— Algum membro da família de Henry Thompson? - a recepcionista parou na frente de todos na sala de espera e perguntou, com uma prancheta em mãos.
Lucy, William e eu nos levantamos imediatamente, todos com os olhos arregalados.
— Bem, como já devem ter dito para vocês, Henry está bem, foi mais um susto e... - ela olhou para as folhas presas na prancheta. — Bem, ouve uma fratura no braço direito, mas está tudo bem, ele será liberado pela manhã.
Ela abriu um sorriso gentil e nós assentimos.
— Podemos ir vê - lo? - Lucy perguntou, pigarreando.
— Podem, claro. Um de cada vez - ela sorriu e antes de dar as costas, falou: — Cada um tem quinze minutos. Fiquem à vontade.
Lucy insistiu para que eu fosse a primeira e ela e William ficaram sentados me esperando enquanto eu ia até o quarto onde meu pai estava - o qual não fiz questão nenhuma de olhar o número.
— Pai, como você está? - perguntei me inclinando para deixar um beijo em sua testa e me sentei na beira da cama.
— Estou bem, abelhinha - ele falou e me acariciou com a mão esquerda. Quando viu que eu encarava seu braço engessado do outro lado, falou: — Ei, está tudo bem. Vai ser só mais uma das histórias que vou poder contar para o filho de Lucy quando ele nascer.
Eu ri e meus olhos se encheram de lágrimas.
— Eu fiquei tão desesperada porque me disseram que você estava desacordado. Tive tanto medo de que... - funguei e enxuguei a lágrima que insistiu rolar em minha bochecha. — Que me deixasse.
— Mas abelhinha - ele franziu a testa e acariciou eu cabelo. —, eu nunca deixaria você. Nunca! Não precisa ter medo de me perder, porque nunca vai acontecer.
— Mas a vida de todo mundo vai acabar em algum momento e então você vai me abandonar, não porque quer mas porque a vida é uma droga.
— Não entende? - ele franziu a testa e sorriu. — Nem se eu estiver debaixo da terra com terras nos pulmões que já não funcionam mais ou em outro planeta, ainda serei seu pai e ainda terá meu amor. Nunca vou deixar você. Nenhum de vocês.
— Também não vou deixar você - me inclinei para abraçá - lo e depois pedi para mudarmos de assunto, porque senão eu choraria ainda mais.
Ele perguntou sobre a festa de Tyler de hoje e de como eu estava me sentindo por Jared estar na Califórnia. Falamos da mamãe sem chorar - o que era uma conquista para nós -, muito pelo contrário, rimos até dar dor de barriga. E por fim, tentamos imaginar o filho ou filha de Lucy e William. Meu pai disse que se fosse um garoto iria se parecer com Lucy e se fosse garota, com William, o que me fez rir, pois eu pensava o contrário.
— Preciso ir, pai. Antes que reclamem na recepção - ri e beijei sua bochecha.
— Certo - assentiu. — Amanhã estarei de volta e faremos churrasco ao som de David Bowie.
— Eu vou adorar - sorri como uma criança quando consegue o que tanto queria depois de tanto tempo.
Depois, Lucy foi visitá - lo e então William me deixou em casa e eu voltei a dormir e acordei uma da tarde. Apertei os olhos e peguei meu celular no criado mudo. Tinham mensagens de Crys, Tyler e Jared. Abri na sequência em que apareceram, primeiro a de Crys: "Bom dia, Fan! Zach é tão gentil, posso ir até sua casa mais tarde? Ele me chamou para sair e não sei o que vestir haha " ri enquanto lia e respondi "Que bom que ele te trata bem, caso contrário eu cortaria a garganta dele. Pode vir sim haha". Depois abri a de Tyler: "Adorei a noite ontem, nos vemos depois do trabalho?" franzi a testa e ri, provavelmente a mensagem seria para a garota com quem ele estava dormindo "???" foi tudo que mandei, ainda rindo e em seguida mandei: "Papai foi atropelado, mas já está tudo bem". Por último, abri a mensagem de Jared que tinha uma foto dele com a mãe na praia, os dois sorriam enquanto o sol batiam em seus olhos claros. Jared se parecia muito com ela, os cabelos ruivos, as sardas quase invisíveis na pele, os olhos e o olhar, até mesmo os sorrisos são quase idênticos. E a mensagem logo abaixo: "Está perdendo um dia na praia com a sua sogra. Duvido que esteja fazendo algo melhor do que tomar sol ao lado do seu namorado e de sua sogra HAHA. Amo você". Sorri ao olhar para a foto plea milésima vez e comecei a digitar "Com certeza não estou fazendo nada melhor, estou sendo consumida pelo tédio. Aproveitem o dia e a praia. Amo você. P.S.: dê um abraço em sua mãe por mim"e ele respondeu em poucos minutos: "Ser consumida pelo tédio com certeza é melhor do que estar nas praias da Califórnia HAHA. P.S.: a abraçarei"sorri e balancei a cabeça antes de bloquear a tela do celular o colocando no bolso e descer para preparar algo para comer.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...