Como eu estava tão chocada que nem sabia o que fazer, ele correu até mim e eu pulei em seu colo o abraçando com todas as forças que eu tinha.
— Charles. Eu não acredito! - comecei a chorar, mas dessa vez era de emoção — Meu Deus, eu sinto muito. Eu sinto muito, Parker.
— Tudo bem, F - ele me afastou e segurou meus ombros. Abriu um sorriso largo e eu retribuí. Ouvi-lo me chamar de "F" novamente me fazia tão bem — Eu estou aqui agora. Vivo. É o que importa.E sei que não desistiu de mim, não desistiu de me procurar, mesmo quando parecia impossível ter esperanças de que eu estivesse vivo.
Seus olhos azuis brilhavam. Se cabelo e sua barba estavam enormes e ele sempre odiou a barba grande, com certeza tirá-la vai ser a primeira coisa que ele vai fazer. Ele parecia mais velho mesmo tendo a mesma idade que tinha quando desapareceu.
— E eu sinto muito pela Crystal - ele deu de ombros e fez uma cara triste — Eu a amava também, não dava para não amá-la, não é? Mas você... você deve estar sofrendo tanto.
O abracei novamente e tentei chorar o mínimo possível pois já estava muito cansada de chorar tanto.
— Eu deveria ter protegido ela, Parker.
— Não se culpe, F. A culpa é do assassino dela - ele segurou meu rosto e beijou minha testa e eu fechei os olhos — E ele já foi preso, certo?
Engoli em seco e assenti.
— Ei, o policial Rivers me contou tudo - ele me encarou e segurou meus braços — E tudo bem.
— Tudo bem? - meus olhos se encheram de lágrimas e eu olhei para cima para tentar afastá-las — Namorei com um cara enquanto você estava desaparecido e tudo bem?
— F, eu entendo, se apaixonar por outra pessoa é normal e poderia acontecer comigo aqui também - ele deu de ombros — Mas o importante é que eu amo você e você não desistiu de mim.
— Como? Como você ainda pode me amar? Eu traí você - passei as mãos nos cabelos e balancei a cabeça — Eu me odiaria se estivesse no seu lugar. Para falar a verdade, eu me odeio. E você consegue me amar? Como?
— Eu sempre vou amar você, F. Não importa o que aconteça - ele sorriu e deu de ombros — Mas, vamos falar disso uma oura hora, está bem?
— Estou tão feliz que esteja vivo - apertei seus braços só para ter certeza de que ele era real e nos abraçamos mais uma vez.
Quando descemos as escadas, meu pai, meu irmão, Dave e Gen estavam sentados no sofá olhando para nós dois e sorrindo.
— Então vocês sabiam? - apontei para todos eles com os olhos arregalados e depois encarei Charles que deu de ombros e assentiu.
— Surpresa! - Dave riu — Nós combinamos tudo com o Rivers. Ele já estava bem perto de achar o Charles há umas duas semanas e dissemos que quando ele achasse, era para fazer uma surpresa para você.
— Eu não sei o que dizer - fiz uma concha com as mãos e cobri a boca, ainda emocionada.
— Eu ia sugerir que comemorássemos mas acabamos de perder uma amiga e sei que por mais felizes que estejam por eu estar de volta, não estão no clima de festa. Também não estou - Charles lamentou e apertou meu ombros. Nos sentamos no sofá com os outros.
— Vão ficar para o jantar? - meu pai perguntou e todos disseram um "sim" em coro — Ótimo, teremos peixe grelhado.
— Ao som de David Bowie? - Charles fechou os olhos e sorriu e eu abri um sorriso largo por vê-lo feliz.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...