Capítulo 15 - I have a plan!

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 A semana passou muito rápido e já é terça novamente. Eu já conseguia dormir sem ter pesadelos com a cena de Elissa morta no acampamento. Ajudei a minha irmã no Café ontem - o que era uma boa maneira de eu me distrair - à tarde e hoje, minha função será cuidar de Crys mais tarde porque ela está com muita febre e vomitou durante a noite e a mãe dela realmente precisa trabalhar.

Havia quase uma semana que Jared não ia à minha casa para ajudar Tyler com o trabalho ou algo do tipo e eu agradeci. Quero me distrair mas Jared não é o tipo de distração que eu procuro.

Me sentei no sofá e apoiei o cotovelo em seu braço e depois, a bochecha na mão. Era uma hora e trinta minutos e eu olhava o relógio a cada segundo, esperando dar duas e meia para eu poder ir para a casa de Crystal, mas parecia que a hora não passava. Nesse tempo, fiz três ligações para Lucy e em todas, perguntei se ela estava bem, só para passar o tempo. Depois, liguei para meu pai e perguntei como ele estava indo em seu novo trabalho na oficina e ele disse que estava tudo bem.

Bufei e suspirei olhando para os lados e depois para cima e depois para a TV que estava desligada enquanto eu batia os pés no chão.

— Querida - minha mãe surgiu na escada e eu me assustei. — O que foi? Por que está aí tão... agoniada?

— Estou esperando dar duas e meia para eu ir até a casa de Crystal.

— Ah, sim. E por que não ficou com sua irmã até mais tarde então?

— Ela me dispensou - dei de ombros enquanto olhava para minhas unhas roídas com um resto de esmalte roxo. — Disse que já tinha muitos funcionários hoje.

Ela assentiu e bateu nos joelhos, se levantando.

— Bom, não fique tão agoniada - bateu o dedo na ponta do meu nariz e abriu um sorriso simpático. — Preciso resolver uma coisa com a minha chefe, mas volto para o jantar.

— Tudo bem - falei e abri um sorriso.

Quando ela saiu, me deitei no sofá e mudei de posição diversas vezes. Bufei e antes que eu me desse conta, era duas e meia. Levantei no sofá até tropeçando e corri até a porta. Antes de abrí - la, ajeitei o cabelo.

Passei na The Warehouse - que era mais perto - e comprei dois cappuccinos bem cremosos para mim e para Crys e mais alguns donuts também. Ajeitei minha bolsa e continuei caminhando. A casa de Crystal era a quase uma hora da minha, mas para mim ainda era perto e eu preferia caminhar do que pegar um táxi.

Quando cheguei lá, a doce senhora Hernandez me atendeu com o sorriso simpático de sempre. Ela era a mesma coisa da filha, porém, seu cabelo era bem mais escuro quase preto e ela era mais baixo que Crystal e tinha algumas rugas. O jeito simpático de ser era o mesmo da minha amiga olhos cor de lago e sua mãe, tinha a mesma mistura nos olhos.

— Ela está no quarto, eu estou super atrasada.

— Ah, tudo bem. Vou até lá - dei de ombros e sorri. — Bom trabalho, sra. Hernandez.

— Obrigada, querida - ela respondeu já destravando o carro.

Coloquei o que havia trazido em uma bancada na cozinha e fui para o quarto da minha amiga. Estava escuro e ela estava deitada em sua enorme cama, toda esticada. Mesmo doente, abriu seu melhor sorriso ao me ver. O sorriso que a fazia até franzir a testa.

— Você veio mesmo! - ela falou como uma criança quando ganha um presente do Papai Noel.

— É claro que vim. Eu disse que vinha, não é? - sorri e a encarei por um tempo. — Trouxe café e donuts, estão na cozinha.

— Trouxe donuts? É sério? - ela fez uma cara de apaixonada, levando as mãos até as bochechas enquanto fechava os olhos.

— Pois é - ri. — Você está melhor?

— Sim - ela assentiu fazendo um biquinho, como uma criança. — Estou muito melhor.

— Que ótimo.

Ela se sentou e eu finalmente me sentei em sua cama, com as pernas cruzadas.

— Tenho uma ideia! - ela falou de repente.

— Que tipo de ideia? - ergui uma das sobrancelhas, desconfiada.

— Lembra quando fomos na casa dos Parker, não é? - ela perguntou se aproximando mais e eu assenti. — Ainda acho que devemos dar uma olhada no quarto de April.

— Eu sei. Precisamos - levei meu polegar até a boca e o mordi. — Mas como?

— Eu não sei mas... F, não podemos ficar paradas aqui. Não podemos desistir do Charles como as autoridades desistiram.

—Sei disso - eu assenti. — Não vamos desistir.

— Mas em outras palavras, você disse que é arriscado invadir o quarto da April e...

— Ei! - ergui as sobrancelhas e arregalei os olhos, agarrando o braço de Crystal e depois acariciei seu rosto assustado pela minha mudança de humor. — Mas eu não disse que não faremos.

Seus lábios tremeram até formarem um sorriso bonito e sincero.

— Qual é o plano? - ela segurou minha mãos.

— Ainda não tenho um plano mas se você estiver melhor amanhã, podemos fazer isso - assenti e sorri.

Ela sorriu e mordeu o lábio, depois colocou uma mecha de cabelo rebelde atrás da orelha e me encarou. A felicidade estava estampada em todo seu rosto.

— Espero que eu esteja muito... Muito melhor.

Depois dessa nossa conversa, tomamos nossos cappuccinos e comemos quase todos os donuts enquanto assistíamos o filme favorito da Crys, "Garota Infernal".

Fiquei lá até umas seis e meia, que era a hora que a sra. Hernandez chegava do trabalho. Ela me agradeceu tanto por ter ficado com Crys durante a tarde que encheu meu rosto de beijos. Ela realmente não precisava me agradecer porque Crystal é minha melhor amiga e eu faria qualquer coisa por ela. Eu faço qualquer coisa por ela quando ela precisar.

* * *

Meu irmão, Tyler, chegou em casa por volta das sete e meia e esperei ele descansar um pouco antes de encher a cabeça dele. Assim que ele saiu do banho e se vestiu, eu o puxei pelo braço até o jardim.

— Ai - ele disse ao tropeçar. — O que você quer?

Olhei para um lado e para o outro para ter certeza de que estávamos sozinhos e fechei a porta de correr.

— Eu posso confiar em você. Isso eu sei - fechei os olhos e comecei, entrelaçando uma mão na outra. — Mas... se lembra do dia do interrogatório que você disse que eu poderia... Que meus amigos e eu poderíamos contar com a sua ajuda?

— Lembro - ele cruzou os braços e olhou para cima, quase revirando os olhos. — Mas por quê?

— Porque vamos precisar - falei e bati o polegar nos lábios algumas vezes antes de continuar. — Temos que invadir o quarto da April.

— April? A irmã do Charles? - ele arregalou os olhos. — Vão procurar por pistas lá? Acham que ela é uma suspeita.

— Olha Ty, eu desconfio de todos agora - mordi o lábio e os umedeci em seguida.

— Desconfia até de mim? - ele riu.

— Não, por enquanto - brinquei e ele soltou uma gargalhada.

— Tá, mas como pretende fazer isso?

— Eu não sei, eu... - comecei a andar de um lado para o outro enquanto massageava as têmporas. — Você faz uma visita à Maya e April enquanto eu invado o quarto. Não sei, mas vou bolar alguma coisa.

Depois do jantar, tomei um bom banho e me deitei pensando em mil planos que poderiam dar certo. Eu me revirava na cama, abria e fechava os olhos milhares de vezes. Suspirei e só consegui dormir de verdade quando já tinha todo o plano em mente. 

Between Mysteries and Freedom (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora