Capítulo 64

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- O que pensa que está fazendo? - perguntei, encarando-a com a expressão mais séria que eu tinha.

- Me divertindo - ela gritava e dançava. Segurei seus ombros para fazê-la parar e me encarar.

- Onde estão os meninos? 

- Com mamãe - ela deu um gole em sua tequila e gritou um "uhul" estrondoso, erguendo o copo - que por sinal ficou uma arara quando descobriu... - parou e começou a rir - ...descobriu que os gêmeos não eram filhos do Michael - ela ria histericamente como uma hiena, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor - ela perguntou quem era o pai. 

- E o que você disse? - questionei, minha testa vincando. 

- A verdade, ora - deu de ombros - disse que era um corsário muito gato que eu havia encontrado na minha pequena aventura - ela conseguiu elevar ainda mais a gargalhada - e adivinha? Ela teve um ataque apoplético. Você... - apontou um dedo para mim com a voz ébria e os olhos estreitos - ...quase matou a minha mãe. Isso seria péssimo, totalmente. 

Seus olhos estavam pequenos e piscavam várias vezes, sinais óbvios de sua sonolência. 

- Acho que chega de festinha por hoje - falei próximo do seu ouvido e estiquei a mão para pegar sua bebida - me dê isso.

- Não - ela se afastou, franzindo o cenho - essa daqui é minha. 

- Não adianta Will - falaram atrás de mim e quando olhei encontrei Diana - ela está irredutível. No começo pareceu uma boa ideia trazê-la, já que ela quase não sai de casa, mas a garota ficou louca. E Júlia está indo no mesmo caminho ali e... Oh Senhor! - Diana exclamou e arregalou os olhos. 

Me virei, procurando o que havia a assustado ou impressionado, e encontrei Lucy com os punhos fechados na camiseta de um cara e a língua na boca dele. Meu sangue ferveu dentro do meu corpo e eu não sabia o que fazer, porém, quando o dito cujo rodeou o corpo de Lucy com os braços, eu queria quebrar-lhe todos os dentes ou cortar sua língua.

- Will? - Diana balançava uma mão na frente do meu rosto e estalava os dedos. 

- Vou leva-la para casa - avisei.

- Não irá adiantar - ela suspirou, mas eu já caminhava em direção aos dois que se agarravam sem pudor algum. Toquei na cintura estreita da maldita mulher e ela desgrudou-se do homem para me encarar. Lucy arregalou os olhos e antes que pudesse dizer alguma coisa, tirei o copo da sua mão e entreguei para o cara que me olhava pasmado, antes de joga-la sobre o meu ombro. 

- O q... - escutei - solte-me seu brutamontes - ela batia nas minhas costas e balançava as pernas.

 - Ei - ouvi a voz do cara que estava com ela e com um olhar gelado meu, ele ficou mudo. Marmanjo esperto. 

- Como eu disse, estou a levando para casa - falei para as meninas que estavam até vermelhas de tanto rir da situação. 

Dei um sorriso de lado e ouvi alguns suspiros de mulheres que estavam por perto, que me olhavam de cima a baixo. Costurei entre as pessoas, Lucy ainda esperneava, gritava palavrões que eu nunca havia ouvido ela pronunciar e que eu tinha certeza que sentiria vergonha se estivesse sóbria. Coloquei-a no banco do passageiro do meu carro e prendi o cinto. 

- Você vai me pagar por isso, William Drake - ela falou e apontou língua como uma criança.

- Eu posso conviver com isso - disse e fechei a porta. Contornei o carro e sentei no banco do motorista, quando olhei para o lado Lucy não estava ali. 

- Oh, merda - sai novamente e quando olhei para o lado, vi a mulher que estava testando minha paciência arrancando os saltos, deixando-os para trás, e saindo correndo. Corri também, pegando seus sapatos no caminho, e antes que eu pudesse alcança-la, ela foi tombando para o lado como se a força da gravidade estivesse puxando-a para baixo e caiu no chão.

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