Assim que abri os olhos e espreguicei, vi Jared ainda dormindo no sofá em minha frente. Peguei meu celular que havia deixado em seu criado mudo. Eram 08:20 e tinha três chamas perdidas. Duas de meu pai e duas de Tyler.
Me levantei calçando os chinelos de Jared e fui até o banheiro para me trocar, dobrei a camisa de dele que eu estava usando e coloquei em cima do cobertor - também dobrado. Calcei minhas sapatilhas e dei uma arrumada no cabelo.
Fui até o sofá onde Jared estava e me abaixei para dar um beijo em sua testa. Ela deu um suspiro e eu fiquei ali, imóvel, implorando para ele não abrir os olhos e por sorte, ele continuou dormindo. Então, fechei a porta quando saí de seu apartamento e peguei o elevador até a portaria.
Passei na The Warehouse e comprei um café, estava delicioso. Charlotte não estava lá, sua chefe disse que hoje ela trabalharia à tarde.
Quando abri a porta de casa, minha mãe foi a primeira que me viu. Ela, meu irmão e meu pai estavam tomando o café da manhã.
— Querida! - ela sorriu, ainda mastigando e eu retribuí com um sorriso forçado, depois dei um gole no meu café e fechei a porta. — Onde passou noite?
— Ah... - pensei bem antes de responder. Eu poderia dizer que foi na casa de Crys, mas ela passou o dia todo comigo. Se eu falasse que dormi na casa de Dave meu pai iria pirar por ele ser um menino, mesmo sendo meu amigo e eu sendo uma pessoa adulta. E Genevieve... melhor não envolver ela na minha mentira. Então, falei o nome da primeira pessoa que que veio à minha cabeça: — Dormi na casa de Charlotte.
Meu irmão me encarou com os olhos arregalados e cuspiu o café que estava tomando imediatamente, meu pai parou de mastigar seu bacon e minha mãe apenas me encarou. Me aproximei da escada e os encarei.
— Charlotte? - meu irmão ainda estava com os olhos arregalados. — Charlotte Trainor? Você é maluca?
— Respondendo sua primeira pergunta, sim, Charlotte Trainor e respondendo a segunda - fiz um bico, sendo irônica. —, não sei, é o que as pessoas costumam dizer de gente como eu, sabe? Que não consegue fechar os olhos e não ter pesadelos e tem crises do nada.
Depois disso, subi as escadas, com raiva. Eu não sabia exatamente do que eu estava com raiva, não sabia ser era de Tyler, dessa situação ou outra coisa. Eu simplesmente subi para meu quarto e bati a porta, com força. Comecei a jogar as minhas coisas no chão e algumas até quebraram, meu abajur, por exemplo.
A frase do pesadelo que tive com Elissa, voltou a ecoar minha mente "Você não foi capaz de me salvar" e eu comecei a dar socos na minha própria cabeça e a chorar com raiva de mim mesma por não conseguir ter feito nada por Elissa e não saber absolutamente nada de Parker. Isso está me matando.
Corri para o banheiro depois de sentir uma pontada na boca do estômago e me agachei em frente a privada, não coloquei quase nada para fora porque eu nem tinha comido nada, mas estava obrigando meu abdome a fazer pressões doloridas.
— FANNIE? - a voz abafada de Tyler me chamou. — Fannie o que está acontecendo? - ele me puxou pelos braços e me tirou daquele banheiro.
Meu irmão lavou me rosto e depois trouxe uma bebida quente, acho que era chá. Eu me lembrei de uma vez quando eu tinha doze anos e me bateram na escola, foi uma cena bem parecida com essa de agora.
~ Flash back on ~
Eu estava encolhida no chão, abraçando meu próprio corpo,com os cabelos longos colados no rosto por causa das lágrimas que caíam da bochecha e Tyler foi até mim. Eu estava desesperada.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...