Capítulo 72

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- Grande, Julian - rosnei - por que não escondemos o outro e deixamos por assim? O que tem na cabeça? - minha mão caída aos flancos se fechou em punho.

- Por favor, não me bata - ele se afastou e cobriu o rosto com as mãos, em posição de defesa. 

- Mais alguma coisa que eu não estou sabendo? 

- Elas estão vindo direto para cá - fez uma careta e eu tive que me controlar para não joga-lo pela janela. 

- Leve-as para o seu apartamento - falei, sem preâmbulos. 

- Não posso fazer isso.

- Eu não posso fazer, Julian - bradei - não estou com cabeça para aguentar essas coisas. Você é quem irá busca-las no aeroporto?

 - Sim.

- Então, leve-as diretamente para seu apartamento.

- Will, mamãe vai me matar, está louca para vê-lo e para ver os meninos.

- Se vira, Julian, não vai acontecer agora - e sai dali pisando firme. Quando cheguei na sala, um dos meninos, no momento não sabia qual, estava deitado no sofá.

- Você está bem, papai? - perguntou e eu forcei um sorriso, enquanto me sentava e puxava suas pernas para o meu colo. 

- Estou sim - uma mentira das mais deslavadas. 

- Mamãe chegou e... - Julian começou mas calou-se - e ai garotão. 

Max, depois de um tempo consegui identifica-lo, levantou-se e o abraçou. 

- Vovó está aqui? Eu vou conhecê-la?

- Não agora - eu disse ao mesmo tempo que Julian falava - sim. 

Lancei um olhar assassino em sua direção e ele apertou a mandíbula. 

- Eu vou busca-la e vejo o que faço - anunciou e com isso partiu. 

Quase no mesmo instante, meu celular tocou. Puxei do meu bolso e o nome de Lucy surgiu no visor. Engoli em seco, a respiração começando a falhar. Por um momento, parecia que eu estava em um universo paralelo, eu não conseguia me mover e minha respiração estava irregular. Voltei para a realidade quando meu celular vibrou na minha mão novamente, levantei-me do sofá e me afastei. Respirei fundo antes de atender.

- Alô.

- Will - a voz desesperada da Lucy soou do outro lado do aparelho.

- Lucy - eu praticamente gritei, desespero puro em meu tom.

- William Drake - agora foi um homem quem falou após soltar uma risada sardônica - eu esperei tanto por esse momento.

- Maldito infeliz, quem é você? - esbravejei, meu sangue fervendo em minhas veias. 

- É melhor amenizar esse tom, Drake - falou - você não vai querer que nada aconteça com essa belezura aqui, não é? 

Eu queria quebrar algo, principalmente a cara dele, mas me controlei antes que voltasse a falar. 

- O que você quer? 

- Ora, e aí está a pergunta de um milhão de dólares - havia um humor negro em seu tom e eu temi pelo que ele poderia fazer com a mulher que eu amava - eu quero você, simples assim. E é melhor que não demore, eu não tenho muita paciência. Entrarei em contato para dizer onde. 

E com isso o celular ficou mudo. Pensei em joga-lo na parede e extravasar a minha raiva, mas me controlei pois sabia que seria ali que ele entraria em contato comigo. Fechei os olhos e encostei a cabeça na parede branca do corredor que direcionava aos quartos. 

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora