Jared foi embora antes do jantar e meu pai falou sobre seu dia no trabalho. Ele nos contou o quanto crianças são divertidas e mesmo carentes ou doentes, dizem o quanto a vida é bela e o quanto ainda há para viver.
— Às vezes, só precisamos ser como essas crianças e tirar, de algum lugar, a nossa vontade de viver - ele deu de ombros, finalizando o jantar.
Eu sorri, terminando de tomar meu suco e sorri, antes de subir para meu quarto e me jogar na cama.
Meu celular vibrou no criado mudo e eu franzi a testa, me perguntando quem me ligaria a essa hora.
— Fannie! Pode estar correndo perigo - me levantei com a voz rápida de Genevieve no telefone.
— O-o quê? - franzi a testa a olhei para o teto, balançando a cabeça.
— Estou falando sério e preciso que acredite em mim.
— Gen, eu não estou entendendo - - balancei a cabeça com a boca semi aberta. — Você... Genevieve, você está bêbada?
— Bêbada? É óbvio que não. Eu não ligo para ninguém quando estou chapada, você sabe disso.
— Tudo bem - suspirei e mordi o lábio, tentando entender. — Então fale com calma, devagar. Por favor.
— Vimos Jared no tal armazém onde April trabalha com o pai...
— O que? Gen, você está bêbada - comecei a rir, mas a risada saía estranha porque uma parte de mim temia ser verdade.
— Por favor, Fannie! EU NÃO ESTOU BÊBADA! - afastei o celular do ouvido porque a voz dela agora seria capaz de me deixar surda.
— Gen, vai dormir e não se esqueça do remédio para ressaca amanhã - balancei a cabeça e soltei uma gargalhada. — Vá dormir, eu farei o mesmo. Boa noite.
Desliguei o celular quando ela ia dizer alguma coisa, acho que estava pedindo para eu esperar, mas por que eu escutaria uma bêbada? Coloquei meu celular debaixo do travesseiro e em questão de segundos, apaguei.
* * *
Logo depois que tomei meu café da manhã, Jared me ligou, por algum motivo, me lembrei de Genevieve bêbada ontem à noite e no que ela disse.
— Alô? - falei e bocejei.
— Desculpe, te acordei? - sua voz parecia animada.
— Não. Claro que não - balancei a cabeça. — Estou acordada há algumas horas mas gostaria de ter conseguido dormir mais.
— Ótimo! Ahn... o que acha de sairmos hoje, hum? Podemos passar o dia todo juntos.
— Ah... hoje? - tentei não parecer desanimada.
— Bom, eu viajo em dois dias, eu acho. Temos que aproveitar o máximo.
— Você fala como se não fosse voltar - soltei uma gargalhada e ele riu também.
— Bom, é a Califórnia! Eu trocaria você pela Califórnia sem pensar duas vezes - ele brincou e eu ri, ameaçando bater nele.
— Não pode ser amanhã? Tenho algumas coisas para fazer...
— Vai trabalhar hoje?
— Não - suspirei, aliviada. — Estava pensando eu ir na terapia em grupo ou na minha sessão particular... Ainda não sei.
— Tá, tudo bem. Então nos vemos amanhã, certo?
— Certo - assenti, mesmo que ele não pudesse ver.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...