Capítulo 13

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Respirei fundo algumas vezes e Willian continuava imóvel, seu rosto bem perto do meu, apenas ansiando que eu fizesse algum movimento. Bem, apesar de não ter experiência alguma nesse assunto, eu não era nenhuma tola. Eu sabia o que fazer, apenas nunca havia tentado na prática, por isso eu estava bem nervosa. Encarei as duas safiras por um momento e novamente seus lábios, ele passou a língua, os umedecendo e aquilo me deixou maluca. Eu queria muito sentir sua boca sobre a minha, sua língua vasculhando cada parte da minha e o pensamento colocou meu corpo em chamas, de um jeito que eu nunca havia sentido. Eu desejava esse homem, desesperadamente.

Não é como se eu estivesse apaixonada, mas para uma garota que nunca teve contato tão próximo com o sexo oposto, isso era realmente uma tentação. O mais perto que eu já estive de um homem que não fosse meu pai, foi... foi... na verdade, não me lembro. Acho que foi quando Michael Philips me chamou para dançar uma música lenta em uma das festas do papai. Não sei o que deu em mim para aceitar o seu pedido. Mas agora, tudo está prestes a mudar. Sem notar percebi que tinha me afastado de Willian, ele então fechou os olhos e soltou um grunhido baixo; logo os abriu e notei que começava a se afastar.

- Willian - eu praticamente gritei, ele ficou imóvel e arregalou os olhos.

Não sabia exatamente o porquê de eu ter gritado seu nome, mas quando ele começou a se afastar eu desesperei. Eu havia aprendido a nunca deixar um momento passar e agora não seria diferente. Estiquei meu braço lentamente e coloquei minha mão trêmula em seu cabelo. Ah, como era macio, se brincar mais do que o meu. Ele não tirava os olhos do meu rosto, o que tornava ainda mais difícil continuar, mas engoli mais uma vez e deslizei minha mão em sua bochecha. Willian virou o rosto e beijou a palma da minha mão, em seguida, virou-se novamente para mim, então me inclinei devagar e coloquei minha boca sobre a sua.

Seus lábios eram suaves e percorriam os meus calmamente, vasculhando minuciosamente cada parte. Suas mãos, que haviam permanecido imóveis até agora, flutuaram para encontrar meu corpo. Uma se enroscou em meus cabelos e a outra em minha cintura, puxando-me ainda mais apertado ao seu corpo. Um gemido abafado de prazer escapou-me dos lábios e foi a deixa para que sua língua perspicaz invadisse e tocasse a minha. AH, eu nunca havia sentido uma sensação tão prazerosa e se Willian não estivesse me segurando eu teria derretido como uma gelatina fora da geladeira, ali e agora.

Aproveitei cada minuto que o beijo durou, nos afastamos e quando abri os olhos, um par de olhos azuis penetrantes encarava-me o rosto com uma expressão que não pude reconhecer. Será que as sensações incríveis nas quais fui envolvida não foram semelhantes com as dele? Eu havia feito algo errado? E então, ele segurou uma das minhas mãos entre as suas e beijou a palma.

- Diga-me seu nome. - pediu e pousou seus lábios em meus pulso, brevemente - Diga-me onde mora, onde posso encontra-la. - subiu sua boca para o interior do meu cotovelo - Não permita que eu enlouqueça sem sabê-los.

Willian ergueu a cabeça para me olhar e eu já estava com o fôlego contido por suas palavras, não sabia o que dizer. Ele depositou um beijo rápido na curva do meu pescoço e sussurrou no meu ouvido.

- Por favor, diga-me quem é, deixe-me conhecê-la.

- Já me conheceu, senhor - falei com dificuldade quando consegui uma baforada de ar.

- Isso é muito superficial para o que realmente desejo - em sua voz havia uma paixão tão profunda que fazia com que tremessem-me as pernas. O homem magnífico que estava na minha frente me hipnotizava e mal notei quando suas mãos ergueram-se para meu rosto, prontas para desamarrar a máscara que me ocultava a face.

- Você primeiro - falei quando despertei-me do transe e segurei o objeto no meu rosto como se pudesse fundir os dois.

Ele sorriu de lado e retirou a sua própria máscara, mesmo que não lhe ocultasse muita coisa fazia uma grande diferença. Vê-lo de cara limpa, sem nada atrapalhando, era embriagador e eu queria beijá-lo novamente. E eu o fiz, não sabia quando teria uma nova oportunidade. Nossos corpos estavam grudados um ao outro, mas não próximos os suficiente, e ele deveria pensar o mesmo, pois logo me ergueu e me colocou sentada de lado em uma das suas pernas. Suas mãos em meu pescoço me seguravam no lugar e eu o beijava com todo meu ser. Quando terminamos, ele sorriu e seu cabelo estava um desastre por conta das minhas mãos inquietas.

- Não me distraia mais assim, necessito saber quem é ou me porei louco - suas mãos voltaram para o laço que havia atrás da minha cabeça. Porém, antes que ele o desatasse, um barulho alto soou tirando-me do meu estado letárgico.

- O que é isso? - perguntei e é claro que eu sabia o que era, era um relógio.

- Um relógio - ele confirmou, rindo, como se não pudesse parecer mais óbvio.

- Ah - exclamei e saltei do seu colo, ficando em pé.

Caminhei, me afastando sorrateiramente e o observando. Tinha que conseguir alguma distância para fugir dali ou ele conseguiria pegar-me fácil fácil. Ele fez menção de se levantar mas eu estiquei uma mão para pará-lo e dei um sorriso que parecesse convincente e demonstrasse que não estava planejando nada.

- E que horas marca? - perguntei.

- Meia-noite - ele sorriu.

- Oh céus - arregalei os olhos com fingida surpresa - eu... eu tenho que ir, me desculpe - me coloquei a correr dali.

- Espere - ouvi sua voz rouca atrás de mim e quando cheguei ao salão costurei entre as pessoas com um pouco de dificuldade.

O lugar estava lotado e levei um tanto bom de esbarrões, olhei para trás e Willian esticou o pescoço para me procurar; me afastei o máximo que pude e quando estava perto das portas duplas, virei-me novamente e ele vinha em minha direção como um jato, passando por todos ali com muito mais facilidade do que eu. Corri e logo alcancei o táxi, que como prometido estava me esperando na entrada.

- Vá, vá - praticamente gritei, o carro colocou-se em movimento e eu pude respirar novamente.

WILLIAN

Quando a mulher desconhecida se colocou a correr, um desespero tomou conta do meu corpo e enquanto corria atrás dela, a única coisa que me veio à mente foi que devia alcança-la de qualquer maneira. Não poderia deixá-la partir sem me dizer seu nome ou onde vive. Estiquei o pescoço para esquadrinhar o salão e não demorei para avistá-la, passei por entre as pessoas com empurrões e quando ela estava a poucos passos de mim, Vitor, um dos meus companheiros dessa noite, surgiu na minha frente, obrigando-me a fazer uma parada brusca.

- Senhor, ainda bem que o encontramos, estamos prontos para ir - ele sussurrou e naquele momento eu apenas queria torcer-lhe o pescoço.

- Saia da minha frente - grunhi e passei por ele. E então, eu me encontrava parado na calçada, olhando para a fila de carros que ali havia, pensando que a minha misteriosa dama estava dentro de algum deles, pois apesar do seu contra tempo ela não sumiria assim tão rápido caso estivesse a pé, ainda mais com aquele vestido longo e pesado.

- Merda - dei um soco no muro e encostei a cabeça no mesmo logo em seguida.

Essa mulher era diferente de todas as outras que havia conhecido, era de uma beleza estonteante, uma delicadeza incomparável e quando beijava era sem receios. Fiquei com medo de que não encerrasse a distância entre nós, mas quando senti a maciez de seus lábios nos meus foi como uma maravilhosa nuvem de algodão e me beijava como se fosse sua primeira vez. E agora ela havia partido, sem deixar nenhuma pista para trás. Nenhum nome. Nenhum endereço. Nem mesmo um sapatinho de cristal. Mas eu a encontraria, com certeza o faria.

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