- Quer realmente saber? - engolindo com dificuldade, acenei com a cabeça - ótimo, então vou falar. William Drake matou o meu pai e eu era apenas um menino de dois anos, mas minha mãe me contou tudo.
- O que ela te contou? - continuei, temendo ter passado dos limites e não podendo acreditar em sua afirmação.
- Que o garoto Drake, de apenas onze anos, chegou na nossa casa à noite, sacou uma pistola e deu um tiro bem no coração do meu pai, apenas por diversão. Meu pai não havia feito nada para ele, nada.
Eu estava horrorizada, não sabia o que pensar. Pedro tinha tanta raiva e ressentimento brilhando em seus olhos castanhos, parecia ter passado esses vinte anos juntando mais e mais ódio dentro de si. Agora eu tinha certeza de duas coisas: tinha que fugir daqui e não poderia deixar que os dois homens se encontrassem. E quando eu me juntasse a William, poderia saber dessa história corretamente; eu sabia que Will já havia matado algumas pessoas, mas não queria acreditar que mataria alguém assim a sangue frio. Ele era apenas uma criança, pelo amor de Deus.
Então, quando Pedro se virou para fazer sua ligação, eu bati com todas as minhas forças com o prato em sua cabeça, que caiu no chão assim como os cacos de vidro que antes era o objeto. Aquilo apenas o deixou tonto e com um corte na cabeça. Corri para pegar o que eu encontrasse de mais pesado ali naquele quarto e consegui que desmaiasse. Não demoraria para acordar, eu tinha que agir antes disso. Peguei o celular e disquei o número de William.
Quando coloquei o aparelho na minha orelha, parecia ter esquentado imediatamente. Eu estava tensa e quando o primeiro toque soou, meu coração batia violentamente como se pudesse romper minhas costelas e eu não tirava meus olhos do homem deitado no chão com um ferimento na cabeça.
- Se é a mim que você quer, assim será. Diga-me logo onde está e deixe Lucy sair - William rosnou e meus batimentos descompassados pararam por alguns segundos. Era tão bom ouvir sua voz, mesmo que estivesse de um modo tão agressiva, como eu nunca havia ouvido antes - responda - ele gritou, tirando-me do transe. E naquele momento, eu queria chorar, estava com tanta vontade de vê-lo que estava enlouquecendo.
- William - murmurei e veio um silêncio, pensei que ele não tivesse me escutado.
- Lucy - seu tom mudou para desespero. Lágrimas começaram a descer pelas minhas bochechas e meu lábio inferior tremia compulsivamente, mordi o mesmo para ver se conseguia me controlar, mas não adiantou muito. Dei uma olhadela e Pedro continuava apagado no chão
- Lucy, meu amor, ainda está ai? - urgência exalava de sua voz.
- Sim - funguei - oh Will.
- Lucy, onde você está?
- Eu não sei - eu tinha que me acalmar se eu quisesse ajuda-lo.
- Tente me dizer, querida - os apelidos carinhosos apertavam ainda mais no fundo do meu peito - acha que ainda estão em Londres? - caminhei até a janela e ao longe consegui avistar o Big Ben e o London Eye.
- Sim, ainda estamos, daqui consigo ver o Big Ben ao longe - respondi, minha voz um pouco mais estável agora - entretanto, pareço estar em uma espécie de cabana um pouco mais distante. Ao redor parece ter apenas uma floresta e nada de vizinhos.
- Eu irei encontra-la - prometeu - como conseguiu o telefone?
- Eu... - mordi o lábio inferior - eu dei uma pratada na cabeça dele e depois bati com um grande gato de cerâmica. Foi o mais duro que consegui achar aqui.
William riu e era bom escuta-lo, era tranquilizante.
- Essa é minha garota - falou e meu peito inflou de emoção. Era o que eu mais queria, ser a garota dele. A única mulher na vida dele.
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ღ Perigosa Atração
RomanceLuciana Hamilton, filha do poderoso duque de Westwick, era a favorita do papai e por isso sempre foi mantida presa na enorme casa da família ou vigiada de perto por inúmeros guardas-costas, longe dos olhares famintos dos homenzarrões da cidade. Poré...