Capítulo 22 - It's okay, dear

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POV Tyler Thompson

Estávamos na sala de espera da ala hospitalar - minhas irmãs, meu pai e eu. Fannie conseguiu ficar mais calma, mas às vezes suas crises de choro voltavam e ela demorava para parar de soluçar. Ela estava no ombro de Lucy, que acariciava seu cabelo e dizia que tudo ia ficar bem. Não sei como minha irmã mais velha conseguia ser tão forte assim.

Eu já havia visitado minha mãe, depois de meu pai e agora só faltava Fannie e Lucy.

— Querem algumas coisas? - perguntei para os três. — Posso descer e...

— Não - meu pai me interrompeu, sério. E depois forçou um sorriso. — Obrigado, filho.

— Não por isso - falei com a voz falhando. Eu estava tremendo.

Ver mulheres chorando sempre acabou comigo, ainda mais quando essa mulher era Fannie. Nós já passamos por muita coisa e por causa de suas crises e pesadelos, eu a via chorando muitas vezes. Mas mesmo assim, ainda não me acostumei e nunca sei o que fazer. Lucy quase nunca chorava perto de nós, ela poderia ter perdido a pessoa que mais amava mas nós nunca a veríamos chorar por isso. Nunca.

A minha irmã mais nova, Fannie, sempre dizia que era só eu a abraçar que tudo se resolvia, acho que vou tentar isso agora.

Lucy se levantou e disse que precisava de um pouco de ar, nós assentimos. Menos Fannie, ela estava olhando sem piscar para o chorão enquanto as lágrimas caíam. E aposto que Lucy irá chorar longe de nós agora.

— Ei, está tudo bem mana - tentei sorri quando sentei ao lado de Fannie e ela imediatamente deitou a cabeça em meu ombro e enlaçou seu braço em volta da minha cintura e eu dei um beijo em sua cabeça. — E se não estiver tudo bem, vai ficar. Sempre fica.

— O que a mamãe disse... - ela começou a falar, ainda chorando e com a voz fraca. — Ela disse alguma coisa para você?

— Não, ela estava dormindo - eu assenti e ela forçou um sorriso, sem sucesso. Depois se deitou em meu ombro de novo.

Ver Fannie chorando sempre foi de cortar o coração. Sempre que ela chorava, eu via aquela garotinha insegura que apanhava das garotas do ensino médio por querer proteger alguém e isso me fazia querer chorar, mas eu nunca podia. Por ela. Pela minha irmãzinha. É assim que eu a vejo e vou querer bater e quebrar a cara de qualquer pessoa que ferir os sentimentos dela, não importa se for um amigo ou um namorado ou... qualquer pessoa.

— Senhorita Thompson - uma mulher chamou e leu alguma coisa em seu computador. Fannie ergueu a cabeça, se levantando. — Lucy Thompson?

— Não - ela fungou, indo até a moça. — Não, eu sou a Fannie Thompson. Minha irmã está lá fora.

— Está bem... Espere mais alguns minutinhos, está bem? - a moça era muito doce. Cabelos e olhos claros e com algumas rugas. Devia ter a idade de minha mãe.

Fannie não respondeu só assentiu e voltou para meu lado. Seu nariz provavelmente estaria vermelho se ela não fosse morena, porque sua voz já saía anasalada.

Ficamos mais um tempo ali, em silêncio. Meu pai era o que mais estava em choque e preocupado. Ele já não falava muito e em situações assim, não falava nada mesmo. Ele também já estava mais velho mas tinha menos rugas que minha mãe mas já começava a nascer fios de cabelo branco e em sua barba a mesma coisa, mas ele sempre tirava.

— Fannie Thompson? - a moça simpática chamou minha irmã que se levantou devagar e um pouco sonolenta.

Ela olhou para mim e eu forcei um sorriso e assenti, assegurando -a de que estava tudo bem.

Between Mysteries and Freedom (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora