Tive um pesadelo. Há muito tempo eu não tinha um. Dessa vez, teve a ver com o acontecimento de Elissa no acampamento. Ela estava se matando na minha frente, enquanto dizia "Você não foi capaz de me salvar". Sua voz ecoava e a cena dela se enforcando com o galho da árvore atravessado do corpo não parava de se repetir. Enquanto eu gritava com as mãos na cabeça, éramos engolidas pelo chão e eu acordei assustada, mas não gritei.
Me levantei da cama e senti uma leve tontura, mas fechei os olhos e peguei alguns comprimidos, que me ajudavam a dormir, na mesinha perto do banheiro. Depois conferi no meu celular e eram apenas cinco e meia da manhã. Então, logo o remédio fez efeito e voltei a dormir.
Acordei às nove, com meu celular vibrando no criado mudo.
— Oi - era Dave.
Bocejei e estiquei os braços de responder.
— Bom dia - dei uma leve gemida enquanto suspirava.
— Ressaca?
— O que acha? - ri e mordi o lábio. — Estou destruída, mas vou tomar um banho e vai passar.
— Então está bem para ir até a MaGiC?
Fiquei batendo o polegar nos lábios por um tempo. Eu ainda não estava acordada direito e a cena de Elissa voltou a rondar minha mente, vou precisar de remédios.
— Sim - não era totalmente verdade. — Podemos ir depois do almoço?
— Depois do almoço. Combinado - ele ficou em silêncio do outro lado por um tempo. — Tch...
Antes de ele desligar me lembrei de uma coisa que fiz ontem e espero que dê para consertar.
— Espera! - quase gritei.
— Sim?
— Eu disse uma coisa ontem... - cocei a cabeça e comecei a me levantar da cama enquanto calçava minhas pantufas. — E, olha...
— Fan... - ele riu e estalou a língua.
— Hum?
— Não ligo para quem você tenha beijado - ele disse e deu uma risadinha de novo.
— Então vo-você...
— Só quero que se cuide, está bem? - ele riu e aposto que estava balançando a cabeça. — Nos vemos depois do almoço. Tchau.
— Tch... - disse tirando o celular do ouvido, com a boca aberta, sem acreditar no que eu tinha feito.
* * *
Mamãe fez lasanha no almoço e um delicioso frango com molho e bastante salada. Meu pai não almoçou em casa porque tinha uma entrevista de emprego super importante para ir e Tyler disse que comeria mais tarde, considerando que é uma hora da tarde agora, ele deve comer por volta das três.
— Está bem, querida? - minha perguntou e eu levantei os olhos para olhar para ela e aquele frango delicioso desceu rasgando a garganta.
— Estou. Só estou com muita dor de cabeça - assenti e peguei uma pedaço da lasanha.
— Você exagerou ontem - ela balançou a cabeça e deu uma leve risada enquanto se servia mais salada.
— É, eu sei - forcei um sorriso. — Não vai acontecer novamente.
— Que bom - bebeu um gole do seu suco de laranja.
Ficamos em silêncio por um longo tempo, exceto pelo barulho dos talheres batendo nos pratos. Eu não tinha o que falar com a minha mãe. Não queria que ela soubesse que voltei a ter pesadelos e ficasse preocupada e também não queria que soubesse que beijei um cara mais velho uma vez bêbada e outra vez sã. Isso não mesmo. Então, fiz a pergunta que do fundo do meu coração, eu gostaria muito de saber.
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Between Mysteries and Freedom (Livro 1)
Mystery / ThrillerO desaparecimento do namorado. Foi isso que levou Fannie Thompson às aventuras arriscadas ao longo de meses. Charles Parker desapreceu em uma noite fria qualquer de novembro, enquanto as folhas eram derrubadas pela brisa forte no...