POV Crystal Hernandez
Há três semanas fiz o aborto. Essa ideia martelou por muitos dias em minha cabeça e decidi que era o melhor porque eu não tinha aquilo dentro de mim porque queria, então acho que foi o melhor a se fazer. E minha grande amiga, Fannie, estava comigo. Ela ficou do meu lado o tempo todo porque minha mãe não podia mesmo faltar no trabalho, então Fan foi comigo. Ela não quis me deixar sozinha nem que por um ou dois minutos e eu me sentia mais segura quando ela estava comigo e eu queria muito que ela estivesse aqui agora para eu me sentir mais segura porque, quando abro os olhos, estou em um tipo de porão, com as mãos amarradas a uma barra de metal acima da minha cabeça, com um pano amarrado entre os dentes.
— Vou gostar de te ouvir gritar - Susan Miller disse ao tirar aquele pano da minha boca. E riu quando eu cuspi no chão. — A propósito, pode gritar. Pode berrar porque ninguém vai poder ajudar você.
— Por que eu estou aqui? - gritei para ela, balançando minhas mãos amarradas na barra de metal acima de mim, tentando me soltar.
— Por que... vos invenerunt me ieiunium nimis - franzi a testa. Latim. Senti uma pontada no estômago ao me dar conta de que ela escrevia as mensagens em latim na loja de fantasias. — Você me encontrou rápido demais - repetiu em inglês, escolhendo uma faca em um tipo de prateleira.
— Vai fazer o que comigo? Me matar? - eu tentava parecer o mais forte possível mas a minha voz saía fraca, fraca como me sinto agora por não conseguir escapar daqui.
— Matar você? - ela riu, passando o indicador devagar na lâmina da faca e girando sua ponta na ponta do dedo. As ondas em um loiro perfeito caindo agora em seus ombros quando ela soltou o coque, os olhos verdes mais brilhantes com a luz e sua própria maldade. — É uma boa ideia, não acha? Mas eu não posso ser presa e ficar longe do meu filho, eu nunca me perdoaria por isso. Mas... vou me divertir com você.
Em questão de segundos, ela se ajoelha na minha frente e passa a lâmina um pouco abaixo da minha clavícula e eu contraio os lábios com a maior força que posso e consigo, olhando para cima com os olhos apertados para tentar amenizar a ardência e o meu desespero ao ver aquele sangue escorrer.
— Você não acha que eu vá denunciar você por "se divertir" comigo? - ergo as sobrancelhas mas tudo que ela faz é rir, enquanto escolhe o próximo instrumento de tortura que usará em mim.
— Não vai me denunciar, lindinha - ela se ajoelha e bate de leve em meu queixo, depois se levanta com as mãos no joelho e pega um balde e posso ver em sua outra mão o que parece uma arma de choque. Ela joga aquela água fria em cima de mim e eu solto um gemido abafado quando alguns cubos de gelo caem em cima de mim. Poucos segundos depois, ela se ajoelha novamente e faz um coque em meu cabelo. — Esse penteado destaca seus olhos, sabia?
Logo depois, ela coloca sua arma de choque em meu pescoço e aperta nas laterais, o que se ouve em seguida são meus berros. Ela faz uma pausa nos choques em meu pescoço e desce até a região da clavícula, sem ser o lado cortado e aperta as laterais da arma. Dessa vez, eu não grito, só solto um gemido abafado antes de apagar.
Acordo com um banho frio, dessa vez sem os gelos, e tusso quase engasgando.
— Tão frágil - a loira gargalhou. — Por que uma garota assim, tão frágil, me denunciaria por tortura?
— Talvez eu não seja tão frágil - revidei dando de ombros, ainda tremendo de frio. Cheguei aqui com meu moletom mas ela me deixou apenas de calcinha e camiseta, o que me faria sofrer bem mais.
— Mas você teria mesmo coragem de me denunciar? - ela semicerrou os olhos, depois deu uma volta na mesa de seus instrumentos de tortura e pegou uma corda, era fina mas dá para enforcar alguém sem problemas.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...