Capítulo 69

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Um trovão estrondoso soou de tal modo que vibrou as janelas e eu soltei um gritinho baixo, pulando sentada no meio da cama e puxei um travesseiro para mim. 

- Tem medo? - ouvi uma voz grossa e rouca, olhei para o lado e ali estava ele, o gato e misterioso pelo qual eu havia me apaixonado e, como se não fosse o suficiente, com quem tinha tido dois filhos; estava com uma toalha amarrada na cintura. Ele estava querendo me matar ou algo assim? É, provavelmente era isso. 

- Não tenho medo - bufei - eu tenho pavor. 

Nós dois rimos e ele se aproximou, sentando-se ao meu lado. 

- Será uma noite longa então - ele comentou olhando em direção a janela, na qual várias gotas batiam com força e escorriam até chegar ao parapeito. 

- Eu realmente não sei o que você está fazendo aqui - falei e seu rosto caiu um pouco - mas eu agradeço por isso - acrescentei e um sorriso lindo surgiu em seus lábios - eu realmente estava lamentando ficar sozinha aqui com uma chuva dessas. 

- Apenas pelo que eu vi aqui, eu imagino isso - ele se moveu na cama, sentando-se ainda mais próximo de mim - talvez algum tipo de telepatia passou por nós dois - sussurrou e eu não conseguia afastar meu olhar da sua boca enquanto ela se movia. Outro barulho me fez pular novamente. Que droga, isso já está ficando chato - ei, acalme-se garota. - ele me puxou para seus braços e eu me senti segura. Queria me apegar a ele agora e não solta-lo jamais, porém, uma questão ainda me atormentava. 

- O que veio fazer aqui, Will? - questionei receosa que ele se afastasse. Ele não fez e eu rodeei meus braços em sua cintura, minha cabeça encostada no seu peito. 

- Eu precisava vê-la - ronronou no meu ouvido e sua respiração na minha pele fez com que um formigamento percorresse no meu corpo como se vários insetos passeassem por ele. Ergui a cabeça e olhei em seus olhos brilhantes. 

- Você me viu há poucas horas - ri pela situação.

- Mas eu fui um idiota e não fiz o que queria - falou e meu coração deu um salto, quase esmagando minha costela. 

- E o que você queria fazer? - perguntei, cautelosamente.

Ele não disse nada, apenas tocou minha bochecha com as costas de uma mão e eu já respirava irregularmente; seus longos dedos desceram para o meu pescoço e os enroscou no cabelo na minha nuca, e logo seus lábios estavam nos meus. Eram leves como plumas, apenas raspando nos meus, provocando, e eu pensei que talvez ele estivesse me dando um tempo para afastar antes que as coisas se tornassem sérias. E isso era o que eu deveria ter feito se eu fosse esperta um pouquinho, mas eu continuei ali, imóvel, apenas desejando-o de um jeito tão intenso que chegava a doer. 

Mas eu conseguiria me olhar no espelho depois dessa noite? Eu me martirizaria e me xingaria por ser tão burra? Quando resolvi que deveria me afastar, William puxou-me ainda mais para ele e aprofundou o beijo, sua língua invadindo minha boca de um jeito sensual. Um gemido abafado escapou do fundo da minha garganta e Will me ergueu e colocou-me sentada no seu colo, minhas pernas entrelaçadas em sua cintura. Eu amava a sensação do seu gosto na minha boca, da sua pele quente na minha e eu estava insana por senti-lo dentro de mim, por me possuir.

Seus lábios deixaram uma trilha de fogo na minha mandíbula e pescoço, pensar era algo árduo naquele momento. Sua palma quente encontrou a minha barriga por baixo da camiseta e tocou meu seio nu, atiçando o bico até que estivesse aparecendo através da minha roupa. Ele segurou a barra da minha camiseta e fez menção de tira-la.

- Não - murmurei, não fazendo ideia de onde essa palavra havia saído. Will ficou imóvel e abri meus olhos que eu nem havia notado que tinha fechado, o encarei por um longo momento antes de dizer - eu não posso fazer, sabe disso.

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora