Capítulo 32 - HELP!

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POV Crystal Hernandez


Há três semanas fiz o aborto. Essa ideia martelou por muitos dias em minha cabeça e decidi que era o melhor porque eu não tinha aquilo dentro de mim porque queria, então acho que foi o melhor a se fazer. E minha grande amiga, Fannie, estava comigo. Ela ficou do meu lado o tempo todo porque minha mãe não podia mesmo faltar no trabalho, então Fan foi comigo. Ela não quis me deixar sozinha nem que por um ou dois minutos e eu me sentia mais segura quando ela estava comigo e eu queria muito que ela estivesse aqui agora para eu me sentir mais segura porque, quando abro os olhos, estou em um tipo de porão, com as mãos amarradas a uma barra de metal acima da minha cabeça, com um pano amarrado entre os dentes.

— Vou gostar de te ouvir gritar - Susan Miller disse ao tirar aquele pano da minha boca. E riu quando eu cuspi no chão. — A propósito, pode gritar. Pode berrar porque ninguém vai poder ajudar você.

  — Por que eu estou aqui? - gritei para ela, balançando minhas mãos amarradas na barra de metal acima de mim, tentando me soltar.

— Por que... vos invenerunt me ieiunium nimis  - franzi a testa. Latim. Senti uma pontada no estômago ao me dar conta de que ela escrevia as mensagens em latim na loja de fantasias. — Você me encontrou rápido demais - repetiu em inglês, escolhendo uma faca em um tipo de prateleira.

— Vai fazer o que comigo? Me matar? - eu tentava parecer o mais forte possível mas a minha voz saía fraca, fraca como me sinto agora por não conseguir escapar daqui.

— Matar você? - ela riu, passando o indicador devagar na lâmina da faca e girando sua ponta na ponta do dedo. As ondas em um loiro perfeito caindo agora em seus ombros quando ela soltou o coque, os olhos verdes mais brilhantes com a luz e sua própria maldade.  — É uma boa ideia, não acha? Mas eu não posso ser presa e ficar longe do meu filho, eu nunca me perdoaria por isso. Mas... vou me divertir com você.

Em questão de segundos, ela se ajoelha na minha frente e passa a lâmina um pouco abaixo da minha clavícula e eu contraio os lábios com a maior força que posso e consigo, olhando para cima com os olhos apertados para tentar amenizar a ardência e o meu desespero ao ver aquele sangue escorrer.

  — Você não acha que eu vá denunciar você por "se divertir" comigo? - ergo as sobrancelhas mas tudo que ela faz é rir, enquanto escolhe o próximo instrumento de tortura que usará em mim.

  — Não vai me denunciar, lindinha - ela se ajoelha e bate de leve em meu queixo, depois se levanta com as mãos no joelho e pega um balde e posso ver em sua outra mão o que parece uma arma de choque. Ela joga aquela água fria em cima de mim e eu solto um gemido abafado quando alguns cubos de gelo caem em cima de mim. Poucos segundos depois, ela se ajoelha novamente e faz um coque em meu cabelo. —  Esse penteado destaca seus olhos, sabia?

Logo depois, ela coloca sua arma de choque em meu pescoço e aperta nas laterais, o que se ouve em seguida são meus berros. Ela faz uma pausa nos choques em meu pescoço e desce até a região da clavícula, sem ser o lado cortado e aperta as laterais da arma. Dessa vez, eu não grito, só solto um gemido abafado antes de apagar.

Acordo com um banho frio, dessa vez sem os gelos, e tusso quase engasgando.

— Tão frágil - a loira gargalhou. — Por que uma garota assim, tão frágil, me denunciaria por tortura?

— Talvez eu não seja tão frágil - revidei dando de ombros, ainda tremendo de frio. Cheguei aqui com meu moletom mas ela me deixou apenas de calcinha e camiseta, o que me faria sofrer bem mais. 

— Mas você teria mesmo coragem de me denunciar? - ela semicerrou os olhos, depois deu uma volta na mesa de seus instrumentos de tortura e pegou uma corda, era fina mas dá para enforcar alguém sem problemas.

Between Mysteries and Freedom (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora