A semana passou muito rápido e já é terça novamente. Eu já conseguia dormir sem ter pesadelos com a cena de Elissa morta no acampamento. Ajudei a minha irmã no Café ontem - o que era uma boa maneira de eu me distrair - à tarde e hoje, minha função será cuidar de Crys mais tarde porque ela está com muita febre e vomitou durante a noite e a mãe dela realmente precisa trabalhar.
Havia quase uma semana que Jared não ia à minha casa para ajudar Tyler com o trabalho ou algo do tipo e eu agradeci. Quero me distrair mas Jared não é o tipo de distração que eu procuro.
Me sentei no sofá e apoiei o cotovelo em seu braço e depois, a bochecha na mão. Era uma hora e trinta minutos e eu olhava o relógio a cada segundo, esperando dar duas e meia para eu poder ir para a casa de Crystal, mas parecia que a hora não passava. Nesse tempo, fiz três ligações para Lucy e em todas, perguntei se ela estava bem, só para passar o tempo. Depois, liguei para meu pai e perguntei como ele estava indo em seu novo trabalho na oficina e ele disse que estava tudo bem.
Bufei e suspirei olhando para os lados e depois para cima e depois para a TV que estava desligada enquanto eu batia os pés no chão.
— Querida - minha mãe surgiu na escada e eu me assustei. — O que foi? Por que está aí tão... agoniada?
— Estou esperando dar duas e meia para eu ir até a casa de Crystal.
— Ah, sim. E por que não ficou com sua irmã até mais tarde então?
— Ela me dispensou - dei de ombros enquanto olhava para minhas unhas roídas com um resto de esmalte roxo. — Disse que já tinha muitos funcionários hoje.
Ela assentiu e bateu nos joelhos, se levantando.
— Bom, não fique tão agoniada - bateu o dedo na ponta do meu nariz e abriu um sorriso simpático. — Preciso resolver uma coisa com a minha chefe, mas volto para o jantar.
— Tudo bem - falei e abri um sorriso.
Quando ela saiu, me deitei no sofá e mudei de posição diversas vezes. Bufei e antes que eu me desse conta, era duas e meia. Levantei no sofá até tropeçando e corri até a porta. Antes de abrí - la, ajeitei o cabelo.
Passei na The Warehouse - que era mais perto - e comprei dois cappuccinos bem cremosos para mim e para Crys e mais alguns donuts também. Ajeitei minha bolsa e continuei caminhando. A casa de Crystal era a quase uma hora da minha, mas para mim ainda era perto e eu preferia caminhar do que pegar um táxi.
Quando cheguei lá, a doce senhora Hernandez me atendeu com o sorriso simpático de sempre. Ela era a mesma coisa da filha, porém, seu cabelo era bem mais escuro quase preto e ela era mais baixo que Crystal e tinha algumas rugas. O jeito simpático de ser era o mesmo da minha amiga olhos cor de lago e sua mãe, tinha a mesma mistura nos olhos.
— Ela está no quarto, eu estou super atrasada.
— Ah, tudo bem. Vou até lá - dei de ombros e sorri. — Bom trabalho, sra. Hernandez.
— Obrigada, querida - ela respondeu já destravando o carro.
Coloquei o que havia trazido em uma bancada na cozinha e fui para o quarto da minha amiga. Estava escuro e ela estava deitada em sua enorme cama, toda esticada. Mesmo doente, abriu seu melhor sorriso ao me ver. O sorriso que a fazia até franzir a testa.
— Você veio mesmo! - ela falou como uma criança quando ganha um presente do Papai Noel.
— É claro que vim. Eu disse que vinha, não é? - sorri e a encarei por um tempo. — Trouxe café e donuts, estão na cozinha.
— Trouxe donuts? É sério? - ela fez uma cara de apaixonada, levando as mãos até as bochechas enquanto fechava os olhos.
— Pois é - ri. — Você está melhor?
— Sim - ela assentiu fazendo um biquinho, como uma criança. — Estou muito melhor.
— Que ótimo.
Ela se sentou e eu finalmente me sentei em sua cama, com as pernas cruzadas.
— Tenho uma ideia! - ela falou de repente.
— Que tipo de ideia? - ergui uma das sobrancelhas, desconfiada.
— Lembra quando fomos na casa dos Parker, não é? - ela perguntou se aproximando mais e eu assenti. — Ainda acho que devemos dar uma olhada no quarto de April.
— Eu sei. Precisamos - levei meu polegar até a boca e o mordi. — Mas como?
— Eu não sei mas... F, não podemos ficar paradas aqui. Não podemos desistir do Charles como as autoridades desistiram.
—Sei disso - eu assenti. — Não vamos desistir.
— Mas em outras palavras, você disse que é arriscado invadir o quarto da April e...
— Ei! - ergui as sobrancelhas e arregalei os olhos, agarrando o braço de Crystal e depois acariciei seu rosto assustado pela minha mudança de humor. — Mas eu não disse que não faremos.
Seus lábios tremeram até formarem um sorriso bonito e sincero.
— Qual é o plano? - ela segurou minha mãos.
— Ainda não tenho um plano mas se você estiver melhor amanhã, podemos fazer isso - assenti e sorri.
Ela sorriu e mordeu o lábio, depois colocou uma mecha de cabelo rebelde atrás da orelha e me encarou. A felicidade estava estampada em todo seu rosto.
— Espero que eu esteja muito... Muito melhor.
Depois dessa nossa conversa, tomamos nossos cappuccinos e comemos quase todos os donuts enquanto assistíamos o filme favorito da Crys, "Garota Infernal".
Fiquei lá até umas seis e meia, que era a hora que a sra. Hernandez chegava do trabalho. Ela me agradeceu tanto por ter ficado com Crys durante a tarde que encheu meu rosto de beijos. Ela realmente não precisava me agradecer porque Crystal é minha melhor amiga e eu faria qualquer coisa por ela. Eu faço qualquer coisa por ela quando ela precisar.
* * *
Meu irmão, Tyler, chegou em casa por volta das sete e meia e esperei ele descansar um pouco antes de encher a cabeça dele. Assim que ele saiu do banho e se vestiu, eu o puxei pelo braço até o jardim.
— Ai - ele disse ao tropeçar. — O que você quer?
Olhei para um lado e para o outro para ter certeza de que estávamos sozinhos e fechei a porta de correr.
— Eu posso confiar em você. Isso eu sei - fechei os olhos e comecei, entrelaçando uma mão na outra. — Mas... se lembra do dia do interrogatório que você disse que eu poderia... Que meus amigos e eu poderíamos contar com a sua ajuda?
— Lembro - ele cruzou os braços e olhou para cima, quase revirando os olhos. — Mas por quê?
— Porque vamos precisar - falei e bati o polegar nos lábios algumas vezes antes de continuar. — Temos que invadir o quarto da April.
— April? A irmã do Charles? - ele arregalou os olhos. — Vão procurar por pistas lá? Acham que ela é uma suspeita.
— Olha Ty, eu desconfio de todos agora - mordi o lábio e os umedeci em seguida.
— Desconfia até de mim? - ele riu.
— Não, por enquanto - brinquei e ele soltou uma gargalhada.
— Tá, mas como pretende fazer isso?
— Eu não sei, eu... - comecei a andar de um lado para o outro enquanto massageava as têmporas. — Você faz uma visita à Maya e April enquanto eu invado o quarto. Não sei, mas vou bolar alguma coisa.
Depois do jantar, tomei um bom banho e me deitei pensando em mil planos que poderiam dar certo. Eu me revirava na cama, abria e fechava os olhos milhares de vezes. Suspirei e só consegui dormir de verdade quando já tinha todo o plano em mente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...