Capítulo 58

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Abri a porta e encontrei Michael sentado no sofá, assistindo televisão. Subi para o quarto sem dizer nada e meus pensamentos voaram para William. Ele realmente estava mais quente do que antes, sua barba por fazer, seu cabelo bagunçado e seu corpo parecia ainda mais definido, como se isso fosse possível. A porta da habitação se abre e Michael entra, caminha até mim e senta ao meu lado na cama. 

- Eu não aguento mais isso, Luciana - ele reclama e sinto cheiro de álcool em sua baforada - pare de resistir - então me puxa para ele e me beija. Tento me afastar, mas ele é mais forte do que eu.

- Pare de se debater, Lucy - ele grunhiu no meu ouvido enquanto enfiava a mão por baixo do meu vestido e rasgava minha calcinha. Um nó formou-se em minha garganta - eu sei que você quer.

- Eu não o quero, solte-me - eu queria gritar, realmente queria, mas eu tinha que pensar nos meninos que estavam lá em baixo, ficariam assustados se vissem o que estava acontecendo. Suas mãos eram como aço nos meus pulsos presos no colchão e eu estava imóvel sob seu corpo. 

- Você é linda - ele comentou e beijou meu pescoço. Eu estava sentindo náuseas profundas e achei que jogaria o pouco que havia comido até agora para fora do meu organismo. Michael prendeu meus dois pulsos com uma mão só e afastou um pouco seu corpo de cima de mim para abrir o botão da sua calça. Aproveitando a deixa e sua distração, dei-lhe uma joelhada em suas partes baixas, o empurrando para o chão e ele gemia de dor.

Levantei da cama, mas antes que pudesse ir muito longe, ele agarrou meu tornozelo e logo estava de pé, pressionando-me na parede perto da cômoda. 

- Maldita - seu hálito veio forte em minhas narinas e logo um tapa ardeu na minha face, deixando-me totalmente atônita. 

- Bateu-me? - murmurei e dei-lhe um soco no estômago, que o fez inclinar-se um pouco e sai correndo. Desci as escadas rapidamente, olhando para trás para ver se não estava sendo seguida e assustei-me quando o vi surgir na porta do quarto. No final da escadaria, bati com tudo em algo e teria caído de bunda no chão se braços não tivessem me segurado. 

- Lucy - ergui minha cabeça e encontrei belos olhos azuis me encarando - você está bem? - William ficou me olhando por um tempo e sua testa vincou de repente - seu rosto está vermelho. O que... - começou a perguntar e olhou para cima. 

Michael continuava parado na porta, seus olhos amplos quando Will me soltou e subia os degraus de três em três. Procurei os meninos e ambos estavam distraídos com a televisão, aumentei o som um pouco e subi. William estava agarrando Michael pelo colarinho, o nariz e a boca do homem que se dizia meu marido estavam sangrando e um punho violento voou em seu rosto, lançando-o para o chão. William o ergueu novamente e voou outro soco. 

- Will, pare - segurei seu braço mas o homem parecia ensandecido. Desviou-se de mim e deu-lhe mais um soco e outro e outro, até que o corpo de Michael estava mole em suas mãos, um dos seus olhos inchados e o outro tinha um olhar horrorizado e temeroso - pare, vai mata-lo. 

- Não seria uma má ideia - Will disse entredentes. 

- Não quero isso em cima de você - coloquei uma mão no seu ombro e ele me olhou, seu olhar suavizando um pouco. Ele voltou-se para Michael.

- Se pensar em toca-la novamente, torça para que eu não descubra - murmurou em um tom inundado de periculosidade - caso contrário, é melhor ter uma boa relação com cirurgiões, pois irei castra-lo da forma mais lenta e dolorosa que encontrar. Talvez com uma faca de cerra ou algo que dure mais - Will disse e tenho certeza de que consegui ouvir Michael engolindo - ou passe a conhecer os coveiros da cidade.

E um último soco voou, mandando Michael para um mundo de sonhos. William colocou-se de pé e eu me aproximei para sentir o pulso do outro homem, ainda estava vivo. Will me puxou e me abraçou.

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora