Mandei uma mensagem para Lucy avisando que eu já estava do lado de fora e ela me atendeu depois de dois minutos.
— Oh, achei que fosse vir amanhã - ela falou e me deu um abraço.
— Jared me deixou aqui. Até que sobrou tempo hoje - balancei a cabeça e sorri. — William já chegou?
— Não, deve chegar em meia hora. Estou tão nervosa - ela falou, mordendo o lábio e apontou para dentro. — Entre.
Assenti com a cabeça e entrei. Cada cantinho da casa estava impecável de tão limpo, nem parecia que havia alguém morando na casa. Me sentei no sofá e ela se sentou ao meu lado, suspirando.
— Como vocês estão? - perguntei me virando para o lado para acariciar a barriga dela. Ela abriu um sorriso tão doce que me fez sorrir também.
— Bem - passou a mão na barriga no lado que a minha não estava e seu sorriso se desfez. — Estou com tanto medo, Fannie. Se William não quiser esse filho, serei a mulher mais infeliz de todo o mundo.
— Mas... ele te faz feliz, certo? - parei com o movimento na barriga dela para a olhar nos olhos, depois continuei.
— Muito. Acho que fomos feitos um para o outro - ela suspirou e parou de acariciar a própria barriga. — Mas temos discutido muito ultimamente, como te falei por telefone.
Sorri, para tentar passar positividade para ela e falei:
— Há discussões em todos os relacionamentos, Lucy. Todos. Sem exceção - fiz uma pausa. — E isso não significa que não exista mais amor. Todos nós temos opiniões diferentes às vezes, ou um dia ruim... Mas não devemos estragar os dias e momentos bons por causa disso.
De repente ela começou a chorar e eu arregalei os olhos e fiquei analisando minha fala e tentando achar algum erro. Ela afundou a cabeça no meu peito e começou a soluçar como uma criança, então eu apenas acariciei seu cabelo com o queixo apoiado em sua cabeça.
— Eu fui tão horrível com você - ela falou, ainda soluçando. — Sou uma irmã horrível, me perdoa.
— Não, não - tentei ficar calma, por ela. — Todos temos um lado ruim, tudo bem. Não precisa pedir perdão, está tudo bem.
— Não está não - ela se levantou do meu peito. — Sou uma irmã mais velha horrível.
— Lucy, você me acha uma pessoa forte? - perguntei e ela franziu a testa.
— Mas é claro que acho. Você suporta tanta coisa - ela falou e sorriu, com o rímel escorrendo pela bochecha.
— Aprendi isso com minha irmã mais velha. Me lembro que você sempre foi a mais forte. Sempre suportou qualquer notícia ruim sem derramar uma única lágrima e eu sempre pensei "quando crescer, serei igual a ela". Eu não consigo ser como você ainda, mas acho que consigo ser forte - acariciei sua bochecha e ela sorriu. — Me espelhei em você para isso. Tivemos nossos conflitos e ainda vamos ter muitos, mas a questão é que eu amo você, então tudo bem.
— Ah, irmãzinha... - ela chorou novamente e me abraçou. Depois que me soltou disse: — Eu também amo muito você. Muito mesmo. Sinto muito ter sido uma bruxa na maior parte do tempo, não merece isso. Ninguém merece.
— Tudo bem, Lucy. Nunca vou esquecer ás vezes que me protegeu ou simplesmente me abraçou quando eu mais precisava... - eu sorri e ela retribuiu. — Bom, já está tudo resolvido. Vamos esperar seu marido chegar e você vai ver que tudo vai ficar bem, ok? Ele vai querer sair para comemorar porque a esposa está grávida, você vai ver.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...