Capítulo 11

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Quando o sol havia se escondido dando passagem para a lua cheia, todos já haviam saído para se arrumarem ou esquematizar o plano. E eu? Bem, estava sozinha em um maldito navio, jogando pedrinhas no mar. Que vida injusta. Estava em uma cidade maravilhosa, que eu desejava muito conhecer e tinha que ficar presa aqui. Sozinha. Sem ninguém para me vigiar. Sorri com a ideia que iluminou em minha cabeça. Eu não perderia esse baile por nada.

Olhei para todos os lados, vasculhando e tentando identificar qualquer vestígio de alguém por perto. A área estava limpa e as únicas coisas que eu conseguia ouvir era o uivo do vento e o cantarolar dos grilos, então, peguei uma quantidade razoável de dinheiro e sai dali rapidamente.

  O sol tinha acabado de se esconder por completo mas a cidade já estava bem iluminada e eu estava deslumbrada. Uma risada escapou dos meus lábios, uma sensação de liberdade irrompeu em meu peito e eu abri os braços e girei no meio das pessoas que passavam, não me importando com o que pensassem sobre mim. Eu finalmente estava realizando o meu sonho e não tinha nenhuma previsão de retorno para casa.

Falando em casa, comprei um cartão postal para enviar para Di, comprei um lindo vestido para o baile, sapatos, jóias e claro, uma máscara maravilhosa que cobria metade do meu rosto. Enviei o cartão e entrei em um cabeleireiro. A mulher conseguiu fazer cachos impecáveis no cabelo curto e permitiu arrumar-me em seu estabelecimento, sendo agradável o bastante para me ajudar a vestir-me, amarrando o apertado espartilho do vestido vermelho e colocar as luvas pretas, que iam até os cotovelos.

- Parece uma princesa - elogiou a moça com sincera amabilidade.

- Obrigada - agradeci, sentindo minhas bochechas ficarem carmesins.

Quando estava pronta, despedi da gentil mulher e a mesma me colocou em um táxi, indicando o endereço, já que eu não conhecia nada ali. Antes que o carro se colocasse em marcha gritei qual era o endereço dali, ela escreveu em um pedaço de papel e agradeci novamente.

O táxi percorreu calmamente pelas ruas de Londres, mas eu estava em chamas com a antecipação; não sabia quando teria essa oportunidade novamente, então eu faria dessa noite memorável. O carro parou e eu o pedi que voltasse meia noite em ponto, sabia que teria tempo suficiente para aproveitar um pouco, voltar para o navio despercebida e com toda certeza ninguém teria retornado ainda.

Respirei fundo enquanto estava parada perto às enormes portas duplas da mansão do... quem estava proporcionando a festa mesmo? Não importa e eu estava entrando de penetra, o primeiro delito que eu cometia na minha vida. Me aproximei e havia dois homens enormes parados na frente da porta e eu engoli em seco. Acalme-se, aja naturalmente, ordenei a mim mesma enquanto forçava um pé na frente do outro e segurava o vestido para subir os degraus que ali havia. Eles me olharam de cima à baixo, acenaram com a cabeça e abriram as portas e eu pude respirar novamente.

O baile parecia um sonho. A decoração estava elegante e opulenta, os convidados com diferentes vestimentas mas todos prodigiosos. Adentrei-me mais e senti os olhares perfurando-me a pele, mas mantive minha cabeça reta enquanto caminhava lentamente, costurando entre as numerosas pessoas que ali haviam.

- Está perdida? - perguntaram atrás de mim e quando me virei havia um homem, com um traje de noite negro, uma máscara da mesma cor em sua face e eu perdi um pouco o fôlego.

Eu reconheceria aqueles olhos azuis brilhantes como safiras e aqueles lábios em forma de um arco perfeito em qualquer lugar. Um sorriso fácil estampava sua face e suas mãos estava em suas costas. As palavras de Stefan voaram para minha cabeça, o que ele me disse sobre sua fama com mulheres, então eu não me deixaria levar por nada que ele dissesse. Porém, isso não impedia que eu participasse do seu... seja lá o que fosse que ele estava fazendo.

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