo e era muito especial, mas todos aqui sabemos o quanto ele era ainda mais importante para você e vamos fazer o que for preciso para achar nosso amigo - Crystal massageou meus ombros e sorriu.

— Só... - umedeci os lábios com a língua e pisquei lentamente. — Pare de dizer "era", vamos encontrá - lo.

Ela assentiu e sorriu, fraco. Coisa que geralmente não acontecia.

Meu celular vibrou e eu o peguei dentro da bolsa. Era meu pai.

— Com licença - falei. — Preciso atender.

— Querida? - era a voz rouca de meu pai ao telefone.

— Oi. Está tudo bem?

— Não sei ao certo. Ligaram do hospital e querem toda a família lá para um tipo de reunião, algo assim. Pode vir? - sua voz estava fraca e ele parecia distante.

— É claro. Vou pedir uma carona... Chego logo - suspirei e sorri fraco. Depois de um "tchau" seco de meu pai, desliguei.

Voltei para a sala e contei a todos sobre a ligação e disse que precisava ir. Antes mesmo de eu pedir, Crys me ofereceu uma carona e eu aceitei com um sorriso. No rádio, tocava sua canção favorita, "She Will Be Loved", bem baixinho. Tudo alto demais a incomodava e tirava seu foco.

— Crys... Aconteceu alguma coisa? - perguntei, me lembrando de como ela não estava aquela garota sorridente de sempre.

Ela parou o carro por causa do sinal vermelho, encarou o carro da frente por um tempo e depois seus olhos cor de lago me encararam.

— Você é minha melhor amiga. Então posso contar tudo para você, certo? - ela mordeu o lábio e franziu a testa como se pensasse se deveria ou não me contar. O sinal ficou verde e ela continuou a dirigir, mas ainda falando comigo.

— Certo - falei um pouco desconfiada, mas dando confiança à ela.

Ela ficou vermelha por um tempo e ficou sorrindo sem mostrar os dentes, tímida. Parecia a garota que ia se apresentar no primeiro dia de acampamento de alguns anos atrás.

— Não se devo... - ela começou a rir enquanto fazia as curvas.

— Fale logo! - comecei a rir também, não sei por qual motivo, acho que por causa de rosto todo rosado.

— Eu sei que sou a mais nova, completei meus vinte anos há pouco tempo e é bem constrangedor chegar nessa idade e ser uma menina... uma mulher... você sabe - ela abanou uma mão ainda com o rosto vermelho de vergonha.

Between Mysteries and Freedom (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora