Devia fazer quase uma hora que Tyler estava sentado em minha cama, me acariciando enquanto eu me acalmava. Ele não tirou o sorriso dos lábios nem por um momento, não sei se foi por mim ou se ele realmente está se mantendo forte.
— Fan, para de chorar. Por favor! - ele disse com toda calma do mundo e enxugou minhas lágrimas. — Odeio quando chora. Nunca consigo ajudar.
— Acredite Ty, você está ajudando muito agora só por estar comigo - disse fraca e segurei seu braço.
Fiquei encarando o bíceps de Tyler pois não sei pra qual outro lugar olharia e não poderia olhar diretamente para ele pois ficaria parecendo uma boba. Me pergunto o que eu fiz para merecer tudo isso que está acontecendo. Primeiro meu namorado e amigo some e meus amigos e eu somos obrigados a procurar por pistas e manter todas as nossas esperanças, agora, minha mãe pode morrer a qualquer momento. Nunca fui uma pessoa de se ter muita esperança.
Fechei os olhos e franzi a testa, permitindo que mais lágrimas caíssem em minhas bochechas. Passei a mão no rosto e depois encarei Tyler de novo, que me olhava sério com a cara que faz sempre que está pensando em algo.
— Ei, por que não esquece isso? - ele deu de ombros e sorriu fraco.
— Esquecer o que? Que mamãe está morrendo? - funguei.
— Exatamente. Ela ainda não morreu F! - ele falou, bravo. — Olha, aproveite o máximo com ela enquanto ela ainda está aqui porque você não é mais uma criança e sabe muito bem que todos nós vamos morrer um dia, de uma forma ou de outra.
— Às vezes da maneira mais cruel possível - completei sua frase enquanto olhava para a parede, sem piscar.
— É... - ele passou a mão na cabeça e voltei a encará - lo. — Por que não vai se distrair um pouco, hum? Saia com seus amigos ou algo assim.
— Acho que não consigo agora. Sabe, não hoje.
Balancei a cabeça e me lembrei que tinha que ajudar Lucy esse sábado e o tal interrogatório e possível julgamento será na terça - feira. Bufei. Eu não aguentava mais isso. Aceitaria trocar de vida com qualquer pessoa agora. Aceitaria trocar de vida até com minha mãe, mesmo que a dela já esteja acabando.
— Ei - Tyler segurou firme minha mão e sorriu. — Estarei lá no tribunal, por você.
Suas palavras fizeram meus lábios tremerem até formarem um sincero sorriso de agradecimento. Tyler e eu nunca fomos o tipo de irmãos que brigavam, muito pelo contrário, morreríamos um pelo outro.
— Obrigada - assenti e sorri.
Fui tomar meu banho por volta de cinco horas e me deitei. Não falei com minha mãe porque eu realmente não queria chorar mais. Tyler não me abandonou por um segundo, ele sempre fez isso por mim, até quando quebrei a perna aos seis anos de idade.
Meu pai achava meio injusto eu não falar e dar apoio a mamãe mas Lucy, ao contrário dele, entendeu muito bem.
Logo depois de enviar mensagens para meus amigos falando sobre a doença da minha mãe praticamente implorando para não falarem nada disso quando nos vermos pois não queria chorar com eles e sim me distrair.
* * *
— Certo... Quem daquele acampamento vocês namorariam? - Crys perguntou rindo.
Nos juntamos nessa tarde na casa de Genevieve para eu poder me distrair. Gen e eu acabamos bebendo um pouco - Gen até mais do que deveria - e Crys e Dave preferiram beber apenas suco e refrigerante.
— Ninguém - dei de ombros e ri para acompanhar Crystal.
— Qual é, Crys? Isso é idiota! - Gen acabou rindo enquanto bebia um gole de outra garrafa de Heineken. — Tem que ser pessoas no geral sabe, fora "daquele acampamento".
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...