Capítulo 11 - The interrogation is coming

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Devia fazer quase uma hora que Tyler estava sentado em minha cama, me acariciando enquanto eu me acalmava. Ele não tirou o sorriso dos lábios nem por um momento, não sei se foi por mim ou se ele realmente está se mantendo forte.

— Fan, para de chorar. Por favor! - ele disse com toda calma do mundo e enxugou minhas lágrimas. — Odeio quando chora. Nunca consigo ajudar.

— Acredite Ty, você está ajudando muito agora só por estar comigo - disse fraca e segurei seu braço.

Fiquei encarando o bíceps de Tyler pois não sei pra qual outro lugar olharia e não poderia olhar diretamente para ele pois ficaria parecendo uma boba. Me pergunto o que eu fiz para merecer tudo isso que está acontecendo. Primeiro meu namorado e amigo some e meus amigos e eu somos obrigados a procurar por pistas e manter todas as nossas esperanças, agora, minha mãe pode morrer a qualquer momento. Nunca fui uma pessoa de se ter muita esperança.

Fechei os olhos e franzi a testa, permitindo que mais lágrimas caíssem em minhas bochechas. Passei a mão no rosto e depois encarei Tyler de novo, que me olhava sério com a cara que faz sempre que está pensando em algo.

— Ei, por que não esquece isso? - ele deu de ombros e sorriu fraco.

— Esquecer o que? Que mamãe está morrendo? - funguei.

— Exatamente. Ela ainda não morreu F! - ele falou, bravo. — Olha, aproveite o máximo com ela enquanto ela ainda está aqui porque você não é mais uma criança e sabe muito bem que todos nós vamos morrer um dia, de uma forma ou de outra.

— Às vezes da maneira mais cruel possível - completei sua frase enquanto olhava para a parede, sem piscar.

— É... - ele passou a mão na cabeça e voltei a encará - lo. — Por que não vai se distrair um pouco, hum? Saia com seus amigos ou algo assim.

— Acho que não consigo agora. Sabe, não hoje.

Balancei a cabeça e me lembrei que tinha que ajudar Lucy esse sábado e o tal interrogatório e possível julgamento será na terça - feira. Bufei. Eu não aguentava mais isso. Aceitaria trocar de vida com qualquer pessoa agora. Aceitaria trocar de vida até com minha mãe, mesmo que a dela já esteja acabando.

— Ei - Tyler segurou firme minha mão e sorriu. — Estarei lá no tribunal, por você.

Suas palavras fizeram meus lábios tremerem até formarem um sincero sorriso de agradecimento. Tyler e eu nunca fomos o tipo de irmãos que brigavam, muito pelo contrário, morreríamos um pelo outro.

— Obrigada - assenti e sorri.

Fui tomar meu banho por volta de cinco horas e me deitei. Não falei com minha mãe porque eu realmente não queria chorar mais. Tyler não me abandonou por um segundo, ele sempre fez isso por mim, até quando quebrei a perna aos seis anos de idade.

Meu pai achava meio injusto eu não falar e dar apoio a mamãe mas Lucy, ao contrário dele, entendeu muito bem.

Logo depois de enviar mensagens para meus amigos falando sobre a doença da minha mãe praticamente implorando para não falarem nada disso quando nos vermos pois não queria chorar com eles e sim me distrair.

* * *

— Certo... Quem daquele acampamento vocês namorariam? - Crys perguntou rindo.

Nos juntamos nessa tarde na casa de Genevieve para eu poder me distrair. Gen e eu acabamos bebendo um pouco - Gen até mais do que deveria - e Crys e Dave preferiram beber apenas suco e refrigerante.

— Ninguém - dei de ombros e ri para acompanhar Crystal.

— Qual é, Crys? Isso é idiota! - Gen acabou rindo enquanto bebia um gole de outra garrafa de Heineken. — Tem que ser pessoas no geral sabe, fora "daquele acampamento".

Between Mysteries and Freedom (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora