Between Mysteries and Freedom (Livro 1)

Capítulo 46 - Seattle Aquarium

  — Querida? Está bem? - vi meu pai em cima de mim quando abir os olhos.

  — Ahn? O que... o que aconteceu? - franzi a testa e tentei me sentar, mas falhei.

— Não sei, querida. Estávamos jantando e você vomitou e depois desmaiou - ele riu e fez um biquinho. — O frango estava tão ruim assim?

— Não, pai. Estava delicioso. É que... - comecei a mentir: — Tive um mal estar. Meu estômago tem estado sensível ultimamente.

Ele e meu irmão se entreolharam enquanto eu me sentava e então meu pai soltou a pergunta:

— Você e Jared têm tomado cuidado, certo? - arregalou seus olhos escuros enquanto me encarava, segurando meu braço.

  — O-o que? Não pai, eu não estou grávida! - falei rapidamente com os olhos arregalados. — Deus! É claro que não.

— Ufa - levou a mão até o peito e suspirou aliviado.

Minha avó começou a rir e voltamos para a mesa. Consegui comer um pouco do frango mas ainda tinha medo de que April tivesse algo com ele.

* * *

— Posso entrar? - escutei a voz abafada de Tyler do outro lado da porta.

Eu estava deitada na cama, mexendo em meu celular e me sentei.

— Claro.

—  Está bem mesmo? - perguntou e eu assenti. — Certo.

— Tyler, espera! - falei antes de ele fechar a porta.

— O que foi?

— Feche a porta - falei baixinho. Ele fechou desconfiado e então comecei: — Promete não contar para o papai e nem para ninguém? Porque prometeu me ajudar e...

  — Sim, Fannie, eu prometo - ele levantou a mão direita e riu. — O que foi?

— Acho que April atropelou nosso pai. Digo, de propósito - mordi o lábio.

— O-o que? - ele franziu a testa e se sentou ao meu lado na cama.

— O cara que resgatou o papai e me ligou no meio da noite disse que uma mulher loira o atropelou e há alguns dias, recebi uma mensagem em russo dizendo "sinto cheiro de atropelamento" ou coisa do tipo.

— E o que April tem a ver com isso?

— Simples: a loira no carro era ela. Tyler, ela é formada em russo e outras duas línguas, incluindo o francês - arregalei os olhos e peguei meu celular para mostrar a ele a mensagem que recebi no jantar. — Isso me leva a acreditar que tinha algo naquele frango.

— Por isso vomitou? - ele me encarou, confuso.

— Sim. Foi uma coisa estranha.

— Então não está mesmo grávida?

— Tyler, por favor! - soquei seu ombro e dei uma risada. — Jared está longe, não dá para ficar grávida com Jared na Califórnia, não acha?

— Talvez vocês tenham feito antes de ele ir para a Califórnia - ele deu de ombros. Estava rindo também. — E você sabe, o mundo está evoluído. Talvez vocês possam ter feito virtualmente ou...

— Chega, Tyler - soquei seu peito, fraca demais por estar rindo tanto

— Tudo bem. Quanto às mensagens, posso fazer algo para ajudar?