Capítulo 61

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- Olá - murmurei. 

- Olá - respondeu e eu me afastei para que ele entrasse. 

Enquanto ele andava na minha frente até a sala, eu não conseguia deixar de observa-lo, suas costas largas puxando a camisa e... uau, ele tinha um belo traseiro. Daria inveja a muitas mulheres uma bunda daquele tamanho. 

 - Devia ser pecado ser tão bonito - ronronei e ele olhou para trás.

- Disse alguma coisa? - perguntou.

- Não, não, nadinha - sorri sem graça por ter sido pega.

- Onde estão os meninos? - perguntou assim que chegamos na sala e eu apontei para que ele se sentasse. A televisão estava ligada, mas em um volume muito baixo; me sentia muito nervosa para sentar e relaxar, mas deixei-a ligada para quando William chegasse tivesse algo para fazer e também apenas para dizer que eu estava sentada aqui, tranquila, e não desorientada à sua espera.

- Estão dormindo - olhei no relógio - agorinha devem acordar. Aceita algo para beber, comer?

- Não, obrigado - disse e sentou-se em um dos sofás e eu me sentei no outro, o mais distante possível dele. 

Aumentei o volume da televisão e ficamos assistindo, calados. Quando o silêncio se tornava insuportável, conversávamos um pouco sobre coisas banais e confesso que rimos um pouco também. Em um desses momentos, Will colocou-se de pé e veio sentar ao meu lado e em um dos silêncios, estávamos nos olhando, seu rosto tão próximo do meu, seus lábios entreabertos à centímetros. William passou a língua nos lábios para umedecê-los e eu segui o movimento com os olhos; ele se aproximou ainda mais e eu já podia sentir sua boca na minha e o quão bom seria beija-lo de verdade, sentir sua língua enroscando na minha. Mas isso iria apenas me machucar e eu não estava à procura disso novamente. Me afastei e levantei-me em um pulo.

- É, eu vou acordar os meninos - sai dali o mais rápido que consegui. No mesmo momento em que eu queria me bater por ser tão burra, eu queria me beijar por ser tão forte. Alcancei a porta do quarto e quando entrei ambos já estavam acordados.

- Meninos, precisamos conversar - murmurei e logo estávamos os três sentados na mesma cama. 

- Que foi mamãe? - Arthur perguntou e eu pensei por um momento como eu começaria essa conversa.

- O que vocês acham do William, irmão do tio Julian? - soltei de uma vez.

Os meninos me olharam e suas feições iluminaram-se, como se estivéssemos prestes a falar dos seus jogos favoritos. Arthur foi o primeiro a se manifestar.

- Ele é muito, muito, muito legal e engraçado. 

- E conta histórias muito divertidas - Max acrescentou, um sorriso no rosto de ambos. Eu nunca vi os meninos se darem tão bem com alguém assim tão rápido.

 - E o que achariam se ele fizesse parte da nossa família? - perguntei cautelosamente. 

- Da nossa família? - perguntou Max.

- Sim - e os dois se entreolharam e pareceram pensar no assunto. 

- Seria... - Arthur começou e pulou na cama - incrível. 

- Podemos ver o macaco dele? - Max perguntou balançando-me a barra do vestido. 

- E ele pode nos contar mais histórias? - Arthur questionou em seguida e então várias perguntas soaram no aposento. Relaxei um pouco e estava na hora de contar a verdade.

- Você está beijando ele? - ouvi a voz de Max e voltei-me para encontrar dois pares de olhos curiosos me fuzilando.

- Como é? 

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