Capítulo 51

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- Sabe, você poderia ser uma assobiadora profissional - a voz rouca de William soou tão próximo do meu ouvido que eu estremeci. 

- Eu sou tão transparente assim? - perguntei sorrindo em sua direção - esse foi o meu sonho desde menininha. 

- É, você tem cara de que passava o dia inteiro fazendo isso. 

- Eu assobiava até dormindo, meu caro - bati meu ombro no seu por brincadeira e virei o resto da bebida clara em minha mão com apenas um sorvo - A sua amiga está a sua procura - apontei com a taça vazia na direção de Nina, que olhava de um lado para o outro - ela está realmente desesperada.

O resto da noite foi um tédio e eu não me cansava de observar o quão bem William parecia naquele smoking e o quanto eu queria despi-lo. Eu tinha um fraco por homens com roupas sociais. Júlia chegou comigo, mas eu não a vi a noite inteira e assim, Ana havia quase me ameaçado para que eu dormisse em sua casa. E, eu acabei cedendo. 

WILLIAM

Cheguei em casa e levei Nina para o quarto de hóspedes, indo direto para o meu quarto em seguida. Nina havia insistido em dormir aqui, dizendo que não queria voltar para casa sozinha e que estava com saudades de mim. Após suas súplicas de longas horas e olhos, forçadamente, marejados, eu concordei e a trouxe. Estava deitado em minha cama, ainda sem tirar nenhuma peça de meu traje, e a única coisa que veio em minha mente foi Luciana. 

Logo que eu entrei pelas portas do grande salão, eu a notei. Estava incrivelmente bela em um vestido azul escuro, segurando elegantemente uma taça de champanhe, lembrando-me aquelas mulheres elegantes de filmes antigos. Porém, quando ela levantou-se e veio caminhando em nossa direção, minha e de Anabella, eu fiquei enfeitiçado por tal beleza. O vestido acentuava a curva de sua cintura de vespa, havia um decote generoso no busto e... wow, uma abertura deslumbrante ao lado, na altura de sua coxa. Naquele momento, eu só sabia que eu queria arrasta-la para longe dessa multidão e toma-la de todas as maneiras que eu pudesse. Ouvi o barulho da porta se abrindo devagar e não fiquei surpreso quando vi Nina surgir. 

- Oh, ainda está acordado - ela falou assustada, mordendo o lábio inferior.

- Sim, ainda estou - concordei, cruzando os dedos sobre meu estômago. 

- Bem, vim dar-lhe boa noite - ela se aproximou e se inclinou para beijar-me uma bochecha, e logo a outra, sua mão serpenteando até minha nuca e logo sua boca mudou-se para tomar a minha; virei o rosto e a afastei.

- Boa noite, Nina, é melhor que volte para o quarto.

- Eu quero você, William, sempre quis - ela murmurou - talvez eu possa ficar aqui e... 

- Não foi para isso que eu a trouxe para cá, apesar do que você deve ter pensado - falei de uma vez com a voz séria - já lhe disse, nada vai acontecer entre nós, muito menos aqui na casa da minha mãe, com ela dormindo logo no andar de baixo. Agora vá.

- Quando você se tornou esse homem tão frio? - ela perguntou, seus olhos vermelhos pelas lágrimas. Qual é, isso já estava enchendo o saco - mas ainda é tão quente na cama como me lembro? 

- Droga, Nina, vá dormir logo e pare com isso - bradei e ela pulou da cama, saindo dali antes que eu visse suas lágrimas. 

Apesar do jeito que eu havia falado com ela, sem um pingo de emoção, eu sabia que ela não desistiria fácil; então, levantei, desliguei as luzes e deitei-me na cama, ainda vestido, com sapato e tudo. Demorou menos do que eu estava esperando para a porta se abrir novamente e uma figura feminina surgir na escuridão. Fechei meus olhos e apenas esperei que ela se aproximasse, enquanto eu pensava no que dizer para que isso acabasse de uma vez por todas. O colchão afundou quando ela subiu sobre ele, logo sua mão quente tocou meu peito sobre a camisa e senti sua respiração no meu ouvido. 

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora